Jovem transplantada comemora conquista da qualidade de vida

29 de junho de 2018 - 11:29 # #

Assessoria de Comunicação do HM - Jéssica Fortes
Foto: Ascom HM

Há um ano, a pernambucana Juliane de Matos, 22, veio para Fortaleza para fazer transplante de pulmão. Com a nova vida, ela já consegue fazer atividades comuns à rotina.

Após um acidente de moto que a deixou em coma por vários dias, a pernambucana Juliane de Matos, 22, foi diagnosticada com bronquiectasia, uma lesão irreversível dos brônquios causada por infecções. Em Garanhuns, Pernambuco, tentou vários tratamentos, mas não teve sucesso. Foi então orientada a procurar o Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes (HM), do Governo do Ceará, referência Norte e Nordeste em transplante de pulmão. “Foi muito difícil receber a notícia de que a minha filha teria que morar em outra cidade e esperar a doação de um órgão para voltar a ter uma vida normal. Ficamos desesperados, nossa família não tinha condições, mas nunca perdemos a fé”, lembra a mãe dela, Maria Eunice.

A expectativa pela doação e a distância da família trouxeram inúmeras dúvidas que afligiram e deixaram mãe e filha inseguras, o que ocorre normalmente com pessoas à espera de um transplante e seus familiares. Estar na fila à espera de um transplante de órgãos é nada fácil. “Será que eu vou conseguir aguentar essa espera? Quando será que vai aparecer um órgão compatível? Será que vai dar certo o transplante? Será que vou voltar a ter uma vida normal?”, eram alguns dos questionamentos da jovem Juliane. Ela mudou-se com a mãe para Fortaleza e entrou na fila do transplante de pulmão, única e última alternativa para voltar a ter uma vida normal.

O pulmão é um dos órgãos mais delicados do corpo humano, só pode ser transplantado quando existe compatibilidade sanguínea e de tamanho da caixa torácica do doador e do receptor. Além disso, é alto o índice de complicações e mortalidade pós-transplante. Juliane aguardou dez meses na fila de espera. No dia 20 de dezembro de 2016, ela foi transplantada.

A recuperação correu bem e hoje, um ano e oito meses após a cirurgia, ela já desfruta de uma vida diferente. “Eu não conseguia andar, vivia cansada, dependia da minha mãe até para tirar a roupa. Depois do transplante é como se tivesse ganho uma nova vida. Hoje consigo ajudar nas tarefas de casa, tomo banho sozinha, voltei a ter uma vida normal, graças a Deus e à doação”, comemora.

Referência

O primeiro transplante de pulmão das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do país foi realizado pela equipe do Hospital de Messejana, em 2011, coordenada pelo cirurgião torácico Antero Gomes Neto. Ele lembra que a primeira cirurgia foi um grande marco para o atendimento aos pacientes com graves problemas respiratórios. “Antes, esses pacientes não tinham alternativa de tratamento, principalmente aqueles que não tinham condições financeiras de viajar para outro estado do país. E desde 2011, o HM dispõe este serviço de alta qualidade para tratar estes pacientes”, explica.

A equipe do Programa de Transplante de Pulmão do HM já soma várias vitórias. Nestes sete anos, foram realizados 42 transplantes pulmonares. Atualmente, quatro pessoas estão na fila, aguardando a doação do órgão. “Temos muito o que comemorar, já que esse tipo de transplante é um dos mais delicados por conta do alto índice de complicações e mortalidade”, diz Antero Neto.

Segundo o coordenador do serviço, além do Ceará, apenas os estados de São Paulo e Rio Grande do Sul são referências em transplantes de pulmão no Brasil. Os bons resultados conquistados pela equipe do Hospital de Messejana devem-se a alguns fatores, dentre eles, a qualidade, competência e dedicação da equipe médica e multidisciplinar do Hospital.

Além de comemorar os resultados positivos, Antero também destaca o ato de doar. “O transplante de pulmão é algo desafiador, dado a complexidade do procedimento. Então, comemoramos cada resultado de sucesso. As pessoas que entram em uma lista de espera por um órgão já esgotaram todas as outras modalidades de tratamento e lhes resta como última e única chance de resgatar a saúde e ter nova vida, o transplante. Na hora da doação, é importante que as pessoas reflitam e compreendam que embora estejam perdendo um ente querido, estão tendo uma oportunidade de dar a vida ao próximo, ao doar os órgãos de um familiar”, fala Antero.

Hospital de Messejana

O Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes é uma unidade terciária, especializada no diagnóstico e tratamento de doenças cardíacas e pulmonares, dispondo de procedimentos de alta complexidade nestas áreas e destacando-se no transplante cardíaco e pulmonar. A instituição é gerenciada pela Secretaria da Saúde do Estado e atende pacientes dos 184 municípios do Ceará e das regiões Norte e Nordeste do país.