Oficina orienta sobre alimentação saudável de crianças

25 de agosto de 2010 - 20:29

A Secretaria da Saúde do Estado dá continuidade à capacitação de profissionais de saúde na promoção da boa alimentação na infância com a realização da II Oficina da Estratégia Nacional de Alimentação Complementar Saudável (ENPACS), de 30 de agosto a 1º de setembro, a partir das 8h30min, no Mareiro Hotel, Avenida Beira Mar, 2380, Meireles. A oficina reunirá médicos e enfermeiros da Atenção Básica dos 19 municípios com maior taxa de mortalidade infantil no Ceará.

O objetivo da ENPACS é fortalecer as ações de apoio e promoção à alimentação complementar saudável no Sistema Único de Saúde (SUS). A estratégia incentiva a orientação alimentar como atividade de rotina nos serviços de saúde para contribuir na formação de hábitos alimentares saudáveis desde a infância, com a introdução da alimentação complementar em tempo oportuno e de qualidade, respeito à identidade cultural e alimentar das diversas regiões brasileiras, sem perder de vista a importância do aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade.

A proposta da ENPACS muda o eixo da substituição do leite materno para a idéia de complementação dele após os primeiros seis meses de vida. Além de suprir as necessidades nutricionais a partir dos seis meses, a introdução da alimentação complementar aproxima a criança dos hábitos alimentares da família.

Dados da ENPACS mostram a nutrição infantil no Brasil como um desafio para a saúde pública. O documento aponta que as estratégias de intervenção nutricional foram listadas entre as ações de prevenção mais efetivas para a redução da mortalidade em crianças menores de 5 anos. A promoção do aleitamento materno é considerada a primeira das intervenções, com potencial de prevenir 13% de todas as mortes. A promoção da alimentação complementar, a terceira das ações efetivas, tem o potencial de prevenir uma média de 6% do total de mortes. Na sétima posição, encontra-se a água, saneamento básico e higiene, com potencial de prevenção de 3% das mortes.

O aleitamento materno exclusivo até o sexto mês de vida pode evitar, anualmente, 1,3 milhão de mortes de crianças menores de 5 anos no mundo. Os bebês até os seis meses não precisam de chás, sucos ou outros leites, nem mesmo de água. Após essa idade, deverá ser dada alimentação complementar apropriada, mas a amamentação deve continuar até o segundo ano de vida da criança ou mais.

Amamentar os bebês imediatamente após o nascimento pode reduzir consideravelmente a mortalidade neonatal – aquela que acontece até o 28º dia de vida – nos países em desenvolvimento. De acordo com o Unicef, do total de mortes de crianças com menos de 1 ano no Brasil, 65,6% ocorrem no período neonatal e 49,4% na primeira semana de vida.

No Ceará, a taxa de prevalência do aleitamento materno exclusivo até os 120 dias passou de 55,6% em 1999 para 71,1% em 2009 – um crescimento de 28% em 10 anos. A promoção da amamentação exclusiva, ao lado de outras ações de prevenção e assistência, fez a taxa de mortalidade infantil no Ceará cair mais de 53% no mesmo período, passando de 28,7 por mil nascidos vivos em 1999 para 15,3 por mil nascidos vivos em 2009.

O aleitamento materno na primeira hora de vida é importante tanto para o bebê quanto para a mãe. Auxilia nas contrações uterinas, diminuindo o risco de hemorragia. A amamentação fortalece ainda o vínculo afetivo entre mãe e filho.

O leite materno contém todas as proteínas, açúcares, gorduras e vitaminas que o bebê necessita para ser saudável e protege ainda de doenças como otites, alergias, vômitos, diarréia, pneumonias, bronquiolites e meningites. Melhora ainda o desenvolvimento mental do bebê, da formação da boca e do alinhamento dos dentes, além de ser mais facilmente digerido do que o leite em pó.

PROGRAMAÇÃO

30 de agosto (segunda-feira)

8h – Recepção e entrega de materiais

8h20min – Acolhimento, apresentação dos participantes e acordos de convivência
Luisa Maria Oliveira Pinto
Articuladora da Política Estadual de Alimentação e Nutrição da Sesa

9h – Pré-teste
Luisa Maria Oliveira Pinto

9h15min – Apresentação da Estratégia Nacional de Promoção da Alimentação Complementar Saudável – ENPACS
Ana Maria Cavalcante
Nutricionista do Ministério da Saúde

10h – Intervalo

10h15min – Demonstração do preparo de refeições
Diva de Lourdes Fernandes
Articuladora da Saúde da Criança da Sesa

11h15min – Leitura de texto
Ana Júlia
Pediatra da International Baby Food Action Network

11h30min – Habilidades de comunicação
Ana Julia

13h – Almoço

14h15min – A educação permanente em saúde e a educação problematizadora no processo educativo em alimentação complementar saudável
Luisa Maria Oliveira Pinto

15h15min – Dez passos para uma alimentação saudável
Ana Maria Cavalcante

16h – Intervalo

16h15min – Apresentação dos trabalhos dos grupos
Ana Maria Cavalcante

17h45min – Avaliação do dia
Ana Julia

18h – Encerramento

31 de agosto (terça-feira)

8h30min – Proteção da alimentação infantil
Ana Julia

9h15min – Dez passos para uma alimentação saudável
Diva de Lourdes Fernandes

10h – Intervalo

10h15min – Apresentação dos trabalhos dos grupos
Diva de Lourdes Fernandes

11h45min – O processo de implementação da ENPACS
Ana Maria Cavalcante

12h30min – Almoço

13h45min – Apresentação dos painéis sobre o processo de implementação da ENPACS
Ana Maria Cavalcante

15h – Intervalo

15h15min – Preparação da roda de conversa nas Unidades de Saúde
Luisa Maria Oliveira Pinto

16h45min – Avaliação do dia
Ana Julia

17h – Encerramento

1º de setembro (quarta-feira)

6h30min – Saída para a prática

7h – Por que estamos aqui hoje – Dinâmica de acolhimento e apresentação dos participantes e acordo de convivência

7h30min – O que é a Estratégia Nacional de Promoção da Alimentação Complementar Saudável

8h – Leitura de texto

8h30min – Atividades em grupos “Os dez passos para uma alimentação saudável”

10h30min – Intervalo

10h45min – Construção do painel “Como implementar ações para a prática da alimentação saudável de crianças menores de 2 anos” – Atividade em grupo para trabalhar as questões:

1. Quais são as possíveis dificuldades?
2. Quais são as possíveis soluções?
3. Plano de ação (como, quando e parceiros)

12h – Avaliação e encerramento

13h – Almoço

14h15min – Relato sobre a roda de conversa nas unidades de saúde
Ana Maria Cavalcante

15h – Elaboração dos planos de ação para implementação da ENPACS nos municípios
Ana Julia

15h45min – Intervalo

16h às 17h Pós-teste, avaliação geral e entrega de certificados
Luisa Maria Oliveira Pinto