Dia Mundial do Diabetes: controle é fundamental para se ter qualidade de vida

14 de novembro de 2017 - 15:52

O diabetes é uma doença crônica que precisa de acompanhamento constante e que pode se tornar mais grave quando não é bem controlada. Hoje, 14 de novembro, Dia Mundial do Diabetes, o Centro Integrado de Diabetes e Hipertensão (CIDH), do Governo do Ceará, reforça a importância da prevenção e dos cuidados em relação à patologia. “Por ser uma doença silenciosa em sua fase inicial, desconhecê-la é um dos fatores mais críticos para o diagnóstico, e com isso fica mais difícil impedir o surgimento das complicações que essa patologia traz”, pontua Adriana Forti, diretora da instituição. O CIDH é referência no atendimento aos portadores com diabetes e hipertensão arterial e atende mais de 29 mil pessoas com uma ou com as duas patologias.

Existem dois tipos de diabetes: com surgimento na infância ou adolescência, o diabetes tipo 1 é caracterizado pela insuficiência na produção de insulina pelo pâncreas. Já o diabetes tipo 2 evidencia-se pela resistência à ação da insulina produzida e normalmente acontece na fase adulta. Mesmo sem sintomas iniciais, a patologia tem alguns fatores de risco para se desenvolver, como  obesidade, consumo excessivo de açúcar e gordura, sedentarismo, abuso de álcool, tabagismo, estresse e histórico familiar.

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Diagnóstico

Mário da Silva Gonzaga, 55, convive com a doença há 17 anos. “O diabetes é uma doença covarde e só se manifestou quando já não tinha mais jeito”, lamenta. Em seu Mário, o sintoma perceptível da presença da doença foi a visão. “Estava fazendo compras em um catálogo e minha vista ficou turva. Não conseguia ver direito. Chegando ao oftalmologista ele indicou que eu fizesse os exames para diabetes e em jejum, minha glicemia deu 580 mg/dl, fui assim diagnosticado com a doença”, conta.

É possível ter qualidade de vida tendo diabetes, mas é preciso ter domínio da doença, já que as consequências do descuido podem ser graves. “A doença não controlada pode levar o paciente a ter muitos problemas na visão, nos pés, nos rins e no coração”, reforça Adriana. Seu Mário, atualmente, segue uma rotina saudável, mas confessa que nem sempre foi assim. “Tive que amputar a minha perna em 2014. Eu já tinha problemas circulatórios antes de desenvolver o diabetes, mas não me cuidei. Muitas vezes abusava nos finais de semana e foi essa a consequência”, lamenta.

Cuidando da alimentação, tomando sua insulina pela manhã e à noite, Seu Mário atualmente vai duas vezes por semana ao CIDH para sessões de fisioterapia. “Cheguei aqui na cadeira de rodas, com a prática dos exercícios passei para o andador e hoje estou com a minha prótese e faço tudo”, comemora e complementa. “O importante é seguir em frente e começar a respeitar a sua vida e isso só é possível quando a gente aceita que ela só vai durar se fizermos por onde”, avalia o paciente.

Acompanhamento

O ideal é que a taxa de glicose no sangue em jejum fique entre 100 e 125 mg/dl. Um importante alerta para evitar o progresso do diabetes tipo 2 é identificar o “pré-diabetes”. Uma pessoa é considerada com a doença quando apresenta valores glicêmicos de 126 mg/dl, em jejum; 200 mg/dl, após duas horas do teste oral de tolerância à glicose ou em qualquer ocasião na presença de sintomas ou HbA1c (exame de hemoglobina glicada) maior ou igual a 6,5%. Os exames podem ser feitos no posto de saúde mais próximo da casa do paciente.

“Uma nova coleta de exames deve ser feita para que seja confirmado o diagnóstico de diabetes”, explica a endocrinologista. Outros fatores de risco para desenvolver a doença são: hipertensão, triglicérides altos, síndrome dos ovários policísticos e bebês que nascem acima de 4 kg. “Exames laboratoriais devem ser feitos, principalmente na população de risco”, diz Adriana Forti.

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Vida saudável

Condições clínicas que frequentemente se associam ao diabetes são doenças que podem ser mantidas sob controle com a prática da alimentação saudável. “A alimentação saudável é condição essencial para uma boa qualidade de vida dos pacientes. A dieta mal controlada, com excesso de sal e açúcar, acarreta inúmeros problemas”, ressalta a nutricionista Marília Holanda.

Manter uma alimentação saudável, praticar atividades físicas e ir ao médico regularmente são importantes para manter o diabetes sob controle. A nutricionista dá algumas dicas: tenha uma boa alimentação, rica em fibras, legumes, verduras e frutas, e com adequado teor de gordura e carboidratos; mantenha o peso corporal adequado; reduza o consumo de sal; frutas e verduras devem ser prioridade na dieta.

Além disso, os alimentos industrializados devem ser evitados, como temperos prontos. Recomenda-se preferência aos temperos naturais como limão, ervas, alho, cebola, salsa, coentro e cebolinha. Evite o consumo de bebidas alcoólicas, principalmente as destiladas, que muitas vezes causam o aumento da pressão. “Outro grande vilão é o refrigerante. Além do excesso de açúcar, contém ainda muito sódio”, explica.

Atividades

A educação é um dos fatores mais importantes para o controle da doença, por isso, a equipe multidisciplinar do CIDH realizou na manhã de ontem, 13 de novembro, ações voltadas para o ensino através da Universidade do Diabetes. Os pacientes receberam orientações sobre os cuidados em diversas áreas, como membros inferiores, saúde bucal, alimentação, insulinização e o autocuidado.

As atividades pelo Dia Mundial do Diabetes continuam na próxima quarta-feira, 22 de novembro. Os pacientes poderão assistir a peça “E se fosse comigo?”, que aborda diversas situações da pessoa com diabetes. Serão duas: uma às 9 horas e outra às 15 horas. A companhia de teatro é do grupo farmacêutico Astrazeneca, de São Paulo.

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Referência

O Centro Integrado de Diabetes e Hipertensão é referência no atendimento a pessoas com diabetes e hipertensão arterial. Para a primeira consulta no CIDH, o paciente é encaminhado pelas Unidades Básicas de Saúde dos municípios. Inicialmente, é atendido pelo setor de enfermagem, onde é avaliado seu histórico, além da aferição da pressão arterial, medição de altura e peso, verificação da glicemia capilar e logo é encaminhado para o médico.

A depender da complicação que o paciente apresenta, ele poderá ser visto pelo clínico ou pelo especialista (cardiologista, nefrologista, vascular, neurologista, oftalmologista). Também será encaminhado ao nutricionista, para orientações sobre os hábitos alimentares e ao fisioterapeuta, caso haja necessidade. Os pacientes também são atendidos na atenção primária, visto que a consulta no CIDH é complementar ao tratamento na atenção primária em saúde. O atendimento ocorre de segunda a sexta-feira, de 7 às 16 horas.

Dicas para manter o diabetes sob controle:

  • Praticar atividades físicas e ir ao médico regularmente
  • Priorizar a alimentação saudável, rica em fibras, com prioridade para legumes, verduras e frutas
  • Manter dieta com adequado teor de gordura e carboidratos
  • Manter o peso corporal adequado
  • Reduzir o consumo de sal

Assessoria de Imprensa do CIDH/Lacen/IPC
Suzana de Araújo Mont’Alverne
suzana.alverne@lacen.ce.gov.br
(85) 3101.1488)