Corpo a corpo e muitas fotos na ida de Lula e Cid ao Centro de hanseníase
O contato dos moradores do Centro de Convivência Antônio Diogo, em Redenção, foi corpo a corpo com o ex-presidente Lula e com o governador do Estado, Cid Gomes, na tarde desta sexta-feira, 1º de março. Todos queriam um aperto de mão, abraço ou uma palavra. Quem não tinha máquina fotográfica, fez fotos pelas câmeras dos celulares. Acompanhados do secretário da saúde do Estado, Arruda Bastos, Cid e Lula estiveram na varanda de uma das 64 casas do Centro, que abriga ex-pacientes da hanseníase, e vivem com as sequelas da doença. Muitos em cadeiras de rodas. Em seguida foram ao prédio do teatro dentro da ex-colônia com 85 anos de referência no tratamento da doença. Lá, Lula, que em 2007 instituiu pensão indenizatória para pacientes de hanseníase, hoje no valor de R$1080,00, falou: “o Brasil tem que fazer justiça. Precisa acabar com a hanseníase”. Já o governador Cid Gomes afirmou que discutirá com José Arimatéia Costa, conhecido como Pireli, morador do Centro de Convivência Antônio Diogo e integrante da Comissão de Hanseníase do Ministério da Saúde, o futuro do projeto de melhoria de vida das vítimas de hanseníase, prevenção e controle no Ceará.

O Centro de Convivência Antônio Diogo é a unidade mais antiga da Secretaria da Saúde do Estado. Fará em agosto 85 anos de existência e de referência no tratamento de hanseníase. Nesse período o Ceará já teve 24 governadores e nunca um ex-presidente havia visitado o local. Atualmente há no Brasil 33 ex-colônias. Abrigam principalmente ex-pacientes que, por problemas de adaptação física ou opção, permanecem nos antigos hospitais. No Ceará, além do Centro de Convivência Antônio Diogo, fundado em 1928, há em Maracanaú o Centro de Convivência Antônio Justa. Hoje, vivem no Centro Antônio Diogo 152 pessoas. São 51 ex-pacientes e familiares. Há dois pavilhões que abrigam ex-pacientes sem familiares. O pavilhão masculino abriga nove ex-pacientes e, o feminino, oito. Há, ainda, 64 casas, quase todas ocupadas por famílias de ex-internos.

A prioridade do Centro de Convivência Antônio Diogo é o trabalho de reintegração social dos ex-internos. O grupo de convivência de ex-pacientes se reúne todas as sextas-feiras em oficinas de ressocialização. No Centro de Convivência funciona uma sapataria especializada em calçados para pacientes vivendo com as sequelas provocadas pela doença. São sandálias feitas sob medidas para quem perdeu partes dos membros inferiores e precisam de sandálias adaptadas para garantir proteção, mobilidade e mais qualidade de vida. Para melhorar o movimento das pernas e braços, em muitos casos incompletos devido a doença, há uma unidade de fisioterapia.
Lá, dentro da área do Centro de Convivência Antônio Diogo, funciona ainda uma Unidade Básica de Saúde onde atua uma equipe de Saúde da Família mantida pelo SUS através da Prefeitura de Redenção. A unidade também faz o diagnóstico de hanseníase para todos os municípios da região. Em todo o Ceará, nos últimos seis anos, foram diagnosticados 13.761 casos novos de hanseníase.
A hanseníase é uma doença infecciosa, contagiosa, causada pelo bacilo de Hansen (Mycobacterium leprae). Não é hereditária e a evolução depende de características do sistema imunológico da pessoa que foi infectada. Apresenta múltiplas manifestações clinicas e se exterioriza, principalmente por lesões dos nervos periféricos e lesões cutâneas. Em um país endêmico como o Brasil, em qualquer pessoa com alteração de sensibilidade na pele deve-se pensar em hanseníase. Situações de pobreza como precárias condições de vida, desnutrição, alto índice de ocupação das moradias e outras infecções simultâneas podem favorecer o desenvolvimento e a propagação da hanseníase.
Os sinais e sintomas mais frequentes da hanseníase são manchas e áreas da pele com diminuição de sensibilidade térmica (ao calor e frio), tátil (ao tato) e à dor, que podem estar em qualquer parte do corpo, principalmente nas extremidades das mãos e dos pés, na face, nas orelhas, no tronco, nas nádegas e nas pernas. A transmissão se dá entre pessoas. Uma pessoa doente que apresenta a forma infectante da doença (multibacilar), estando sem tratamento, elimina o bacilo pelas vias respiratórias (secreções nasais, tosses, espirros), podendo assim transmiti-lo para outras pessoas suscetíveis. O bacilo de Hansen tem capacidade de infectar grande número de pessoas, mas poucas pessoas adoecem porque a maioria tem capacidade de se defender contra o bacilo. O contato direto e prolongado com a pessoa doente em ambiente fechado, com pouca ventilação e ausência de luz solar, aumenta a chance da pessoa se infectar. Assim que a pessoa doente começa o tratamento deixa de transmitir a doença.
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