Aumenta número de plantas medicinais do horto estadual

27 de outubro de 2010 - 16:54

 
Cinco novas espécies foram selecionadas pelo Conselho Estadual de Fitoterapia para integrar a lista de plantas medicinais cultivadas pelas Farmácias Vivas e utilizadas na forma de medicamentos fitoterápicos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Ceará. Após o registro da decisão do Conselho, por Portaria do Secretário da Saúde do Estado, a Relação Estadual de Plantas Medicinais (Replame) passará a ter 30 espécies.

A novidade estimulou a revitalização do Horto de Plantas Medicinais do Núcleo de Fitoterapia da Secretaria da Saúde do Estado (Nufito), instalado na sede da Coordenadoria de Assistência Farmacêutica, Avenida Washington Soares, 7605, Messejana. Mais viva do que nunca, essa farmácia natural a céu aberto faz o cultivo das espécies e fornece as mudas de plantas medicinais para 54 Farmácias Vivas espalhadas pelo Ceará. No horto, os técnicos do Nufito também realizam pesquisas científicas.

O Projeto Farmácias Vivas, idealizado pelo professor Francisco José de Abreu Matos em 1983, consta de plantas medicinais com eficácia e segurança terapêuticas comprovadas. O projeto deu origem, em 1997, ao Programa Estadual de Fitoterapia, que se transformou no atual Nufito. O Núcleo distribui 16 tipos de medicamentos fitoterápicos para hospitais e unidades da rede estadual de saúde e mantém além do Horto a Oficina Farmacêutica para preparação de fitoterápicos.

O Nufito presta apoio técnico-científico e faz capacitação de pessoal para promover a fitoterapia em saúde pública no Estado do Ceará, com a implantação de Farmácias Vivas nos municípios. São três modelos de farmácias vivas destinadas à instalação de hortas de plantas medicinais, à produção e dispensação de plantas medicinais secas (droga vegetal) e à preparação de fitoterápicos padronizados para o provimento das unidades do Sistema Único de Saúde (SUS).

As 30 espécies que agora integram a Replame produzem fitoterápicos indicados como tranquilizantes, broncodilatadores, antissépticos, cicatrizantes, antiinflamatórios entre outras indicações. Plantas tradicionais da flora regional já são utilizados na produção dos fitoterápicos, entre elas babosa, capim santo, eucalipto, pau d’arco, confrei, romanzeira, malvariço, malva santa, alfavaca, aroeira, maracujá e goiabeira.

O Ceará foi pioneiro na regulamentação utilização, pelo SUS, de plantas medicinais, fitoterápicos e serviços relacionados à fitoterapia. Decreto publicado no Diário Oficial do Estado, no último dia 8 de janeiro, autorizou a Secretaria da Saúde “a implantar a política de incentivo à pesquisa, o desenvolvimento tecnológico, a produção e a inovação de produtos fitoterápicos, a partir da biodiversidade regional”. A política abrange plantas medicinais nativas e exóticas adaptadas, amplia as opções terapêuticas aos usuários do SUS, e ainda prioriza as necessidades epidemiológicas da população.

Conforme preconizado no Plano Nacional, o decreto estabelece o Regulamento Técnico da Fitoterapia no Ceará e regulamenta as boas práticas de cultivo e coleta de plantas medicinais, as boas práticas de processamento de plantas medicinais, a preparação de remédios caseiros com plantas medicinais e as boas práticas na preparação de fitoterápicos.

Para viabilizar a fitoterapia no SUS, o decreto determina a implantação de farmácias vivas nas microrregiões de saúde do Estado. Estabelece, ainda, que a Sesa e a Secretaria do Desenvolvimento Agrário “estimularão as iniciativas comunitárias para a organização e reconhecimento das práticas tradicionais e populares com plantas medicinais, assim como as iniciativas de cultivo através da agricultura familiar”. Para a aplicação da política de fitoterápicos, o decreto reconhece como Horto Matriz o Horto de Plantas Medicinais Francisco José de Abreu Matos, da Universidade Federal do Ceará, e institui como oficial o Horto de Plantas Medicinais do Núcleo de Fitoterápicos (Nufito).

Relação Estadual de Plantas Medicinais (Replame)

PLANTAS MEDICINAIS
(NOME CIENTÍFICO)

PLANTAS MEDICINAIS
(NOME POPULAR)

Acmella uliginosa (Swartz.) Cass.

Agrião-bravo

Ageratum conyzoides  L.

Mentrasto

Aloe vera  (L) Burm. F

Babosa

Alpinia zerumbet (Pers.) G.L.Burt et R.M

Colõnia

Amburana cearensis (Fr. Al.) A. S.Smith.

Cumaru

Bauhinia ungullata Link.

Mororó (*)

Chenopodium ambrosioides var. anthelmintica  (L.)  A.Gray.

Mastruço

Curcuma longa L.

Açafroa

Cymbopogon citratus Stapf.

Capim-santo

Eucalyptus tereticornis Smith.

Eucalipto-medicinal

Foeniculum vulgare Mill.

Funcho

Gengibre

Zingiber officinale Roscoe.

Goiabeira-vermelha

Psidium guajava L.

Guaco

Mikania glomerata  Spreng.

Justicia pectoralis var. stenophylla Leonard

Chambá

Lippia alba  (Mill.) N.E.Brown quimiotipo  citral-limoneno

Erva-cidreira

Lippia sidoides  Cham.

Alecrim-pimenta

Mentha arvensis L. var. piperascens Holmes

Hortelã-japonesa

Mentha x villosa Huds.

Hortelã-rasteira

Mormodica charantia L.

Melão-de-são-caetano

Myracroduon urundeuva Fr. All.

Aroeira-do-sertão

Ocimum gratissimum L.

Alfavaca-cravo

Passiflora edulis Sims.

Maracujá

Phyllanthus amarus Schum. Et Thorn.

Quebra-pedra

Plectranthus amboinicus (Lour.) Spreng.

Malvariço

Plectranthus barbatus Andr.

Malva-santa

Punica granatum L.

Romã

Spondias mombin L.

Cajazeira

Symphytum officinale L.

Confrei

Tabebuia avellanedae

Ipê Roxo