Equilíbrio emocional ajuda a evitar transtornos alimentares

25 de junho de 2020 - 13:34 # # #

Assessoria de Comunicação do HSM
Repórter:
Milena Fernandes
Arte: Kamile Façanha

Durante o período de isolamento social, muitas pessoas podem ter exagerado na alimentação e no consumo de bebida alcoólica. Com o retorno gradual das atividades, é preciso dar ainda mais atenção à saúde, colocando em prática hábitos saudáveis. A recomendação é dada por especialistas do Hospital de Saúde Mental Professor Frota Pinto (HSM), unidade da rede pública da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), do Governo do Estado.

“Como ainda estamos retomando a economia e o isolamento social ainda é recomendado, a dica é aproveitar para realizar cursos online, aprender um instrumento, desenvolver o hábito de leitura, confeccionar artesanato.  O momento é ideal para criar novos hábitos e se concentrar em atividades não relacionadas à alimentação e à ingestão de bebidas alcoólicas”, pontua David Martins, psiquiatra e coordenador da Residência em Psiquiatria do HSM.

De acordo com o especialista, transtornos mentais e sedentarismo são fatores que podem desencadear o consumo imoderado de álcool e de alimentos. “Os problemas relacionados à alimentação são causados principalmente por erros alimentares, em uma  rotina de vida sem exercícios físicos e de falta de atenção aos alimentos que fazem bem à saúde. No entanto, o aumento da ansiedade, e o mal-estar físico e psicológico podem  influenciar no aumento da ingestão de comidas e bebidas, o que na verdade acaba sendo refúgio para aliviar momentaneamente o mal-estar emocional”, explica.

O psiquiatra diz ainda que o período de quarentena pode ter tido um impacto maior sobre o emocional de algumas pessoas. “Observamos que os pacientes que já relatavam sintomas ansiosos não patológicos passaram a apresentar sintomas mais fortes durante esse período de quarentena. Geralmente, as pessoas que têm algum tipo de transtorno psiquiátrico estão menos propensas ao aumento de consumo, pois, se estiverem em tratamento, fazendo terapia e utilizando remédios adequados, não será preciso recorrer ao abuso de alimentos e bebidas”, frisa.

Alimentação e saúde mental

Uma alimentação saudável e equilibrada é fundamental para o bom funcionamento do organismo, além de melhorar a qualidade de vida e ajudar na prevenção e no tratamento de comorbidades. O ideal e ingerir frutas, verduras, legumes, cereais, carnes magras e peixes ricos em ômega 3, como  salmão, atum, arenque, truta e cavala. “Não há alimento milagroso, o que deve existir é  um conjunto  de alimentos  naturais e ricos em nutrientes, fundamentais para o metabolismo”, afirma Vitória Almeida,  nutricionista do HSM.

Vitória orienta minimizar o consumo de alimentos industrializados, que são ricos em aditivos, corantes e açúcar refinado, ingredientes que prejudicam e aumentam a inflamação, podendo desencadear problemas metabólicos.“Evite sempre alimentos ultraprocessados, como salsicha, bolos em pó, comida congelada e excesso de açúcar, levando sempre em conta a importância da hidratação e estilo de vida saudável”, recomenda.

Em relação à saúde mental, a lógica não é diferente. “Uma pessoa com algum tipo de transtorno psiquiátrico deve ter um cuidado ainda maior com a alimentação, pois geralmente apresenta comorbidades clínicas, como diabetes, obesidade, hipertensão arterial, entre outras. Há também os  efeitos colaterais da medicação, como ganho de peso, problemas hepáticos e constipação intestinal. A nutrição pode atuar em cima disso e melhorar o quadro desses pacientes”, ressalta a nutricionista do HSM.