Hospitais participam de projeto para uso racional de antimicrobianos

30 de outubro de 2019 - 14:49 # # #

Assessoria de Comunicação da Sesa
Repórteres: Débora Morais/ Helga Rackel

A resistência aos antimicrobianos é uma ameaça à saúde. O uso indiscriminado de antibióticos torna o resultado do tratamento ineficaz. Dessa forma, para sensibilizar os profissionais quanto ao gerenciamento desses medicamentos, a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) iniciou a implementação do Programa de Gerenciamento de Terapia Antimicrobiana (PGTA) nas unidades da rede.

“O Ceará partiu na frente desta iniciativa, sendo pioneiro na abordagem preventiva e terapêutica do uso otimizado através de ações educativas entre os profissionais das unidades (de saúde)”, ressalta Henry Pablo Lopes, especialista responsável pela implantação do Projeto Stewardship por meio do PGTA nas unidades da rede pública do Estado.

O Stewardship é um projeto de avaliação nacional dos programas de gerenciamento do uso de antimicrobianos em UTI Adulto dos hospitais brasileiros. Por meio do PGTA, o objetivo é otimizar a prescrição nos serviços de saúde para garantir o efeito farmacoterapêutico máximo, reduzir a ocorrência de eventos adversos (EA), prevenir a seleção e a disseminação de microrganismos resistentes e diminuir os custos.

Atualmente, o Hospital Geral Dr. César Cals (HGCC) e o Hospital Geral de Fortaleza (HGF), ambos do Governo do Ceará, participam da iniciativa. “Nós sempre procuramos trabalhar essas metas no hospital e com esse estudo sendo aplicado desde abril, três coisas melhoraram: a entrada ativa do farmacêutico clínico nos setores, a apresentação dos indicadores e o custo. Estamos focando de uma maneira mais metodológica e trazendo mais resultados”, afirma Lucianna Auxi, infectologista do HGF.

Os antibióticos são medicamentos que têm a capacidade de inibir o crescimento de bactérias, indicados para o tratamento de infecções bacterianas. Se administrados indiscriminadamente, causam o insucesso terapêutico e uma série de consequências diretas e indiretas nos tratamentos aplicados aos pacientes.

Estudos têm demonstrado que aproximadamente 50% das prescrições médicas de medicamentos antimicrobianos são feitas de forma inadequada. Além disso, o uso excessivo dos antibióticos não apenas está associado à resistência das bactérias, mas também à elevação dos custos e da morbimortalidade.

O uso racional desses medicamentos é uma das metas definidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para o século 21. “Essa iniciativa foi um ganho para o hospital, pois nós temos uma equipe específica em dois setores que avalia a melhor estratégia farmacoterapêutica para o paciente, otimizando a prescrição e a saúde, através das ações educativas”, avalia Ana Amélia Gonçalves, chefe da farmácia do HGCC.