Diálogo ajuda a amenizar impacto da pandemia sobre famílias, orienta psicóloga

6 de maio de 2020 - 10:01 # # #

Assessoria de Comunicação da ESP
Repórter: Daniel Araújo
Arte Gráfica: Júlio Lopes

Desde que o distanciamento social foi adotado para conter o avanço do coronavírus, muitas famílias têm passado mais tempo em casa. Este é um momento oportuno para pais e filhos dialogarem sobre as consequências da pandemia de Covid-19 em uma conversa franca e acessível.

“Seja sincero com a criança. Por vezes, diga a ela que também está aprendendo sobre esse tema e que podem descobrir muitas coisas juntos. É importante conversar de forma clara, usando um vocabulário de fácil acesso à idade dela. Também é possível utilizar desenhos e imagens que possam facilitar a comunicação”, orienta Adriana Dias, psicóloga e coordenadora do Curso de Qualificação em Desenvolvimento Infantil da Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE).

A terapeuta ocupacional Cinara Miranda mora com o marido e os dois filhos, Sophia, de cinco anos, e Samuel, de 12. Ela conta que, mesmo com a quarentena, tem buscado manter uma rotina com a família. “Tentamos explicar o porquê de tudo isso. Ensinamos como usar a máscara, fazer a higienização e mostrar que o mundo parou por conta de uma doença grave e que a gente precisa ter muito cuidado”, afirma.

A família da administradora Germana Paredes também teve de adaptar a dinâmica do dia a dia por causa do distanciamento social. Mãe de dois filhos, ela viu na divisão de responsabilidades entre Hugo (12) e Miguel (9) um bom modo de organizar os afazeres cotidianos. “Fiz um planejamento das minhas atividades de trabalho e encaixei as tarefas domésticas. Não é fácil, mas a cada dia enxergamos melhores formas para que tudo flua sem estresse”, diz.

A atenção à saúde mental durante a quarentena se torna tão importante quanto os cuidados com a saúde física. Por isso, é fundamental que os impactos decorrentes da pandemia sejam amenizados sempre que possível. “É muito importante lembrar de se conversar e escutar as crianças no sentido de ajudá-las a também vivenciar esse tempo difícil, com intuito de minimizar os impactos emocionais”, pontua Adriana Dias.

Aprendizados

Para Germana Paredes, o bom convívio familiar é uma das chaves para atravessar este período. “É um momento de parar e analisar nossa vida e o mundo de modo geral. Está sendo uma oportunidade única. Quem sair dessa com o mesmo coração não viveu muito bem a experiência, não”, reflete.

Ainda segundo a psicóloga Adriana Dias, a forma como os pais encaram a doença reflete, também, no comportamento dos filhos. “Os adultos podem estar mais ansiosos, impacientes e falando coisas negativas. As crianças, por vezes, repetem o comportamento das pessoas com as quais ela convive.”, finaliza.