Banco de Olhos assegura qualidade de córneas para transplantes

28 de abril de 2016 - 12:44

Foto: Assessoria de Comunicação do HGF

O Banco de Olhos do Hospital Geral de Fortaleza, o único público no Ceará, é referência na captação, preservação e distribuição de córneas para os centros transplantadores de Fortaleza. Neste ano, até a última quarta-feira, 27 de abril, o Banco de Olhos do HGF armazenou 147 córneas. Desse total, 25 foram captadas no próprio HGF. “Ter um Banco de Olhos contribui muito no crescimento das doações, juntando mais técnica e qualidade de avaliação das córneas, o que ajuda a preservá-las”, fala Marília Cavalcante Araújo, oftalmologista do HGF, hospital da rede pública do Governo do Estado. .

A nossa história de doação e transplante é de uma criança. Luís Henrique, 8 anos, é um dos pacientes transplantados no HGF, este ano. Diagnosticado com úlcera de córnea em estágio avançado, Luís precisou fazer o transplante de córnea. “Percebi quando apareceu uma lesão branca dentro do olho do Luís. Foi quando descobrimos que ele tinha uma úlcera corneana e precisava de um transplante”, fala a mãe Lidiane Sousa Ferreira, 27. E Luís Henrique completa: “eu tive medo só antes da cirurgia, mas depois passou, porque voltei a ver”. De acordo com Marília Araújo, quanto mais cedo forem detectados os problemas de visões nas crianças, melhor é o tratamento que ela irá receber. “No geral, a criança pode ter vários problemas de visão, vai depender muito do que for para poder se tratado especificamente. Os pais têm que estar sempre em alerta, precisa avaliar o que a criança tem, como por exemplo, uma secreção ou vermelhidão, o que não é normal ter”, ressalta.

A córnea é a superfície transparente que cobre o centro do olho e constitui a sua importante lente. Quando a córnea se torna opaca por doenças, trauma, infecção ou outra causa, a visão pode diminuir drasticamente. Como não existe um substituto para este tecido, o transplante depende exclusivamente da doação de córnea. O Ceará já superou o número de transplantes de córnea no primeiro quadrimestre deste ano. Até esta quarta-feira, 27, foram feitos no Estado 285 transplantes de córnea, enquanto que nos quatro meses iniciais de 2015 o índice foi de 261.

No Banco de Olhos do HGF, as córneas captadas em todos os hospitais do Estado – públicos e privados – são preparadas, armazenadas e disponibilizadas para a Central de Transplantes, responsável pela fila de espera. O Banco de Olhos realiza também a distribuição das córneas aos Centros Transplantadores de Fortaleza, Sobral e Barbalha. Existem, no total, nove centros em todo o Estado. Além das córneas oriundas de hospitais, o Banco de Olhos do HGF também capta córneas de doadores que vieram a óbito em casa. Para isso, a família precisa entrar em contato com o serviço para comunicar o desejo da doação.

Todas as córneas recebidas no Banco de Olhos passam por um processo de preparo e preservação em uma solução específica de antibióticos e nutrientes que mantêm os tecidos vivos e aptos para a doação por até 14 dias. As córneas passam também por exames sorológicos (para descartar possíveis doenças infectocontagiosas) e por uma análise biomicroscópica, onde são avaliados diversos aspectos como boa vitalidade e transparência, sequelas de traumas ou procedimentos cirúrgicos, neoplasias, anormalidades congênitas ou adquiridas, cicatrizes, entre outros. Após essa criteriosa avaliação, as córneas são armazenadas em câmaras frias onde ficam submetidas a uma temperatura de 4° C até a data da cirurgia do transplante.

O Banco de Olhos do HGF funciona 24 horas. Qualquer pessoa com mais de 2 e menos de 70 anos de idade pode ser um doador de córneas. A doação pode ser realizada até seis horas após o óbito, caso o doador não esteja em unidade hospitalar. Em unidades hospitalares, a doação pode ser feita até 24 horas após o óbito.

Assessoria de Comunicação do HGF
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