Capacitação para manejo de arboviroses será realizada em Quixadá

30 de junho de 2017 - 14:57

O município de Quixadá, no Sertão Central, recebe capacitação de manejo clínico de arboviroses para médicos no próximo dia 4 de julho, das 13 às 17 horas, na Unicatólica, que fica na Rua Juvêncio Alves, 660, Centro. Será o sétimo evento com essas características no Ceará. Nos seis primeiros, realizados em Fortaleza (três capacitações), Sobral, Juazeiro do Norte e Russas, foram capacitados 339 profissionais para o manejo clínico de doenças como dengue, zika e chikungunya.
A capacitação do manejo clínico das arboviroses reuniu representantes da saúde de 47 municípios da Macrorregião de Saúde do Cariri na última terça-feira, 27 de junho, em Juazeiro do Norte. O evento, realizado no auditório da Faculdade de Medicina de Juazeiro do Norte (FMJ), bateu recorde de público até agora. Na plateia, 166 participantes ouviram atentos as palestras.
O primeiro a falar foi o professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC), Luciano Pamplona, que abordou aspectos epidemiológicos, vigilância e perspectivas para a chikungunya no Brasil e no Ceará. O médico infectologista Pablo Pita, que trabalha no Hospital Regional do Cariri (HRC), da rede pública do Ceará, destacou que a capacitação é fundamental para o atual cenário da saúde no estado.
“Com essa capacitação, acredito que o primeiro cenário a ser modificado será a conduta médica do atendimento inicial, já que principalmente a chikungunya apresenta um aspecto clínico totalmente diferente do que nós atualmente conhecemos, visto que todos os dias nos deparamos com novas situações e complicações provocadas pelo arbovírus”, destacou Pablo Pita.

A médica Ivanir Neves trabalha como plantonista em duas cidades na região do Cariri, Icó e Iguatu. Segundo ela, muitos atendimentos prestados no setor de pediatria apresentam características de arboviroses, principalmente chikungunya. “Acredito que estamos passando por uma situação de alerta, os arbovírus hoje são os principais casos de atendimentos nos postos de saúde, tanto no município do Icó quanto na cidade do Iguatu, e têm acometido crianças e adultos igualmente, causando inclusive quadros graves”, afirmou a médica.

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Doença nova no Brasil, a chikungunya registra casos desde 2014 no estado, por isso a população cearense ainda é muito suscetível. O tratamento assertivo na fase aguda e crônica das enfermidades é fundamental, como destacaram os especialistas no assunto Robério Dias Leite, médico infectologista do Hospital São José – HSJ; Tânia Mara Coelho, infectologista e diretora do HSJ e o presidente do Comitê Estadual de Investigação dos óbitos por Arbovírus, Afonso Bezerra.

“Esse momento aqui é muito propício. Por se tratar de uma doença relativamente nova no Brasil, poucos médicos têm a experiência necessária. Com esse encontro, nós podemos trocar experiência e transmitir conhecimento”, ressaltou Afonso Bezerra. Para ele, quanto mais profissionais de saúde tiverem conhecimento, melhor será o atendimento, menor o risco de a doença se tornar crônica e, principalmente, menor o risco de óbitos por chikungunya.

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“Os municípios precisam despertar para o risco que hoje a população corre. Bastam dois a três casos no município para que em breve vire centenas e milhares de casos a partir daqueles iniciais. Vale lembrar que o mosquito não é seletivo, ele é extremamente democrático. Branco, preto, rico ou pobre, todos podem ser acometidos”, ressaltou o infectologista.
Arboviroses
Arboviroses são as doenças causadas pelos arbovírus, que incluem os vírus da dengue, chikungunya, zika e febre amarela. O Plano Estadual de Vigilância e Controle das Arboviroses, lançado no dia 30 de novembro de 2016, define responsabilidades dos níveis estadual, regional e municipal quanto às ações de vigilância epidemiológica, vigilância laboratorial e controle vetorial em períodos não epidêmicos e endêmicos dessas doenças.
Com o lançamento das Ações Estratégicas de Combate ao mosquito Aedes aegypti, feito pelo governador Camilo Santana, no último dia12 de junho, foi instituído incentivo de R$ 10 milhões para os municípios que atingirem os melhores resultados no enfrentamento às arboviroses. Para receber esses recursos, as cidades cearenses precisam atender a critérios de execução das ações previstas no período de julho a dezembro de 2017, como monitorar permanentemente indicadores que apresentem impacto na redução do número de casos das doenças provocadas pelo mosquito.

*Fotos Assessoria de Comunicação do HRC

Assessora de Imprensa Hospital Regional do Cariri

Raquel Oliveira
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