Mães ficam emocionadas ao defender a amamentação

2 de agosto de 2010 - 17:24

Benilda Santiago, mãe dos trigêmeos Pedro, Maria de Fátima e Davi, que durante três meses foram alimentados por leite humano doado pelo banco do Hospital Infantil Albert Sabin, se emocionou na manhã desta segunda-feira, 2, na abertura da Semana Mundial de Aleitamento Materno 2010. Chorou ao falar que “se não fosse o leite doado, meus três filhos, minhas três vidas não estariam aqui para contar essa história de superação”. Ela, acompanhada do pai dos bebês, Eronildo Brito, fez questão de destacar que “por onde vou defendo, faça a propaganda do leite materno”. Os trigêmeos estão hoje com 1 ano e quatro meses. Outras dezenas de mães, acompanhadas dos bebês, participaram do evento, que chamou a atenção para os 10 passos da amamentação – ver abaixo.

O secretário da saúde do Estado, Arruda Bastos, presente a solenidade, além de defender a amamentação para a saúde do bebê e também da mãe, enumerou ações desenvolvidas pelo governo do Estado com foco na proteção a mulher e a criança. Em primeiro lugar, destacou a universalização do teste de HIV, lembrando que foi garantido aos 184 municípios dois testes de Aids durante a gravidez, após reformas e aquisição de equipamentos nas unidades do Lacen na capital e no interior.

Com os testes, o objetivo é reduzir a transmissão vertical da Aids (da mãe para o bebê) e assim diminuir a mortalidade. Arruda Bastos falou também do fim da fila de espera por exames de DNA no Estado. Desde o início de 2008, as crianças não precisam mais enfrentar filas para comprovar a paternidade delas. “Investimentos R$ 2 milhões na instalação do laboratório de biologia molecular, no Lacen, para a realização dos exames de DNA”.

Na melhoria da estrutura de assistência, o secretário apontou a ampliação e reforma do Hospital Infantil Albert Sabin. Uma nova unidade já foi inaugurada, com 108 leitos. Outras unidades continuam em obras no HIAS. No interior, ele informou que no Hospital Regional Norte, em construção no município de Sobral para atender toda a população da região, há uma unidade exclusiva para atenção à saúde da mulher. Não esqueceu da preparação das equipes do Programa Saúde da Família e dos Agentes Comunitários de Saúde. “As capacitações são frequentes, incluindo cursos de especialização em saúde da família”, disse Arruda Bastos.

Entre as metas, está o aumento do índice de aleitamento materno e redução da mortalidade infantil.  Hoje o índice de aleitamento chega a 71,1%, contribuindo para reduzir de 28,7 para 15,3 por mil nascidos vivos a taxa de mortalidade infantil no Ceará. Em 1999 o índice de aleitamento era bem menor: 55,6% dos bebês se alimentavam, até os quatro meses de vida, exclusivamente do leite materno.

Para o diretor do Albert Sabin, Wálter Frota, é fácil verificar os bons resultados da amamentação. Segundo comentou, basta lembrar da grande quantidade de crianças com infecção, diarréias das décadas atrás. “Agora, com mais consciência do valor do leite humano, os bebês ficam mais saudáveis, mais prevenidos de diversas doenças”, afirmou. Ele disse que “a luta pela amamentação não é só das mães, dos profissionais de saúde, mas de toda a humanidade porque salva, porque promove a vida”.      
 

DEZ PASSOS PARA O SUCESSO DO ALEITAMENTO MATERNO

1. Ter uma política de aleitamento materno escrita que seja rotineiramente transmitida a toda equipe de cuidados de saúde.   
2. Capacitar toda a equipe de cuidados de saúde nas práticas necessárias para implementar esta política.
3. Informar todas as gestantes sobre os benefícios e o manejo do aleitamento materno.
4. Ajudar as mães a iniciar o aleitamento materno na primeira meia hora após o nascimento.
5. Mostrar às mães como amamentar e como manter a lactação mesmo se vierem a ser separadas dos seus filhos.
6. Não oferecer a recém-nascidos bebida ou alimento que não seja o leite materno, a não ser que haja indicação médica.
7. Praticar o alojamento conjunto – permitir que mães e recém-nascidos permaneçam juntos – 24 horas por dia. 
8. Incentivar o aleitamento materno sob livre demanda.
9. Não oferecer bicos artificiais ou chupetas a crianças amamentadas.
10. Promover a formação de grupos de apoio à amamentação e encaminhar as mães a esses grupos na alta da maternidade.