Noites mal dormidas prejudicam a saúde e podem causar transtornos mentais 

11 de março de 2020 - 13:52 # # #

Assessoria de Comunicação do HSM
Repórter:
Milena Fernandes
Artes gráficas: Kamile Façanha e Francisco Oliveira

No Hospital de Saúde Mental Professor Frota Pinto (HSM), do Governo do Ceará, é comum pacientes relatarem dificuldades para dormir bem.Muitas pessoas não sabem, mas alguns problemas relacionados ao sono podem desencadear transtornos mentais. Entre eles, transtorno bipolar, ansiedade, depressão, síndrome do estresse pós-traumático, transtorno de hiperatividade e déficit de atenção.

Diagnosticado com transtorno bipolar, o artesão J.L.S, 43, sofre de insônia há anos. Ele foi levado pelos familiares à emergência do HSM no momento em que estava em crise. “Aqui no Hospital de Saúde Mental foi possível controlar o quadro com medicação e terapia. Não podemos achar que é normal ficar sem dormir. É preciso buscar ajuda, pois a falta de sono já me trouxe muitos problemas”, revela.

O Dia Mundial do Sono é comemorado na próxima sexta-feira,13, e chama a atenção da população para a importância de uma boa noite de sono para a saúde. O médico psiquiatra do HSM, Fábio Henrique Queiroz Pereira, explica que, quando uma pessoa dorme mal, ela pode ter a saúde física e mental prejudicadas.

“Não existe uma regra em relação ao horário em que se deve dormir. O mais importante é a qualidade e a quantidade do sono. Para a boa saúde mental, é necessário que a pessoa durma bem. Durante o sono,  ocorre uma série de atividades neurofisiológicas. É nesse momento que nossa imunidade melhora, a memória fica mais ativa e o metabolismo se equilibra”, afirma o  especialista em Medicina do Sono pela Universidade de São Paulo (USP).

Orientações

O médico recomenda de sete a nove horas de sono para um adulto. Ele ressalta que dormir de forma adequada pode, ainda, diminuir os riscos de obesidade e hipertensão. O psiquiatra do HSM orienta que é necessário respeitar o próprio ritmo,percebendo a necessidade do seu organismo para que a falta de sono não traga tantos danos.

“O ideal é manter uma vida equilibrada, com atividade física regular, alimentação saudável, nível de estresse controlado, sempre respeitando o horário de dormir. É fundamental criar um hábito antes de deitar. Tomar banho, vestir roupas confortáveis, desligar os aparelhos eletrônicos e não ingerir alimentos com cafeína são algumas dicas importantes para evitar a insônia”, pontua.

Apneia, insônia, narcolepsia, bruxismo,sonambulismo e pernas inquietas são alguns dos vários distúrbios do sono. Existem tratamentos específicos para cada um deles. “É preciso reconhecer que nem todas as pessoas precisam dormir oito horas para se sentirem bem, isso é variável em cada indivíduo. É importante analisar o paciente, associando aos aspectos diversos, como doenças crônicas, uso de outras medicações e situações de estresse”, reforça o psiquiatra.