Casos de dengue caem 68% em junho, mas é preciso ter cuidados com o mosquito

5 de julho de 2010 - 17:21

Período que historicamente apresenta significativa redução dos registros dos casos de dengue, o mês de junho deste ano apresentou 68,58% de casos a menos que o mês anterior, redução de 821 casos confirmados. É a maior queda percentual dos últimos anos. Em junho, a Secretaria da Saúde do Estado confirmou 376 casos de dengue, o menor número em apenas um mês em 2010 e 821 casos a menos que no mês de maio. No ano, foram confirmados, até junho, 5.516 casos em 79 municípios. Foram também confirmados 25 casos de dengue hemorrágica, com um óbito, e 32 casos de dengue com complicação, com dois óbitos. Há um óbito em investigação.

Este ano verifica-se maior concentração dos casos de dengue. Em 2009, havia 180 municípios com infestação pelo mosquito Aedes aegypti e 112 com transmissão da doença. Em 2010, até agora, os municípios com infestação são 155 e 72 deles com transmissão da dengue. As epidemias ocorrem com a renovação de parcela da população, o que ocorre em cerca de cinco anos, ou pela entrada em circulação de um novo sorotipo. Até o ano passado, circulavam no Ceará os sorotipos DEN 2 e DEN 3 e, este ano, houve a reintrodução do sorotipo DEN 1, que foi encontrado no município de Tauá e em municípios do Cariri. Por conta disso, Tauá e Juazeiro do Norte concentram 48% dos casos de dengue hemorrágica e somente o município de Tauá responde por um quarto de todos os casos confirmados de dengue no Ceará.

A maior concentração da doença também se explica pelo que os especialistas chamam de esgotamento dos suscetíveis. Isso quer dizer que, no caso do Ceará, nos municípios em que não circula o sorotipo DEN 1, menos pessoas estão sujeitas a contrair a doença. Por outro lado, a incidência de casos da forma mais grave da doença está ano a ano diminuindo de faixa etária. De acordo com o boletim da dengue, a cada ano aumenta proporcionalmente o número de casos em crianças e adolescentes. A média de idade dos pacientes com as formas graves da dengue caiu de 38 anos em 2001 para 18 anos em 2008. Foi por essa razão que a Secretaria da Saúde decidiu, no ano passado, fazer o treinamento de pediatras no manejo de pacientes com dengue, o que, em parte, explica a redução da letalidade da doença.