Ações de prevenção reduzem casos de lesão por pressão no HSJ
15 de dezembro de 2017 - 13:59

Dona Maria Pereira tem 76 anos. Desde 2012 foram muitas as internações hospitalares. Primeiro foi um câncer, depois uma infecção no sistema urinário e mais recentemente uma pneumonia. Alguns dos tratamentos foram feitos no Hospital São José (HSJ), da rede pública do Governo do Ceará. Agora em casa, a aposentada continua com os cuidados recomendados pela equipe do HSJ. E uma das principais orientações para a paciente e para a família é sobre a prevenção de lesões por pressão, conhecidas como escaras. “Quando eu cheguei no São José para ficar internada já tinha uma ferida feia no final das costas. Cabia quase uma mão dentro. Passei quinze dias internada e as meninas cuidaram tão bem de mim que minha ferida cicatrizou e minha pele continua direitinho porque minha família segue o que as meninas mandaram fazer”, comemora a aposentada durante uma consulta de revisão no HSJ.
A lesão por pressão ocorre devido à interrupção sanguínea em uma determinada área, que se desenvolve pela pressão aumentada por um período prolongado. “Bastam seis horas de pressão para o risco de lesão se tornar grande”, explica a enfermeira estomoterapeuta do HSJ, Erick Azevedo. A úlcera por pressão, além de prolongar a permanência dos pacientes nos hospitais, aumenta o risco de infecções e pode ainda ser causa de reinternações após alta hospitalar. A prevenção é baseada, principalmente, em quatro diretrizes: avaliação do risco; avaliação da pele e tratamento precoce; sobrecarga mecânica (mudança de decúbito) e uso de superfícies de suporte e educação para os profissionais, família e pacientes.

Profissionais de várias áreas da saúde intensificam a disseminação, no Hospital São José, do trabalho de prevenção às lesões. A equipe de estomoterapia do HSJ faz rodas de orientações e capacitação em todas as unidades do hospital, fortalecendo o cuidado humanizado do paciente, da chegada até o final do atendimento.
Prevenção que ajuda pacientes como a Ana Lúcia (nome fictício), internada há três meses, a ficar longe de infecções que começam com uma vermelhidão na pele e que podem causar sérias complicações. A dedicação da equipe e o suporte estrutural e de insumos na unidade garantiram a queda de incidência de lesões por pressão em pacientes internados nas enfermarias em 2017. O número de casos de lesões desse tipo quase zerou esse ano. “Na admissão do paciente já é avaliada a pele para detectar a existência do risco de lesão e o cuidado deve continuar com muita dedicação e envolvimento de toda a equipe multiprofissional”, diz a enfermeira estomaterapeuta Adriana Bessa.

Redução de casos
Pacientes sedados, por muito tempo no leito, mesmo com colchões adequados, sempre têm o risco. “Não é porque está na UTI que devemos parar de seguir toda a ordem de cuidados com os pés, com a movimentação no leito, junto com a equipe de fisioterapia, para minimizar a pressão, com a alimentação. É uma responsabilidade nossa. Nem sempre dá para evitar, mas dá para cuidar e cuidar bem”, diz a enfermeira da UTI do Hospital São José, Luciene Miranda. Há dois anos, seguindo esse protocolo, os índices de lesão por pressão diminuíram também na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), caindo pela metade no Hospital São José. Passou de 2,8% para 1,4%.
A redução desse índice deve-se também a medidas de prevenção de lesões por pressão desenvolvidas pela Residência Integrada em Saúde do HSJ. Ações educativas nas unidades de enfermaria, orientações a familiares e parentes de pacientes internados sobre as lesões renderam experiências exitosas, as quais foram reconhecidas como um dos principais trabalhos de residentes do Ceará.

A apresentação das atividades dos residentes das diversas áreas de saúde que atuam no HSJ, incluindo os de prevenção a lesões por pressão, aconteceu na Escola de Saúde Pública do Ceará, durante o Encontro de Residência Médica e Multidisciplinar, no dia 8 de dezembro. “Nós estamos inseridos com a estomaterapia do HSJ fortalecendo as ações de prevenção e tratamento de lesões por pressão. São outras mãos interprofissionais nesse trabalho que salvam vidas”, destaca a enfermeira residente Sandra Rafaela Rodrigues.
Fotos: Assessoria de Comunicação do HSJ
Assessoria de Comunicação do Hospital São José
Franciane Amaral
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