Dia Mundial da Pessoa com Esquizofrenia alerta sobre sintomas e tratamento da doença

23 de maio de 2019 - 15:00 # # #

Assessoria de Comunicação da Sesa

 

Alucinações, delírios, problemas de raciocínio e concentração, falta de motivação. Esses podem ser alguns dos sintomas da esquizofrenia, uma doença mental grave que altera a maneira como a pessoa sente, pensa e se comporta. De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde, 23 milhões de pessoas no mundo são portadoras de esquizofrenia. Somente no Brasil, dois milhões de brasileiros apresentam o distúrbio.

Segundo o psiquiatra e pesquisador do Hospital de Saúde Mental Professor Frota Pinto, Saulo Albuquerque, a doença faz com que as pessoas passem a interpretar a realidade de forma anormal. “Nos períodos em que os sintomas estão ativos, geralmente há alucinações (ver ou ouvir coisas inexistentes), delírios (acreditar em algo que não está acontecendo, como achar que está sendo perseguido, por exemplo), alteração do comportamento e pensamento desorganizado”, afirma.

Em alguns casos, os primeiros sinais da esquizofrenia aparecem entre a adolescência e a fase adulta. É quando, geralmente, muitos pacientes deixam de lado atividades do cotidiano e se isolam do convívio social. Reações estranhas e despropositadas são outras características marcantes no comportamento de quem tem o distúrbio. A falta de informação a respeito doença causa dúvidas e reforça preconceitos. Por isso, Saulo Albuquerque ressalta a importância do Dia Mundial da Pessoa com Esquizofrenia.

Com o lema Esperança Realista e Possibilidades na Vida com Esquizofrenia, a campanha deste ano debate o estigma que existe em torno do distúrbio e as possibilidades de tratamento. “A desinformação, por falta de acesso ou interesse, gera uma série de equívocos sobre a esquizofrenia. Envolvem, entre outras coisas, as causas da doença e o perfil dos portadores, considerados erroneamente por muitos como perigosos, violentos e inaptos para o convívio e para atividades como estudo e trabalho”, comenta o pesquisador.

Diagnóstico e tratamento

Como não existe um exame laboratorial específico para identificar a esquizofrenia, o diagnóstico da doença depende de análise clínica e comportamental e se dá por meio de uma entrevista psiquiátrica cuidadosa feita com o paciente e familiares dele. Os médicos se baseiam em critérios estabelecidos pela CID-10, a Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial da Saúde. Pessoas com esquizofrenia precisam de tratamento com medicação, além de suporte psicossocial. Especialistas acreditam que, quanto mais cedo a doença é tratada, melhor os sintomas são controlados e mais chances a pessoa tem de se recuperar.

Tratamento na Rede Pública de Saúde

Pessoas com transtorno mental podem recorrer à Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). A RAPS oferece serviços como atendimento de saúde mental na unidade básica e leitos psicossociais em hospitais gerais. Além disso, a rede conta com Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e com o Hospital de Saúde Mental Professor Frota Pinto, do Governo do Ceará. O HSM é referência para o atendimento em psiquiatria no estado. Em média, mais de 3 mil pacientes são atendidos por mês na unidade. Integrante da rede hospitalar do Sistema Único de Saúde (SUS), o HSM dispõe de dois hospitais-dia com sessenta leitos distribuídos no atendimento a pessoas com transtornos mentais e usuários de álcool e de outras drogas.