Gêmeas siamesas iniciam reabilitação após cirurgia de separação

1 de novembro de 2018 - 10:40 # #

Assessoria de Comunicação do Hias Diana Vasconcelos
(85) 3256-1574


Foto: Divulgação.

As gêmeas siamesas Maria Ysadora e Maria Ysabelle, pacientes do Hospital Infantil Albert Sabin (Hias), do Governo do Ceará, passaram por mais um processo cirúrgico em São Paulo. A primeira imagem das irmãs nos braços dos pais após o processo de cinco neurocirurgias foi divulgada na quarta-feira, 31 de outubro. A cirurgia de separação das gêmeas ocorreu no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, parceiro do Hospital Albert Sabin no cuidado e atendimento das irmãs cearenses Ysadora e Ysabelle. “Foi um procedimento extremamente complexo. Um atendimento que iniciou aqui e culminou nas cirurgias em Ribeirão Preto. Agora, elas iniciam a reabilitação lá e vêm concluir e receber acompanhamento aqui. Mostrando aí a união da Saúde do país”, destaca o neurocirurgião pediatra Eduardo Jucá, integrante da equipe do Hias que acompanha o caso.

A primeira cirurgia de Ysabelle e Ysadora aconteceu em 17 de fevereiro e durou cerca de sete horas. A segunda, em 19 de maio, com duração de oito horas. A terceira foi em 3 de agosto, também com duração de oito horas. A quarta, em 24 de agosto e, a quinta e última cirurgia, ocorreu de sábado (27) para domingo (28), com mais de 20 horas de duração.
“Foi uma força tarefa, ceca de 40 pessoas envolvidas, como o professor norte-americano James Goodrich e os brasileiros Hélio Machado, Ricardo Oliveira e Marcelo Volpon. E foi emocionante. As meninas estão bem, estão respirando sem a ajuda de aparelhos, a parte fisiológica está bem, movimentação de membros também. Agora é a reabilitação”, comemora Eduardo Jucá.

Chegada ao Sabin

Os pais Diego e Débora contam que só ficaram sabendo da condição das filhas no oitavo mês de gestação. “Foi um susto, você só vê essas coisas pela TV. Mas foi feito todo um planejamento pela equipe médica do César Cals, ficamos internados por 10 dias antes da cesariana”, fala Diego. Depois do nascimento, as gêmeas ainda ficaram internadas por pouco mais de um mês na maternidade e logo depois foram transferidas para o Albert Sabin. O Hospital Geral Dr. César Cals também faz parte da rede pública do Governo do Ceará e é referência no atendimento a gestantes de alto risco e neonatal.

Segundo Eduardo Jucá, o caso das “Marias” não tem antecedentes no país. “É um caso raro, já houve outros no mundo, mas no Brasil é o primeiro”, afirma. “O Albert Sabin é o hospital de neurocirurgia pediátrica de alta complexidade de excelência. Então a avaliação inicial foi toda feita aqui. A família já veio pra cá acreditando que não tinham opções de tratamento para as filhas, aqui eles recuperaram a esperança. Nós sabíamos que havia outros casos no mundo e nós entramos em contato com o Hospital das Clínicas da USP em Ribeirão Preto, que tem a neurologia mais avançada do Brasil”, diz o médico.

Cotidiano

De acordo com o pai das gêmeas, até as cirurgias, a família tentava levar uma rotina normal e as crianças correspondiam ao esforço dos pais. “No banho, enquanto uma se veste, a outra banha na banheira. O mais difícil é quando vão dormir, se uma dormia e a outra não, acabava acordando a irmã”, relata o pai, em tom de brincadeira. A família agora tem outras expectativas, a de voltar para casa e com suas vidas renovadas.