Seminário discute redesenho da rede materno-infantil no Ceará

12 de setembro de 2019 - 16:55 # # #

Assessoria de Comunicação da Sesa
Repórter:
Martina Dieb
Fotos: Fátima Holanda

Gestores estaduais e municipais, diretores de hospitais polo e maternidades e coordenadores das Regionais de Saúde participaram nesta quinta-feira, 12 de setembro, do II Seminário do Programa Nascer no Ceará. O evento realizado pela Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa) ocorreu no Hotel Plaza Suíte, como parte das ações do Programa Mais Infância Ceará, idealizado pela primeira-dama do Estado, Onélia Leite Santana. A iniciativa visa a redução do adoecimento e da mortalidade materno-infantil no estado.

“Organizando a rede e definindo territórios será necessário ainda um estudo técnico-científico, além de muito planejamento. Quando a gente se propõe melhorar o sistema de saúde, temos que envolver a saúde integral da mulher e da criança a partir da organização da rede materno-infantil. Essa estruturação não pode ser complexa, temos que fazê-la de forma planejada, integrada e pactuada através do modelo regional proposto. Por isso, precisamos da participação e envolvimento dos municípios para isso acontecer”, ressaltou o secretário executivo de Vigilância e Regulação da Saúde do Ceará, Marcos Antônio Gadelha Maia.

O Nascer no Ceará é executado pela Sesa e pretende fortalecer a assistência qualificada durante o pré-natal das gestantes de alto risco, parto seguro e humanizado, apoio ao recém-nascido, além de ofertar planejamento sexual e reprodutivo para mulheres com gestação de alto risco. De acordo com Dagmar Soares, coordenadora do Mais Infância Ceará, as discussões sobre o cuidado integral à saúde da mulher durante a gestação fazem parte da agenda prioritária do Governo do Estado.

“Não existe gravidez sem risco. Trabalhamos o risco habitual, intermediário e de alto risco. Para cuidarmos dessa mulher a gente precisa de uma rede intersetorial que começa no município com serviços de atenção primaria, secundária e terciária. Nosso objetivo nesse primeiro momento é realizar o cuidado integral da mulher. Uma gestação bem cuidada representa um nascer melhor, evitando a prematuridade e possíveis complicações no parto, que podem gerar sequelas na criança para o resto da vida”, afirmou Dagmar.

A Secretaria da Saúde do Ceará vem fortalecendo a linha de cuidado materno-infantil através da melhoria da qualidade assistencial. Com o Nascer no Ceará, a Sesa prevê padronizar a linha de cuidado à gestante, puérpera e criança em todo o estado. Também faz parte do programa normalizar os processos assistenciais de atenção à saúde da mulher e da criança de zero a 24 meses de idade, obedecendo à ação coordenada da atenção primária; realizando estratificação de risco para as gestantes e estabelecendo fluxograma nos diversos pontos da rede de atenção.

“Essa é a segunda etapa do Nascer no Ceará. Fizemos um diagnóstico da rede materno-infantil do Estado para verificar todas as fragilidades e o que foi necessário intervir. Identificamos a necessidade de condutas assistenciais, capacitamos também os profissionais das macrorregiões de Saúde. Agora vamos para uma segunda etapa, na qual acontece a reestruturação da rede em todo o Ceará. Ela acontece em conjunto com os gestores dos municípios para realizar uma ampla discussão sobre a identificação das maternidades seguras. Depois isso, vamos definir o fluxo da rede”, explicou a coordenadora do Programa Nascer no Ceará, Silvana Napoleão, na abertura do evento.

Também participaram do Seminário, a presidente da Associação Cearense de Ginecologia e Obstetrícia (Socego), Liduína Rocha, e o presidente da Maternidade Escola Assis Chateaubriand (MEAC), Carlos Augusto Alencar Júnior. A programação contou ainda com a análise das maternidades do Estado, novas ações propostas pelo Nascer no Ceará, redesenho da rede de assistência ao parto e plenária.

“O grande objetivo é apresentar a realidade das maternidades do estado e dos pontos de atenção de assistência ao parto. Lembrando, que as mortes maternas e neonatais acontecem nas maternidades. Por isso, esse mapeamento é tão importante. A partir dele temos como reconhecer os riscos inerentes às atividades e discutir com gestores estaduais e municipais um redesenho de todos os pontos da Rede de Assistência ao Parto”, declarou.

A médica destacou ainda que a realidade do Ceará é heterogênea. “Isso será apresentado aos gestores para que se apropriem dos dados de suas macrorregiões e repensem nossas propostas. A ideia inicial é tornar as maternidades seguras com o redimensionamento, para as que façam parte da rede do Nascer no Ceará e sejam qualificadas para o atendimento à gestante de alto risco”, completou.