CSS é imperativo ético de justiça social, diz Fonsêca em artigo
18 de novembro de 2010 - 17:08
JORNAL O POVO | FORTALEZA, QUINTA, 18 DE NOVEMBRO DE 2010
Quero exaltar a concepção democrática do O POVO ao abrigar a opinião do colunista Erivaldo Carvalho, vigorosamente contrária à Contribuição Social para a Saúde (CSS), inclusive com observações pretensamente jocosas em relação ao competente ministro da Saúde, e a grata satisfação de ler a opinião equilibrada de Plínio Bortolotti, diretor Institucional do Grupo de Comunicação O POVO.
Sua análise sobre a justeza social e os efeitos benéficos cumulativos desta contribuição para um imenso contingente que depende do SUS para cuidar da saúde põe o debate em alto nível e fortalece a posição dos que defendem a necessidade de mais recursos para a saúde como um imperativo ético e democrático.
Destaco, no entanto, uma grande linha de ação do SUS que beneficia a todos os brasileiros. O Ministério tem previsão de gasto de R$ 2.679.515.069,13 para aquisição de vacinas, soros e imunobiológicos em 2011, com a finalidade de disponibilizar 415.085.185 de doses das vacinas.
Este ano foram incorporadas mais duas vacinas: 13 milhões de doses da pneumocócica e oito milhões da meningocócica. O Programa Nacional de Imunização tem reconhecimento internacional por sua abrangência, altas coberturas e grande eficácia e efetividade em erradicar a poliomielite e reduzir significativamente óbitos de crianças por difteria, tétano, coqueluche, rotavírus, sarampo e outras doenças imunopreveníveis.
A mobilização nacional de milhares de profissionais do SUS conseguiu efetivar a maior campanha do mundo de vacinação contra o vírus H1N1, revertendo a tendência de epidemia. Temos, no SUS, gestores e profissionais competentes, comprometidos e éticos.
O que falta, na maioria das vezes, é condição de trabalho e pessoal para cuidar da população com qualidade e maior dignidade.
A CSS, com recursos extras e exclusivos para a Saúde certamente será de grande valia para a ampliação do acesso a tecnologias inovadoras baseadas em evidências científicas e a melhoria dos serviços públicos de saúde.
Manoel Dias da Fonsêca Neto – Coord. de Promoção e Proteção à Saúde da Sec. de Saúde do Ceará.