Saúde promove diálogo sobre doação de órgãos e fases do luto

29 de abril de 2016 - 14:19

“Doação e as fases do luto” é o tema da exposição dialogada que a Central de Transplantes da Secretaria da Saúde do Estado promove nesta sexta-feira, 29 de abril, a partir das 14 horas, com o psicólogo e tanatólogo Aroldo Escudeiro, para ajudar os profissionais das Comissões Intra-Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) a qualificar a entrevista familiar para a doação. A tanatologia é ferramenta dos profissionais de saúde para humanizar a relação com as famílias de potenciais doadores de órgãos e tecidos para transplantes. Como ciência, tem como objetivo geral estudar os processos do morrer e do luto. Na Psicologia, estuda as reações psíquicas relacionadas ao fator morte e tem como objeto de estudo a família, médicos e pacientes em fase terminal.

No processo de doação de órgãos, após o diagnóstico de morte encefálica, a família deve ser consultada e orientada sobre a possibilidade da doação. A entrevista deve ser clara e objetiva, informando “que a pessoa está morta e que, nesta situação, os órgãos podem ser doados para transplante”. A conversa pode ser realizada pelo próprio médico do paciente, pelo médico da UTI ou pelos membros da CIHDOTT, que prestam todas as informações que a família necessitar. A exposição dialogada vai orientar o reconhecimento do processo de luto e as reações que a perda pode provocar, para que dessa forma possam melhor administrar essas situações e reduzir a negativa familiar à doação.

O Ceará tem 62 hospitais notificantes de potenciais doadores, públicos, privados e filantrópicos, cadastrados no Ministério da Saúde. Das 18 Comissões Intra-Hospitalares formalizadas no Estado, 14 delas funcionam em Fortaleza, duas em Sobral e duas no Cariri. O processo de doação começa com a identificação e manutenção dos potenciais doadores. O profissional da CIHDOTT realiza avaliação das condições clínicas do potencial doador, da viabilidade dos órgãos a serem extraídos e faz entrevista para solicitar o consentimento familiar da doação dos órgãos e tecidos.  Em seguida, os médicos comunicam à família a suspeita da morte encefálica, realizam os exames comprobatórios do diagnóstico, notificam o potencial doador à Central de Transplantes, que repassa a notificação à CIHDOTT. Nos casos de recusa da doação, o processo é encerrado.

O Brasil tem hoje o maior sistema público de transplantes do mundo, no qual cerca de 95% dos procedimentos e cirurgias são feitos com recursos públicos. O Ceará, anualmente, fica entre os Estados que mais realizam transplantes de órgãos no país, com recordes sucessivos. Além do elevado nível de especialização e excelência das equipes transplantadoras no Ceará e do trabalho das comissões intra-hospitalares, um dos principais fatores que contribuem para o crescimento no número de transplantes é a solidariedade característica dos cearenses. Para ser um doador não precisa deixar mais nada por escrito. Basta avisar a sua família sobre a sua vontade de doar e ajudar a salvar vidas.

Em 2015, o Ceará estabeleceu o novo recorde de 1.433 transplantes realizados no ano. Além dessa marca,  o Ceará tem a melhor taxa de transplantes de fígado do Brasil, é o terceiro estado do país em doadores efetivos de tecidos e órgãos e tecidos para transplantes por milhão da população (pmp) e também o terceiro em transplantes de órgãos de doadores falecidos, conforme dados do Registro Brasileiro de Transplantes (RBT) relativo ao ano de 2015. Este ano, o Estado já superou o número de transplantes de córnea e coração realizados no primeiro quadrimestre do ano passado e, até a sexta-feira, 22 de abril, realizou 406 transplantes em 2016 – 64 de rim, 7 de coração, 42 de fígado, 1 de pulmão, 18 de medula óssea (10 autólogos e 8 alogêncios), 272 de córnea e 2 de esclera.

Serviço
Exposição dialogada “Doação e as fases do luto”
Sexta-feira, 29 de abril – 14 horas
Auditório Waldir Arcoverde
Avenida Almirante Barroso, 600 – Praia de Iracema

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