HGF já realiza implantes de anéis intracorneanos

19 de janeiro de 2009 - 11:45

O Hospital Geral de Fortaleza, maior unidade da rede estadual de saúde, já está realizando implantes de anéis intracorneanos. O procedimento evita, em alguns casos, o transplante de córnea, reduzindo a fila de espera. Na última sexta-feira, 16, foram realizados os primeiros implantes. Cinco pacientes do ambulatório, através do Sistema Único de Saúde (SUS), sem pagar nada, receberam os anéis. Uma equipe médica de Belo Horizonte especialista nesse tipo de procedimento, chefiada pelo cirurgião Federico Bicalho, fez o treinamento dos oftalmologistas do HGF.

O implante de anéis intracorneanos é utilizado para o tratamento de uma grave doença da córnea, chamada ceratocone. O ceratocone é uma doença hereditária que se desenvolve geralmente na adolescência. Esta doença provoca o afinamento e deformação da córnea (membrana anterior transparente do olho). Nos estágios iniciais, o portador de ceratocone pode se beneficiar do uso de óculos. Com a evolução da doença, as lentes de contato estão indicadas. Nos casos de má adaptação às lentes de contato, o anel é a alternativa mais segura. Esta técnica pode evitar o transplante de córnea que é um procedimento complexo devido ao risco de rejeição.

Anéis intracorneanos

Os anéis intracorneanos são pequenos segmentos circulares confeccionados em acrílico. Este material é inerte, assim, não provoca rejeição. Os implantes intracorneanos foram desenvolvidos há cerca de 50 anos com finalidade refrativa (correção de grau). Como os resultados não foram satisfatórios, esta técnica foi praticamente abandonada. Na década de 90, o oftalmologista Paulo Ferrara desenvolveu novos desenhos de anéis para o tratamento do ceratocone, sendo o responsável pelo sucesso atual desta técnica. Os bons resultados no tratamento do ceratocone com anel intracorneano levou o Conselho Federal de Medicina a aprovar o procedimento que é, hoje, implantado em vários países.
                           

Recuperação visual

A recuperação visual após o implante do anel intracorneano é progressiva, havendo flutuação da visão no período pós-operatório. Após algumas semanas há estabilização da visão. Muitos portadores de ceratocone, antes do anel intracorneano, tinham como única alternativa o transplante de córnea, que frequentemente necessita de óculos ou lentes de contato para a reabilitação visual final.

O implante

A cirurgia para o implante é realizada em bloco cirúrgico com auxílio de microscópio. A anestesia é local com sedação, sendo o procedimento indolor. Com material cirúrgico de alta precisão, é possível que a cirurgia seja realizada em cerca de 30 minutos. Após a cirurgia é colocada uma lente de contato como curativo. São prescritos colírios antibióticos e anti-inflamatórios. O retorno às atividades habituais ocorre após alguns dias.

MAIS INFORMAÇÕES
Gilda Barroso 
Assessora de Comunicação DO HGF –  3101 7086/ 9925 5762