Profissionais do Hospital Albert Sabin apresentam estudo de caso na Europa
27 de fevereiro de 2014 - 18:56
O sucesso do novo protocolo clínico no atendimento a crianças e adolescentes com hidrocefalia no Hospital Infantil Albert Sabin (Hias) virou um estudo de caso, que agora será apresentado no 24º Congresso da Sociedade Europeia de Neurocirurgia Pediátrica (em inglês, ESPN – European Society for Pediatric Neurosurgery), realizado em conjunto com a Sociedade Brasileira de Neurocirurgia Pediátrica e a Sociedade Indiana de Neurocirurgia Pediátrica. O evento científico acontecerá nos dias 4 a 7 de maio, em Roma – Itália, e contará com a presença de especialistas de diferentes países para discutir questões multidisciplinares de diagnóstico, tratamento e reabilitação de doenças que acometem o sistema nervoso.
A equipe formada por três enfermeiras e um neurocirurgião pediátrico do Hospital Albert Sabin (Hias) é a única que fez apresentação oral no X Congresso Brasileiro de Neurocirurgia Pediátrica, realizado em João Pessoa – PB, e teve seu trabalho aprovado para o congresso europeu. A equipe é formada pelos profissionais que atuam no Bloco F – unidade de tratamento de pacientes neurocirúrgicos do Albert Sabin: Patrícia Kozempa, mestre em Enfermagem; Suzane Tavares, especialista em Pediatria; Sâmya Lobo, mestre em Enfermagem, e Carlos Eduardo Jucá, neurocirurgião pediatra.
Com o tema “O impacto do protocolo de enfermagem no manejo da Derivação Ventricular Externa (DVE) na unidade de neurocirurgia pediátrica”, o trabalho trata-se de um relato da experiência vivenciada pela equipe na implantação do sistema de DVE como prática clínica no Albert Sabin, beneficiando não apenas ao paciente, mas também ao acompanhante e ao Hospital, evitando perdas acidentais dos cateteres. “A gente criou uma rotina de cuidados em relação aos curativos, à equipe e às acompanhantes”, explica Suzane Tavares.
Segundo a enfermeira, a cada mês, 5 cateteres eram perdidos na troca de curativos ou pelo mal posicionamento das mães na hora de segurar a criança. Ou seja, a perda acidental era de 60 por ano, gerando mais custos para o Hospital e estresse para mães e filhos por causa de uma nova cirurgia para substituição do cateter. Em 2012, período em que o novo protocolo clínico foi implantado, isso mudou. Do total de 83 crianças tratadas com o uso da DVE, somente 4 cateteres foram perdidos acidentalmente. “Fizemos um treinamento com enfermeiros e técnicos de enfermagem, individualmente, e orientamos as mães. É uma educação continuada com a equipe”, diz.
Derivação Ventricular Externa (DVE)
A hidrocefalia é uma doença que provoca um acúmulo de líquido no interior da cavidade craniana, tendo o uso da Derivação Ventricular Externa (DVE) como parte do tratamento. A DVE é um sistema fechado de drenagem usado em procedimento neurocirúrgico, que controla a drenagem liquórica em pacientes com complicações ventriculares. O cateter para DVE é implantado através de procedimento neurocirúrgico e pode ter complicações graves como infecção do sistema nervoso central, que podem ser prevenidas com medidas simples. Os cuidados específicos com o sistema de drenagem dizem respeito ao posicionamento da criança e do próprio sistema.
Segundo Patrícia Kozempa, coordenadora de enfermagem do Bloco F – unidade de tratamento de pacientes neurocirúrgicos do Albert Sabin, discutir os cuidados de enfermagem com o sistema de DVE entre outros benefícios garante eficácia do cuidado e reduz os riscos de complicações e consequente comprometimento do quadro clínico da criança. É necessário manipular corretamente o sistema de DVE, resultando em um tratamento e prognóstico mais satisfatório para o paciente. “É mais vantagem para a criança: menos risco de infecção, menos tempo de internação e menos complicações cirúrgicas. E até mesmo, evita estresse pra a família”, ressalta.
Para a equipe de enfermagem da neurocirurgia do Albert Sabin, participar do 24º Congresso ESPN é mais uma forma de reconhecimento dos profissionais. “Porque está levando os nossos cuidados, a nossa prática clínica para a Europa, para o Mundo”, declara a enfermeira Suzane Tavares.
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