Ceará recebe comitiva dos EUA para fortalecer parcerias

22 de outubro de 2018 - 16:35 # # #

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Parcerias em pesquisas e enfrentamentos a problemas de saúde que são globais podem ser fortalecidas entre os governos do Ceará e dos Estados Unidos. O secretário de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, Alex Azar, cujo cargo equivale ao de ministro da Saúde, esteve em visita oficial ao Ceará para conhecer o sistema de saúde no estado. Impulsionado por parcerias científicas e técnicas, o objetivo principal foi estreitar laços para novas cooperações, principalmente relacionadas à emergência do Zika vírus e reemergência do sarampo.

A comitiva esteve na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Praia do Futuro para conhecer como se dá o atendimento às emergências clínicas, no dia 1º de outubro. Ainda pela manhã participou de evento no Palácio da Abolição com a participação do governador Camilo Santana e do secretário da Saúde Henrique Javi, momento em que foram compartilhadas as experiências dos diferentes sistemas de saúde, considerando suas complexidades e desafios.

O secretário Alex Azar falou sobre como as duas nações podem trabalhar juntas para melhorar e proteger os cidadãos contra ameaças globais à saúde. O governador Camilo Santana explicou sobre a rede estadual de saúde e destacou o esforço que a atual gestão vem fazendo para ampliar a assistência à população cearense.

“A possibilidade de o Ceará estar sendo visto pelo governo norte-americano como uma referência para serviços e de aplicações em ações sanitárias deixa a gente muito convicto de que estamos no caminho correto”, disse Henrique Javi. No fim da manhã, o destino foi a ONG Caviver, que realiza mutirões para atendimento de crianças com síndrome congênita de Zika. À tarde, a comitiva visitou o Hospital Infantil Albert Sabin, com o objetivo de conhecer o atendimento terciário e especializado na pediatria.

“O povo norte-americano ficou muito preocupado com o Brasil em relação às arboviroses, sobretudo quanto ao zika vírus. Nós já temos uma parceria com o governo norte-americano, através do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos), com pesquisas voltadas ao entendimento do mecanismo da doença, mas também para a produção de informação qualificada, de publicação qualificada sobre o assunto. Além disso, um dos assuntos buscados por ele foi exatamente saber como poderemos estreitar essa relação, como os Estados Unidos poderiam colaborar mais conosco em outras áreas, também”, falou o secretário da Saúde do Ceará.

Regionalização

Atualmente, a rede própria do Ceará conta com 11 hospitais e um em construção. Dentre eles, há três hospitais regionais em funcionamento, o que permite que a população do interior receba assistência hospitalar de alta complexidade mais perto de casa, sem necessidade de vir para a capital. Hoje, essa rede pública estadual de saúde garante 1,2 milhão de atendimentos mensais aos cearenses. Na rede de saúde há ainda 19 policlínicas regionais. Há também 25 Centros de Especialidades Odontológicas, sendo 22 regionais e três na capital; 34 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs 24h); 136 municípios atendidos pelo SAMU 192 Ceará, além de Fortaleza e Sobral, que têm SAMU com gestão municipal.

Foi essa rede no Ceará que colaborou para que o Estado garantisse a atenção integral às crianças com a Síndrome Congênita pelo Zika (SCZ) utilizando a estrutura das 19 policlínicas já existentes, criando Núcleos de Estimulação Precoce (NEP). Atualmente, 898 crianças estão cadastradas nos serviços dos NEPs das policlínicas regionais. Destas, 115 têm SCZ e 783 outras patologias como paralisia cerebral e encefalopatia. Ainda no Hospital Infantil Albert Sabin, unidade da rede estadual que é referência em atendimento pediátrico de alta complexidade, 150 pacientes com SCZ são acompanhados por especialistas.

“Talvez o grande destaque seja imaginar que um país que não possui sistema público de saúde tenha se motivado a conhecer como funciona aqui no Ceará, em especial. Diga-se de passagem que a primeira visita do secretário Alex Azar foi justamente ao nosso Estado, com o intuito de observar o funcionamento da rede, de observar como se contextualiza”, explicou Javi. “Nos motiva muito ter esse reconhecimento de um país que não é caracterizado por esse modelo de atenção à saúde”, ressaltou o secretário da Saúde do Ceará.

Enfrentamento ao sarampo

O Ceará teve uma experiência exitosa ao enfrentar a epidemia de sarampo, nos anos de 2013 a 2015. O feito teve repercussão nacional e internacional. Em julho de 2017, o Ceará foi premiado na XV Expoepi, em mostra nacional de experiências bem-sucedidas em vigilância em saúde, do Ministério da Saúde, ao compartilhar a sua experiência de enfrentamento.

As estratégias desenvolvidas pelo Governo do Ceará, por meio da Secretaria da Saúde do Estado, fazem parte de uma cooperação técnica, iniciada em novembro de 2017, com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês), em Atlanta, Estados Unidos, que tentam entender a forma de transmissão do sarampo nos países da América.

Em 2017, o Ceará foi o único estado do Brasil a atingir a meta de vacinar pelo menos 95% do público-alvo e em 2018, um dos primeiros estados a atingir a meta na campanha de vacinação contra sarampo e tem colaborado nos estudos sobre a epidemia da doença no Amazonas e em Roraima. Nesse sentido, o Ceará vem colaborando para interromper a circulação do vírus no Brasil, a fim de manter eliminada essa enfermidade do país. Para tanto, as ações de vigilância epidemiológica, laboratorial e de imunizações são imprescindíveis.

No primeiro semestre de 2018, 60% dos municípios cearenses foram visitados pela equipe de vigilância estadual e 28 já construíram planos operacionais para prevenir a reintrodução do sarampo em seus territórios.