Hemoce melhora qualidade de vida de pessoas com doença falciforme
16 de junho de 2016 - 14:23
Fotos: Assessoria de Imprensa do Hemoce
O vendedor Ronaldo Pedrosa, 38, descobriu que era portador da doença falciforme quando tinha apenas três anos de idade. De lá para cá, teve que lidar com as dificuldades da doença e ouviu muita gente dizer que ele não sobreviveria por muito tempo. “As pessoas não acreditavam que eu iria viver muitos anos, porque meu irmão faleceu aos 16 anos por conta da doença”, fala. O Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará – Hemoce, da rede pública do Governo do Estado, atende a 430 pessoas com doença falciforme em Fortaleza e no interior. Em alusão ao 19 de junho, Dia Mundial de Conscientização sobre a Doença Falciforme, o Hemoce realizará nesta sexta-feira, 17, a partir das 8 horas, uma blitz educativa informando sobre sintomas e tratamento da doença. A mobilização ocorrerá na sede do Hemoce, que fica na Av. José Bastos, 3390, Rodolfo Teófilo.
De acordo com o médico Osanildo Nascimento, coordenador do ambulatório de hemoglopinopatias do Hemoce a doença falciforme, conhecida também como anemia falciforme, é hereditária e provoca má formação nas hemácias (glóbulos vermelhos). “As células normais são arredondas e maleáveis. Com as alterações, essas células passam a ter um formato de meia lua ou foice, impedindo a circulação do sangue e oxigênio para tecidos e órgãos, causando várias complicações”, explica. Dentre os principais sintomas estão: dores nas articulações, anemia, olhos amarelados, atraso no desenvolvimento e crescimento infantis, inchaço nos punhos, tornozelos, além de aumentar o risco de infecções, AVC.
A doença, como não tem cura, precisa de um tratamento permanente para que as pessoas com a anemia possam ter uma vida dentro da normalidade. Regularmente, Ronaldo realiza acompanhamento no ambulatório de hemoglobinopatias do Hemoce com uma equipe multidisciplinar e recebe as medicações para manter uma rotina livre das dores e incômodos que a doença provoca. “Quando vem as crises, você sente dores muitos fortes nas articulações que impede de realizar atividades comuns da rotina, mas com o acompanhamento e os remédios, eu consigo ter uma vida tranquila, trabalhar e minha expectativa agora é de viver até a velhice”, ressalta. Hoje Ronaldo Pedrosa é presidente da Associação Cearense das Pessoas com Doença Falciforme que conta com 50 associados. “A gente troca experiências, realiza palestras mensalmente para familiares e amigos com objetivo de informar sobre a doença e um dá força para o outro”, diz.
Uma equipe formada por hematologistas, enfermeiros, psicólogos, ortopedistas e fisioterapeuta faz o acompanhamento dos pacientes. A principal forma para diagnosticar é através do teste do pezinho, que é realizado logo nos primeiros dias de vida das crianças. Outra forma é o exame de sangue eletroforese de hemoglobina, que é realizado em crianças com mais de seis meses e em adultos. Quando a doença falciforme é identificada na infância, os pacientes são encaminhados para o Hospital Infantil Albert Sabin (Hias), também da rede pública do Governo do Estado. A partir dos 18 anos, o tratamento é feito no Hemoce.
Na rede pública da Secretaria da Saúde do Estado, os hospitais que garantem o teste do pezinho a todas as crianças que nascem em suas unidades ou são internadas na UTI neonatal são, em Fortaleza, o Hospital Infantil Albert Sabin, o Hospital Waldemar Alcântara, o Hospital Geral César Cals, o Hospital Geral de Fortaleza (HGF), o Hospital e Maternidade José Martiniano de Alencar e, no interior, o Hospital Regional Norte (HRN), que fica em Sobral.
Assessoria de Imprensa do Hemoce
Natássya Cybelly
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