Profissionais de saúde da rede estadual são vacinados no Interior; imunização segue na Capital

19 de janeiro de 2021 - 17:19 # # # #

Assessoria de Comunicação da Sesa e da Casa Civil
Repórteres: Diego Sombra, Thiago Conrado e Fhilipe Augusto
Fotos: Diego Sombra e Thiago Conrado

Após a chegada do primeiro lote de vacinas contra a Covid-19 no Ceará, com 218 mil imunizantes, na segunda-feira (18), profissionais e trabalhadores da saúde da rede estadual foram imunizados nesta terça (19) na Capital e no Interior. Em Fortaleza, um dia após a primeira vacinação no Estado, o Hospital São José (HSJ) deu início à imunização de profissionais que atuam no enfrentamento à pandemia. Ao todo, a unidade recebeu 100 doses da Coronavac, substância produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac.

Maria Duca Pimentel Nógimo, de 62 anos, foi a primeira vacinada do Hospital Regional do Sertão Central

No interior cearense, o Hospital Regional do Sertão Central (HRSC) teve sua primeira profissional vacinada: a técnica de laboratório Maria Duca Pimentel Nógimo, de 62 anos. “É uma grande alegria e satisfação ser a primeira funcionária da unidade a ser imunizada. Isso me deu uma esperança muito grande. Nós vamos vencer a pandemia e eu digo para todos: vacine-se! Não dói, é uma sensação muito boa”, comemora a colaboradora. A imunização aconteceu no fim da manhã desta terça (19), em uma ação integrada do HRSC com a Secretaria da Saúde de Quixeramobim.

Em Sobral, a técnica de enfermagem do Hospital Regional Norte Francisca Elenilda Rodrigues Garcia, de 53 anos, também foi vacinada. Ela é funcionária da unidade desde 2014.

Vacinação no Hospital São José

A médica infectologista Rute Araújo foi a primeira funcionária do hospital a ser vacinada. Mãe de dois filhos, ela conta que, para proteger a família durante a pandemia, decidiu se ausentar de casa por três meses. “É um momento muito emocionante pra mim e passa um filme na cabeça. A gente lembra de tudo o que passou, de todo o medo, de toda expectativa que viveu. A vacinação é uma vitória da ciência e representa uma grande perspectiva de ser o começo do fim disso tudo”, relata a especialista, que trabalha no São José há 14 anos.

A médica infectologista Rute Araújo foi a primeira funcionária do HSJ a ser vacinada

A primeira remessa de vacinas encaminhada ao hospital contemplou profissionais que trabalham na linha de frente do atendimento à população. Samanta Ozanan, auxiliar de enfermagem, não escondeu a alegria por receber a primeira dose do imunizante. Ela trabalha no hospital há mais de uma década e chegou a ficar internada na unidade em decorrência da Covid-19. “Foi uma espera de quase um ano. Eu sou 100% a favor da ciência e eu acredito na eficácia dessa vacina. Eu consegui me recuperar e felizmente estou aqui para contar essa história”.

Funcionário do São José há 18 anos, o maqueiro José Edmilson Teixeira conta que, mesmo trabalhando diariamente no hospital, ainda não testou positivo para Covid-19. Depois de ser vacinado, ele diz que vai retornar para casa com a sensação de estar mais protegido. “Foi muito gratificante ser imunizado. Como eu não peguei ainda, é um alívio maior ainda”, afirma. 

O maqueiro José Edmilson Teixeira está entre os funcionários do São José que receberam uma dose da Coronavac

De acordo com a diretora técnica do HSJ, Tânia Mara Coelho, o recebimento de novas doses nos próximos dias contribuirá para a imunização gradual dos profissionais da unidade. Para a gestora, o início da vacinação no hospital representa um momento especial para o São José, referência no tratamento de doenças infectocontagiosas no Ceará há 50 anos. “Nós fomos o primeiro hospital a fazer atendimento de emergência aos pacientes com Covid-19 e em nenhum momento paramos. Nossos profissionais se dedicaram demais. Vaciná-los é até uma forma de agradecimento. A vacina é uma esperança pra gente, pra todos nós, de que dias melhores virão”, afirma. 

Início da vacinação

O marco do início da vacinação contra a Covid-19 no Ceará ocorreu na segunda-feira (18) com a imunização da técnica de enfermagem Maria Silvana Souza dos Reis, de 51 anos. Primeira vacinada no Estado, ela é servidora do Hospital Estadual Leonardo da Vinci (HELV) desde março de 2020, mês em que foi decretado status de pandemia pela Organização Mundial da Saúde.

“Trabalho na UTI Covid do hospital referência da doença; me sinto honrada e feliz, pela minha saúde, (a de) meus familiares e colegas de trabalho e por poder continuar ajudando os pacientes que precisam de cuidados”, celebra Maria Silvana.

Além de Silvana, outras dez pessoas foram vacinadas no Ceará na segunda (18). Destes, nove são trabalhadores e profissionais da saúde que atuam na linha de frente no combate à pandemia: quatro atuam no HELV e cinco, no Hospital Geral de Fortaleza (HGF). A liderança indígena Dourado Tapeba, de 59 anos, do Polo Caucaia, também foi imunizada.

Cuidados devem ser mantidos

Nesta primeira remessa, 109 mil pessoas serão vacinadas no Ceará. A prioridade é para profissionais de saúde da linha de frente de combate à Covid-19 de unidades públicas e privadas e idosos institucionalizados (que residem em asilos). O restante do público-alvo da Fase 1 do Plano de Imunização será vacinado de acordo com a chegada de outros lotes, que deve ocorrer nas próximas semanas.

A Coronavac, vacina utilizada neste momento, necessita de duas doses para garantir uma melhor defesa do corpo contra o coronavírus, por isso o número de doses deve ser o dobro do de pessoas a serem vacinadas.

Prioridade é vacinar profissionais de saúde da linha de frente de combate à Covid-19 de unidades públicas e privadas e idosos institucionalizados

A segunda dose da Coronavac será aplicada 28 dias após a primeira dose, por isso a necessidade de seguir com os cuidados, informou a secretária-executiva de Vigilância e Regulação da Secretaria da Saúde (Sesa), Magda Almeida. “É um tempo que a gente começa estimular a imunidade. Por isso, é importante ainda manter os cuidados de etiquetas respiratórias, evitar aglomeração, usar de máscara, porque essa imunidade ainda vai ser desenvolvida por essas pessoas e a quantidade de doses que chegou ainda não é suficiente para que a gente consiga quebrar a circulação viral”, orienta.