Banco de olhos do HGF reduz fila de córneas em 50%

10 de dezembro de 2008 - 20:00

O banco de olhos do Hospital Geral de Fortaleza, unidade da rede estadual de saúde,  foi inaugurado em janeiro de 2006. Único do Estado, armazena as córneas captadas em todos os hospitais do Ceará, que ficam preservadas por até 14 dias aguardando um receptor. O banco de olhos tem reduzido a espera de quem quer ter uma nova visão. Em 2006, na fila havia 1026 pessoas aguardando córneas. 237 córneas foram doadas e 253 transplantes realizados. Em 2007, a fila era era menor, com 941 pacientes. O número de doações ampliado para 352 e o de transplantes realizados também. Em 2007 foram feitos 385 transplantes de córneas. Este ano, até o mês de novembro,  transplantes e doações bateram recordes. Foram 379 doações de córneas, 391 transplantes. Qual o atual tamanho da fila? 514 esperam ver o ano 2009 diferente. Ainda é muita gente, mas comparando com a fila de 2006 a redução é de quase 50%, exatamente 49,90%.

Para marcar o Dia do Doador de Córneas,  13 de dezembro, o Hospital Geral de Fortaleza vai realizar uma comemoração especial já na próxima sexta-feira, 12 de dezembro, a partir das 8h30min., no auditório principal do hospital. A diretora técnica do banco de olhos, Marineuza Memória,  falará sobre a experiência nesses dois anos. A assistente social Leoneide Dantas destacará os desafios e conquistas na abordagem das famílias de potenciais doadores de córneas dentro do HGF. 

História de Diego sensibiliza para a doação

O público vai  se sensibilizar com as histórias de dois receptores de córneas. Um dos receptores que vai participar do evento em homenagem aos doadores de córneas é Diego de Oliveira Rodrigues, com 23 anos de idade. Aos 16 anos, ele descobriu que sofria de um problema que causava a deformidade progressiva das córneas: a ceratocone. A vista ficava pior a cada dia. Imagens embaçadas, dor e a limitação das atividades que antes eram rotina causavam sofrimento em toda a família. Passou por vários tratamentos antes de ser encaminhado para a fila de transplantes de córnea.
    
Depois de quase  2 anos e meio aguardando a vez, o dia dele chegou. Foi em 1º de agosto de 2007, quando ele recebeu a córnea no olho esquerdo e em menos de 24 horas já enxergava bem. Até hoje, ele e a mãe, Rosângela de Oliveira, sonham em conhecer a família do doador e agradecê-la pelo gesto solidário que renovou a vida de Diego. Hoje, Diego pode dirigir e cursa a faculdade de Publicidade e Propaganda. É através de exemplos como o dele que o banco de olhos do HGF espera sensibilizar mais famílias para a doação.