Municípios prioritários discutem tratamento da tuberculose em hospitais

12 de agosto de 2010 - 13:13

A Secretaria da Saúde do Estado realiza até sexta-feira, 13 de agosto, a partir das 8h30min, o II Encontro de Tuberculose em Hospitais dos Municípios Prioritários, iniciado na quinta-feira, no Hotel Beira Mar, Avenida Beira Mar, 3130, Meireles. Apesar das poucas indicações para a internação de doente com tuberculose, um grande número de casos tem sua “porta de entrada” no sistema de saúde através dos hospitais gerais. No encontro, 50 médicos, enfermeiros das emergências e técnicos de epidemiologia de 21 hospitais de sete municípios cearenses debaterão sobre a epidemiologia da tuberculose nos hospitais, biossegurança no ambiente hospitalar, novo esquema de tratamento da tuberculose, entre outros temas.

A tuberculose é uma doença grave, porém curável em praticamente 100% dos casos novos. O objetivo do tratamento é eliminar todos os bacilos tuberculosos, uma vez que permite anular rapidamente as maiores fontes de infecção. O tratamento deve ser feito no ambulatório com supervisão no serviço de saúde mais próximo, na residência ou no trabalho do doente. A hospitalização só está indicada, entre outras, nas situações de meningite tuberculosa, indicações cirúrgicas em decorrência da doença, complicações graves, intolerância medicamentosa incontrolável em ambulatório ou em casos socialmente difíceis, como na ausência de residência fixa ou em grupos especiais, com maior possibilidade de abandono, especialmente se for caso de retratamento ou de falência.

No Brasil, estima-se que mais de 50 milhões de pessoas estão infectadas pelo bacilo da tuberculose. Por ano, são notificados aproximadamente 100 mil casos novos e de 5 mil a 6 mil mortes em decorrência da doença. Com o surgimento da aids, em 1981, observa-se, tanto em países desenvolvidos como nos países em desenvolvimento, um crescente número de casos notificados de tuberculose em pessoas infectadas pelo HIV. A associação dessas duas enfermidades constitui um sério problema de saúde pública, podendo levar ao aumento da morbidade e mortalidade pela tuberculose.

A Secretaria da Saúde quer preparar cada vez os profissionais de saúde para incentivar e despertar nos pacientes o compromisso de concluir o tratamento até o final dos seis meses de medicação e assim elevar a cura.  O abandono ao tratamento no Ceará é de 7,3%. Para o Ministério da Saúde o aceitável é 5%. No Ceará, no ano de 2009, foram notificados 3.168 novos casos de tuberculose pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). Em 2008, esse número foi maior: 3.721 novos casos. A incidência da doença, identificada há 130 anos e que atinge um terço da população mundial, preocupa. No Ceará, está em 45.6 por 100 mil habitantes.

Em maio deste ano a Sesa atualizou as recomendações para o tratamento da doença em adultos e adolescentes, com base nas orientações do Ministério da Saúde. O protocolo foi impresso e distribuído com as equipes do Programa Saúde da Família e das unidades de referência de todo o Estado. Entre as principais mudanças, a introdução do Etambutol como quarto fármaco na fase intensiva do esquema básico, visando prevenir a resistência bacilar aos fármacos anti-tb.