“Eu me sinto como se tivesse ganhado na loteria”, diz doador de medula óssea

1 de setembro de 2017 - 12:01

A chance de se tornar um doador de medula óssea é de um para um milhão. “Eu me sinto como se tivesse ganhado na loteria e que essa minha atitude é dever. Não é um ato heroico, nada mais é do que um dever e acho que todo mundo deveria fazer isso. Imagina a alegria que a pessoa do outro lado deve estar sentindo? Se pra mim foi um presente de aniversário, imagina pra pessoa que precisa do transplante?”, destaca o engenheiro eletricista Rafael Gondim, de Recife, Pernambuco, que doou medula óssea no Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce), da rede pública do Governo do Ceará, na última segunda-feira, 28 de agosto.

Rafael tornou-se doador no dia do aniversário de 32 anos. Ele veio a Fortaleza acompanhado da mulher e do filho de dois anos de idade. “Eu fiz questão de trazer meu filho porque mesmo que ele esteja entendendo nada, quando ele estiver mais velho, vai entender tudo isso. E eu faço questão de mostrar as fotos e explicar a história pra ele”, declarou.
O Hemoce é um dos centros de referência do Nordeste para coleta de medula óssea. Já fez 37 coletas e recebe voluntários de vários estados para realizar o procedimento. O pernambucano Rafael Gondim é um deles. Foi no dia 30 de junho, quando completou 32 anos de idade, que ele recebeu uma ligação que considera ter sido o melhor presente de aniversário. A ligação era do Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea – Redome, informando sobre a compatibilidade genética com um paciente que aguardava o transplante.

banner doacao medula hemoce 02

“Naquele momento, a minha ficha não caiu. Porque como eu havia me cadastrado para ser um doador em 2010, eu já não estava mais lembrando. Mas assim que me dei conta de que existia uma vida dependendo da minha solidariedade, eu tinha uma certeza: vou fazer de tudo que for possível pra ir até o fim”, disse Rafael e destacou: “eu estava com trabalhos agendados, inclusive era pra eu estar em São Paulo. Mas o que pode ser prioridade maior do que salvar uma vida? Compromisso de trabalho, viagem, tudo é adiável. Salvar uma vida não pode esperar”.

Como ser um doador de medula óssea

Para encontrar um doador de medula óssea compatível não aparentado é necessário realizar o cadastro nos hemocentros. No Ceará, o Hemoce é responsável pelo cadastramento. Desde 2000, aproximadamente 172 mil pessoas se cadastraram como possíveis doadores de medula óssea no Estado. Quanto mais pessoas forem cadastradas, maiores são as chances de encontrar doadores compatíveis. Rafael é um dos voluntários que pretende aumentar esse número. “Quando voltar pra minha cidade, pretendo preparar uma campanha, tipo um mutirão para cadastrar possíveis doadores de medula óssea. O que poder fazer para ajudar, vou continuar fazendo”, garantiu.

O cadastro é simples. O voluntário precisa ter entre 18 e 55 anos de idade, estar saudável, não ter tido câncer e apresentar um documento de identificação oficial com foto. Para concluir a etapa, o doador preenche uma ficha com dados pessoais e é coletada uma amostra de 5ml de sangue. Esse material é enviado para um laboratório especializado onde são feitos os exames necessários.

“O que a gente precisa relembrar é que o cadastro só é feito uma vez, mas todas as vezes que o voluntário mudar de telefone, de endereço, é necessário atualizar o cadastro porque no caso de compatibilidade é preciso localizar o doador através dessas informações”, ressaltou Francisca Rodrigues, coordenadora do núcleo de medula óssea do Hemoce.
Foi o que aconteceu com o Rafael Gondim. Como ele tinha realizado o cadastro há 17 anos, de lá para cá, o número de telefone já tinha mudado algumas vezes e no cadastro permanecia o antigo. “Eu só fui localizado porque deixei o contato do número do telefone da casa da minha mãe e por isso eles conseguiram falar comigo”, explica.

Atualizar cadastro de doador é fundamental

Atualizar o cadastro também é simples. Os voluntários que se cadastraram no Hemoce podem enviar um e-mail para nucleo.medula@hemoce.ce.gov.br e informar quais os dados precisam ser alterados. A atualização pode também ser feita no site do REDOME: www.redome.inca.gov.br.

Quando a compatibilidade é identificada, o doador passa por uma bateria de exames para garantir as boas condições de saúde. “São feitos exames como eletrocardiograma, radiografias e exames laboratoriais. É uma segurança tanto para o doador como para o receptor”, enfatizou Francisca Rodrigues.

Desde 2012, o Hemoce já coletou 37 doações de medula óssea, sendo 21 para transplante de medula óssea em outros estados e 16 em outros países (Estados Unidos, França, Itália, Portugal, Canadá, Argentina, Holanda e Turquia).

Fotos: Assessoria de Imprensa do Hemoce

Assessoria de Imprensa do Hemoce
Natássya Cybelly
Contato: (85) 3101-2308
E-mail: natassya.chagas@hemoce.ce.gov.br/ imprensahemoce@gmail.com