Sesa investe no filme o Auto da Camisinha para ajudar na prevenção à aids

24 de novembro de 2009 - 17:26

O Ceará vai dar uma grande contribuição para a mobilização no Dia Mundial de Luta contra a Aids. Em 1º de dezembro, terça-feira, acontece o lançamento nacional e internacional do filme cearense “O Auto da Camisinha”, com exibições em Fortaleza, às 20h30min, no Cine SESC São Luis Centro, e também em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Goiania, Rio Branco, Campo Grande, Curitiba. No mesmo dia, o filme também será exibido internacionalmente nas tevês públicas de Angola, Moçambique, Timor Leste, São Tomé e Príncipe e Guiné Bissau. O tema da campanha do Dia Mundial de Luta Contra a Aids de 2009 é o preconceito. O slogan “Viver com aids é possível. Com o preconceito não” é uma resposta às pesquisas que mostram que as pessoas têm preconceito, apesar de conhecerem as formas de transmissão do vírus.

“O Auto da Camisinha” tem direção de Clébio Viriato Ribeiro e é livrevemente adaptado do texto em cordel de José Mapurunga, encenado por 13 grupos teatrais cearenses em montagens vistas por mais de 300 mil pessoas só no Ceará. A peça foi também apresentada em Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraíba, e outros países, Argentina, Paraguai, Moçambique, ocupando espaços múltiplos como palcos de teatro, praças, feiras, centros culturais, terminais de ônibus, presídios. O filme pretende ir mais longe e atingir um público de dez milhões de pessoas entre adolescentes, jovens e adultos de todas as classes sociais no Brasil, América Latina, África de língua portuguesa, Europa e Estados Unidos. O projeto cinematográfico “O Auto da Camisinha” foi contemplado pelo I Edital Mecenas do Ceará 2008 e recebeu R$ 100 mil em financiamento da Secretaria da Saúde do Estado.

Para o Secretário João Ananias “o filme tem um poder gigante de mobilizar e alertar as pessoas sobre os cuidados com a aids a partir de uma linguagem simples e da força da imagem. Fizemos esse investimento de olho no retorno que pode trazer para a prevenção a aids, para a promoção da saúde e à qualidade de vida”. Ele destaca outra ação da Sesa na prevenção a aids e na promoção da saúde da mulher: “para reduzir a transmissão vertical, todas as gestantes no Ceará terão garantidos os testes de HIV durante o pré-natal nas unidades do Lacen na capital e no interior”. Essa garantia está sendo implantada através de portaria e de preparação do Lacen, unidade da rede estadual de saúde. Os testes atualmente, feitos nos municípios, não são assegurados a 100% das gestantes. No Ceará, o Sistema Único de Saúde (SUS) assiste a mais de 2 mil pacientes com aids, que recebem o coquetel para portadores do HIV no Hospital São José, unidade da Sesa, referência em doenças infecciosas.

O número de infecções pelo vírus HIV em todo o mundo teve queda de 17% nos últimos oito anos, segundo divulgou nesta terça-feira, 24 de novembro, o Programa das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids). As estimativas indicam que 33,4 milhões de pessoas vivem com o HIV. Desse total, 2,7 milhões foram infectados em 2008. No ano passado, 2 milhões de pessoas morreram em consequência da aids. O Relatório sobre a Epidemia Global de Aids 2009 revela que, do total de infectados, 31,1 milhões são adultos, sendo que as mulheres representam mais da metade (15,7 milhões) dos soropositivos.

Crianças e adolescentes com menos de 15 anos somam 2,1 milhões de infectados. Em 2008, 430 mil pessoas nessa faixa etária foram contaminadas e o número de mortes de crianças e adolescentes em consequência da doença chegou a 280 mil. Segundo o Unaids, a maioria dos casos de infecção nesse grupo ocorre ainda no útero da mãe, no momento do parto ou logo após o nascimento, por meio da amamentação.

O tratamento antirretroviral de mulheres soropositivas, de acordo com o relatório, repercutiu de maneira importante na prevenção de novas contaminações de mãe para filho. Desde 2001, foram evitadas cerca de 200 mil infecções entre crianças. Segundo o Unaids, o pico da aids foi registrado em 1996, quando 3,5 milhões de pessoas foram infectadas. Em um comparativo com os dados de 2008, a queda chega a 30%. O documento alerta, entretanto, que a epidemia da doença tem avançado e que os esforços de prevenção não acompanham esse ritmo.