HSM é referência no tratamento de transtorno afetivo bipolar  

30 de novembro de 2020 - 16:25 # # #

Assessoria de Comunicação do HSM
Repórter: Milena Fernandes

Diagnosticada com transtorno afetivo bipolar, a camareira Luana da Silva Ferreira, 21, realiza tratamento no Hospital de Saúde Mental Professor Frota Pinto (HSM), unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), do Governo do Estado. O acompanhamento tem sido fundamental para a paciente, que já apresenta melhoras significativas.

“Passo o dia realizando atividades artísticas, musicais, tendo acompanhamento psicológico e psiquiátrico. Já me sinto bem melhor, meu sorriso não é mais forçado ou exagerado e não tenho tanta vontade de chorar”, afirma a jovem, ressaltando que, antes de dar entrada no HSM, apresentava um quadro de instabilidade emocional. “Eu sentia muito vontade de chorar e, em outros dias, uma euforia muita grande. Cheguei a ter delírios e alucinações”, revela.

Segunda maior causa de internamentos no HSM, o transtorno afetivo bipolar é um distúrbio psiquiátrico caracterizado pela alternância de episódios de depressão e euforia nos pacientes. O problema pode afetar crianças, jovens e adultos. O primeiro episódio de crise surge, geralmente, no final da adolescência ou no início da vida adulta, mas há casos em que a pessoa não apresenta sinais de que tem a doença.

Luana da Silva durante tratamento no HSM. Foto: Milena Fernandes

Sintomas

A psiquiatra do HSM, Paula Souto Vidal, explica que os sintomas podem variar conforme a gravidade do caso. “São dois polos, o depressivo e o maníaco. No polo depressivo, o paciente apresenta humor entristecido durante a maior parte do dia (por duas ou mais semanas), desinteresse para realização de atividades que antes gostava de fazer, insônia, falta de disposição, redução da autoestima, alterações no apetite, lentidão ou agitação com pensamentos suicidas. Nos casos de risco de suicídio, é necessário procurar o atendimento emergencial do HSM ou atendimento com o psiquiatra que já realiza acompanhamento”, orienta a especialista.

Já na fase de euforia (mania), diferentemente do que ocorre no polo depressivo, a pessoa costuma apresentar um humor mais elevado. “O paciente passa a ficar muito alegre ou muito irritado, apresentando outros sintomas, como pensamentos e formas de falar acelerados, mais energia, querendo fazer muitas coisas ao mesmo tempo sem finalizá-las. Tudo fica exagerado. Pode fazer planos de forma irreal, comprar excessivamente e tornar-se mais extrovertido e até inconveniente. Quando impulsivo, pode chegar a se endividar, dirigir perigosamente e usar substâncias como álcool e drogas, acarretando prejuízos para sua vida”, detalha Paula.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico do transtorno afetivo bipolar é realizado de forma clínica. Além de ouvir a história e o relato dos sintomas apresentados pelo paciente, o especialista precisa ouvir amigos e familiares, cuja participação é essencial para o controle da doença.
Apesar de não ter cura, o transtorno afetivo bipolar deve ser acompanhado por um especialista para ser controlado. O tratamento inclui psicoterapia, medicamentos e mudanças no estilo de vida. Para quem é diagnosticado com esse transtorno, é contra indicado o consumo de substâncias psicoativas, como café, álcool e outras drogas.
A psiquiatra Paula Vidal recomenda que, havendo risco de suicídio, agressividade, sintomas psicóticos e agitação, o paciente deve ser levado para uma emergência psiquiátrica. “Mesmo que não esteja em crise, é importante que esse paciente seja acompanhado pelo especialista, pois a suspensão do tratamento pode acarretar em um novo episódio de depressão ou de mania”, frisa.

No Hospital Dia Lugar de Vida, unidade do HSM, os pacientes são atendidos por uma equipe multidisciplinar composta por enfermeiros, assistentes sociais, nutricionistas, psicólogos e psiquiatras. O tratamento acontece de forma individualizada e em grupo. “Apesar de termos pacientes com doenças diferentes, as atividades grupais são muito positivas, pois ajudam na adesão ao tratamento. Observamos que quando um paciente conta sua experiência para o grupo, acaba gerando um incentivo maior ao outro. Essa troca de experiência faz a adesão ao tratamento acontecer com mais eficiência”, frisa Érico Valente, psicólogo do HSM. Para ser atendido, o paciente deve ser encaminhado pela própria emergência do Hospital de Saúde Mental, por um posto de saúde ou por outras unidades de saúde da rede pública.