Hipertensão arterial não tem cura, mas tem controle

31 de agosto de 2017 - 20:36

Predisposição hereditária, consumo excessivo de bebidas alcoólicas, tabagismo, obesidade, sedentarismo, estresse e uma alimentação rica em sal são alguns dos fatores de risco para a hipertensão arterial. Caracterizada pela elevação da pressão do sangue nas artérias, a doença aumenta consideravelmente o risco de infarto, AVC e de insuficiência renal terminal e precisa ser controlada, e para isso é fundamental o diagnóstico precoce. Referência em atendimento a pacientes hipertensos de alto e muito alto risco o Centro Integrado de Diabetes e Hipertensão sinaliza para a importância da prevenção e do controle da doença. O melhor tratamento para todos os hipertensos é a mudança no estilo de vida, com a adoção de uma dieta balanceada, aliada à prática de exercícios e o uso correto dos medicamentos prescritos pelo médico.

Na maioria dos indivíduos a hipertensão arterial é assintomática, mas há chances de ser percebida com dores no peito, dor de cabeça, tonturas, zumbido no ouvido e visão turva. Recomenda-se que adultos meçam a pressão arterial a cada seis meses, principalmente pacientes que tem fatores de risco para a doença. As crianças não estão livres da doença e devem medir a pressão nas consultas com o pediatra. A hipertensão não tem cura, mas tem controle. “Uma vez controlada o paciente poderá viver muito bem e com qualidade de vida”, explica Marcela França, diretora clínica do CIDH.

Uma pessoa é considerada hipertensa quando os níveis de pressão arterial estão acima de 14 por 9 (≥ 140 e/ou 90mmhg). “Entretanto, para se evitar a hipertensão do jaleco branco, ou seja, o aumento da pressão arterial somente quando o paciente está na presença do médico, para se fazer o diagnóstico de hipertensão deve se ter, pelo menos, duas medidas de 14 por 9, em ocasiões diferentes”, explica Marcela.

Serviço no CIDH

O paciente de primeira vez vem encaminhado pelas Unidades Básicas de Saúde (postos) dos municípios. O usuário inicialmente passa pelo serviço de triagem da enfermagem e, apresentando o perfil de atendimento da unidade, que é de alto risco, é encaminhado para o atendimento médico. A unidade conta com uma equipe multidisciplinar, com médicos especialistas, além de dentistas, nutricionistas, fisioterapeutas e dentistas, e o encaminhamento para os serviços dependerá da avaliação feita. Vale lembrar que o CIDH é uma unidade secundária e oferece atendimento a pacientes com alto risco.

Também será encaminhado ao nutricionista, para orientações sobre os hábitos alimentares e ao fisioterapeuta, caso haja necessidade. Vale lembrar que os pacientes também serão atendidos na atenção primária, visto que a consulta no CIDH é complementar ao tratamento na atenção primária em saúde. O atendimento acontece de segunda a sexta-feira, de 7 às 17 horas.

Perfil do hipertenso

Segundo o Datasus, estima-se que haja 16.934.611 pessoas hipertensas no Brasil e que aproximadamente 10,0% delas apresentam complicações cardiovasculares. O CIDH foi sede e um dos temas de estudo da Agenda Cultural de Informação em Saúde (Acis) realizado pelo Núcleo de Gestão do Conhecimento, Informação e Pesquisa em Saúde (Nucips). O evento reuniu, no dia 30 de agosto, profissionais no auditório da unidade para a apresentação da tese de mestrado sobre o Acesso do Usuário Hipertenso à Atenção Especializada, ministrada pelo Mestre em Saúde Coletiva José Iran Oliveira das Chagas Júnior, que teve como foco o acesso dos usuários aos serviços de atenção especializada nos ambulatórios de cardiologia.

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Com uma abordagem quantitativa, a análise teve a adesão de 465 usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) com hipertensão e focou no acesso de usuários aos serviços de atenção especializada realizado nos ambulatórios de cardiologia em unidades de atenção secundária e terciária, como o Centro Integrado de Diabete e Hipertensão (CIDH), Hospital Dr. Carlos Alberto Studart Gomes (Hospital de Messejana) , Hospital Geral de Fortaleza (HGF) e Hospital Geral César Cals (HGCC). Com os dados coletados entre março e maio de 2016 foi traçado o perfil predominante dos usuários: idosos, sexo feminino e vindos de Fortaleza, Caucaia e Maracanaú. A análise mostrou ainda que 64,4% deles começaram o tratamento no serviço de cardiologia, mas desistiram após um ano nos serviços de atenção primária.

Outros dados importantes foram descritos na apresentação. A análise indicou ainda a distribuição dos usuários de acordo com as instituições participantes: 200 (43,0%) são atendidos no Centro Integrado de Hipertensão e Diabetes (CIDH); 110 (23,6%) no Hospital Geral de Fortaleza (HGF); 105 (22,5%) no Hospital de Messejana e 50 (10,7%) no Hospital Geral Dr. César Cals (HGCC).

A apresentação contou com a presença da Diretora Clínica do CIDH, Marcela França, com a Coordenadora da Gestão da Educação Permanente em Saúde, Silvia Bomfim, e com o médico Policarpo Araújo, que auxilia nos processos da Comissão Coordenadora do Programa de Valorização dos Profissionais da Atenção Básica e do Mais Médicos.

Assessoria de Imprensa – CIDH/ Lacen/ IPC
Suzana de Araújo Mont’Alverne
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