Bons hábitos previnem e controlam hipertensão

25 de abril de 2016 - 20:13

26 de abril é o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, doença que atinge um em quatro pessoas adultas no Brasil. A hipertensão é responsável por 40% dos infartos, 80% dos derrames e 25% dos casos de insuficiência renal terminal, segundo a Sociedade Brasileira de Hipertensão. Diante da gravidade do quadro, o Centro Integrado de Diabetes e Hipertensão faz um alerta para a prevenção e controle da doença. Unidade da Secretaria da Saúde do Estado, referência em atendimento a pacientes hipertensos e diabéticos de alto e muito alto risco, realizou somente no período de janeiro deste ano a 20 de abril 5.579 atendimentos a pacientes com diagnóstico de hipertensão. O CIDH tem  equipe multidisciplinar composta por nutricionistas, endocrinologistas, neurologistas enfermeiros, fisioterapeutas, cirurgiões dentistas, cardiologistas, oftalmologistas e enfermeiros.

Doença crônica e caracterizada pela elevação da pressão do sangue nas artérias, a hipertensão é assintomática. “A hipertensão arterial normalmente não dá sintoma, a não ser que suba muita rapidamente e para valores muito elevados. Nesse caso, o paciente apresenta um quadro intitulado de “crise hipertensiva” e apresenta sintomas como dor de cabeça, náuseas, vômito e tontura”,  explica a cardiologista do CIDH, Ana Lúcia de Sá Leitão. Como foi o caso do vigilante Antônio de Assis Ferreira da Silva de 60 anos, atendido no CIDH há vinte e um anos. “Não sabia que tinha a doença. Passei dias e dias me sentindo mal, com muita dor de cabeça. Mas um dia tive muita falta de ar, um peso no peito, foi quando decidi ir ao médico e fui diagnosticado”, disse.

Uma pessoa é considerada hipertensa quando os níveis de pressão arterial estão acima de 14 por 9 (≥ 140 e/ou 90mmhg). “Entretanto, para se evitar a hipertensão do “jaleco branco”, ou seja, o aumento da pressão arterial somente quando o paciente está na presença do médico, para se fazer o diagnóstico de hipertensão deve se ter, pelo menos, duas medidas de 14 por 9, em ocasiões diferentes”, enfatiza a cardiologista. Vários são os fatores de risco para a hipertensão arterial. Entre eles está a predisposição hereditária, a obesidade, o diabetes,  o consumo excessivo de sal e álcool, estresse e sedentarismo. “Além disso, o uso abusivo de fármacos, como corticoide, vasoconstrictor nasal, anti-inflamatórios e o uso de anticoncepcionais, principalmente nas mulheres obesas”, ressalta Ana Lúcia de Sá Leitão.

O diagnóstico precoce é muito importante.Os adultos devem medir a pressão a cada seis meses, principalmente que tem casos de hipertensão na família. As crianças não estão livres da doença e devem medir a pressão nas consultas com o pediatra. A hipertensão não tem cura, mas tem controle. “Uma vez controlada o paciente poderá viver muito bem e com excelente qualidade de vida”, frisa a médica. Com idas regulares ao CIDH, Antônio diz que mudou seu estilo de vida. “Hoje quase não bebo nem como a minha panelada. Tento comer muita fruta”, conta. O bom desempenho do tratamento também depende do bom uso medicação, que deve ser prescrita pelo médico.

Bons hábitos

O melhor tratamento para todos os hipertensos é a mudança no estilo de vida, com a adoção de uma dieta balanceada, aliada a prática de exercícios pelo menos três vezes na semana. A nutricionista do Centro Integrado de Diabetes e Hipertensão, Roseane Feitosa Oliveira dá algumas dicas:

– Fracione a alimentação, ou seja, coma de três em três horas.
– Faça atividades físicas.
– Reduza o consumo de sal.
– Consumir carne vermelha no máximo duas vezes por semana. “É importantíssimo dar prioridade às carnes brancas”.
– Frutas e verduras devem ser prioridade na dieta.
– Por terem um alto teor de sódio, os alimentos industrializados devem ser evitados.
– Evite o consumo de bebidas alcoólicas, principalmente as destiladas, que muitas vezes causam o aumento da pressão.
– Refrigerantes devem ser evitados. “Além do excesso de açúcar, os refrigerantes contem muito sódio”.
– O excesso de cafeína deve ser evitado.
– O consumo de castanhas, nozes e gergelim (todos sem sal) auxiliam a baixar o mau colesterol (LDL) e subir bom colesterol (HDL).

Atendimento no CIDH

O paciente de primeira vez vem encaminhado pelas Unidades Básicas de Saúde dos municípios. Em Fortaleza, a prioridade são os pacientes encaminhados pelas Unidades Básicas de Saúde das Regionais II e VI da Prefeitura. O paciente inicialmente é atendido pelo setor de enfermagem, onde é avaliado seu histórico, além da medição da pressão, peso, a glicemia capilar e logo é encaminhado para o médico. A depender da complicação que este paciente apresenta, ele poderá ser visto pelo clínico ou pelo especialista (cardiologista, nefrologista, vascular, neurologista, oftalmologista).

Também será encaminhado ao nutricionista, para orientações os hábitos alimentares e ao fisioterapeuta, caso haja necessidade. Vale lembrar que os pacientes também serão atendidos na atenção primária, visto que a consulta no CIDH é complementar ao tratamento na atenção primária em saúde. O atendimento acontece de segunda a sexta-feira, de 7 às 17 horas.

Assessoria de Imprensa – CIDH/IPC/ Lacen
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