Elo de Vida estimula autoexpressão em tratamento de pacientes

17 de maio de 2018 - 16:50 # # # #

Assessoria de Comunicação do HSM - Milena Fernandes / (85) 3101-4348 Fotos: Assessoria de Comunicação do HSM

Se não há limites para a criação, cada obra é única. Nas dependências do Elo de Vida, no Hospital de Saúde Mental Professor Frota Pinto, do Governo do Ceará, os pacientes são estimulados a criar, materializar pensamentos, compartilhar sentimentos. “Utilizamos a arte no processo terapêutico para fazer com que eles coloquem as emoções para fora”, diz a terapeuta ocupacional Sandra Coelho, que coordena o serviço.

O Hospital Dia – Elo de Vida oferece tratamento terapêutico para dependentes de álcool e outras drogas. Por mês, chegam a ser atendidos até 30 pacientes que já passaram pela Unidade de Desintoxicação do hospital ou que já ficaram mais de 15 dias em abstinência. “Eles precisam estar determinados a modificar o estilo de vida deles. Com a vontade de conseguir vencer e o tratamento realizado aqui, a chance de superar a dependência é muito grande”, declara a psicóloga Ana Cristina Kichler.

O tratamento terapêutico realizado no Elo de Vida inclui acompanhamento psiquiátrico, psicológico e social, participação nas atividades esportivas, artísticas, musicais, teatrais, oficinas de DST’s/Aids e Higiene Bucal, além de cursos profissionalizantes realizados com instituições parceiras (Sesc/Senac). Este ano já foram realizados diversos cursos: horta vertical, higiene hospitalar, lanches rápidos e cultivo de flores ornamentais. Além de promover a qualificação dos pacientes, o Elo de Vida também ajuda na reinserção no mercado de trabalho. “A intenção é que eles sejam autônomos e possam trabalhar por conta própria para garantir o sustento da família”, explica Sandra Coelho.

Além de tratar o dependente químico, no Hospital Dia – Elo de Vida os familiares também recebem orientação e aconselhamento para lidar melhor com a situação e até colaborar com a recuperação do paciente. As reuniões com as famílias acontecem todas as quartas-feiras, das 14 às 16 horas. “É um momento de compartilhar com as famílias as preocupações e sentimentos que dificultam o relacionamento familiar, visando a construção de outras possibilidades de convivência com o paciente”, conta Sandra.

Na quarta-feira, 16, um desses momentos foi transformado em homenagem às mães dos pacientes. Eles declamaram poemas, cantaram juntos e entregaram as telas que pintaram especialmente para as mães. A doméstica Francisca Ana de Souza, 62, se emocionou durante a festa e fez questão de dar um depoimento ao grupo. “Antes de vir pra cá, meu filho era muito agressivo. Agora ele está mudando muito com esse tratamento, está mais calmo, mais confiante. Acredito que ele vai se recuperar e sair dessa”, declarou.

A esposa de outro paciente, a dona de casa Aline Marreira, 27, também se pronunciou. “Nós não tínhamos expectativas, nem escolhas. Não sobrava nada, o que tinha era só sofrimento, dor, tristeza. Ele não queria o tratamento, mas depois que aceitou e veio para o Elo de Vida tudo começou a mudar. Eu também recebo orientações e estou conseguindo ajudá-lo. Tenho esperança que dessa vez vai dar certo. Vamos conseguir vencer”, afirmou.

Há quase quatro meses em tratamento no Elo de Vida, o eletricista Joaquim (nome fictício), 37, conta que está preparado para receber alta. “Eu faço uso de drogas desde os 12 anos de idade. Aqui eu consegui ter uma reflexão melhor da vida. Já passei por outras comunidades terapêuticas, mas não cheguei a concluir o tratamento. No Elo de Vida eu realmente encontrei apoio e motivação para mudar meu modo de viver definitivamente. O acompanhamento profissional que eu recebi aqui me fez acreditar que seria possível e hoje eu estou pronto para voltar a conviver bem com a minha família, me dedicar ao trabalho e ficar longe das drogas para sempre”, conclui.

São admitidas no Elo de Vida, pessoas que:
– Fazem uso de álcool ou outra substância química (abuso ou dependência)
– Estão em abstinência (maior ou igual a 15 dias)
– Estão motivadas para o tratamento
– Não são portadoras de transtornos psicóticos ou sociopatias graves
– Não são portadoras de doença clínica, exceto se estiverem em tratamento
– Tenham disponibilidade para tratamento em horário integral (8 às 17 horas)
– Tenham idade maior ou igual a 18 anos

Período de Tratamento
O período de tratamento no Hospital Dia-Elo de Vida será de no mínimo cinco meses, podendo ser prorrogado por decisão da equipe. Ao final deste período, o paciente será encaminhado para tratamento ambulatorial ou para os grupos de mútua-ajuda AA ou NA.