Oficina destaca práticas alimentares na prevenção do câncer

24 de abril de 2013 - 18:41

 

Os tipos de câncer que se relacionam aos hábitos alimentares estão entre as seis primeiras causas de mortalidade por câncer no Brasil. O perfil de consumo de alimentos que contêm fatores de proteção está abaixo do recomendado em diversas regiões do país. De acordo com uma pesquisa do Ministério da Saúde, que em 2010 entrevistou 54.367 pessoas, o padrão alimentar no país mudou para pior. É o caso do Nordeste, que tem registrado nos últimos anos aumento da ocorrência de câncer de mama, cólon e próstata relacionado à incorporação de hábitos alimentares prejudiciais à saúde, conforme atesta o coordenador do Comitê Estadual de Controle do Câncer,Luis Porto.

Para capacitar os serviços municipais de nutrição a enfrentar o problema, a Secretaria da Saúde do Estado está realizando de 24 a 26 de abril, a Oficina de Capacitação de Multiplicadores para Promoção de Práticas Alimentares Saudáveis e Prevenção do Câncer, com a participação de 60 profissionais de saúde de municípios das 22 regiões de saúde. A oficina, ministrada por técnicos do Instituto Nacional do Câncer (INCA), acontece das 8 às 17 horas no hotel Mareiro, Avenida Beira Mar, 2380, Meireles.

Frutas, verduras, legumes e cereais integrais contêm nutrientes, tais como vitaminas, fibras e outros compostos, que auxiliam as defesas naturais do corpo. Esses tipos de alimentos também podem bloquear ou reverter os estágios iniciais do câncer. Segundo o INCA, hoje já está estabelecido que uma alimentação rica nesses alimentos ajuda a diminuir o risco de câncer de pulmão, cólon e reto, estômago, boca, faringe e esôfago. Provavelmente, reduzem também o risco de câncer de mama, bexiga, laringe e pâncreas, e possivelmente o de ovário, endométrio, colo do útero, tireoide, fígado, próstata e rim. As fibras, apesar de não serem digeridas pelo organismo, ajudam a regularizar o funcionamento do intestino, reduzindo o tempo de contato de substâncias cancerígenas com a parede do intestino grosso.

De acordo com a pesquisa do Ministério da Saúde, apesar de consumir mais frutas e verduras, o brasileiro continua a comer muita carne gordurosa e tem optado por alimentos práticos, como comidas semiprontas. A ingestão de fibras também é baixa. O feijão, alimento rico em ferro e fibras, que tradicionalmente fazia o famoso par com o arroz, perdeu espaço na mesa dos brasileiros. Outro dado negativo é que os refrigerantes e sucos artificiais têm ganhado espaço na preferência dos brasileiros. Os jovens também preferem alimentos como hambúrguer, cachorro-quente, batata frita que incluem a maioria dos fatores de risco alimentares e praticamente não apresentam nenhum fator protetor.

Alguns tipos de alimentos, se consumidos regularmente durante longos períodos de tempo, parecem fornecer o tipo de ambiente que uma célula cancerosa necessita para crescer, se multiplicar e se disseminar. Neste grupo estão incluídos os alimentos ricos em gorduras, tais como carnes vermelhas, frituras, molhos com maionese, leite integral e derivados, bacon, presuntos, salsichas, lingüiças, mortadelas, dentre outros. Existem também os alimentos que contêm níveis significativos de agentes cancerígenos, como picles, salsichas e outros embutidos e alguns tipos de enlatados. Já os defumados e churrascos são impregnados pelo alcatrão proveniente da fumaça do carvão, o mesmo encontrado na fumaça do cigarro. Os alimentos preservados em sal, como carne-de-sol, charque e peixes salgados, também estão relacionados ao desenvolvimento de câncer de estômago em regiões onde é comum o consumo desses alimentos.

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