Ceará utiliza nova vacina contra a raiva

20 de novembro de 2008 - 17:32

A Secretaria da Saúde do Estado utilizará pela primeira vez no Brasil, amanhã, 21, no lançamento da Campanha Nacional de Vacinação Anti-Rábica Animal no Ceará, a vacina anti-rábica Rabiffa de cultivo celular, importada pelo Ministério da Saúde. Trata-se de imunobiológico de geração superior, considerado mais seguro e que garante imunização mais prolongada quando comparado à vacina Fuenzalida & Palácios, ainda hoje fornecida pelo Ministério da Saúde. A campanha, que será lançada às 8h30min desta sexta-feira, ocorrerá nos 184 municípios do Estado, de 22 de novembro a 19 de dezembro. Mobilizará 3 mil pessoas, entre servidores das secretarias de saúde do Estado e dos municípios, agentes de saúde, Polícia Militar, Forças Armadas, Funasa, Ematerce, Corpo de Bombeiros, Correios e voluntários. Serão instalados 3 mil postos fixos de vacinação, 800 deles em Fortaleza, e utilizados postos volantes para vacinação na zona rural.

A Região Nordeste é considerada pelo Ministério da Saúde área de risco para raiva devido a situação epidemiológica. Este ano, foram registrados dois casos de raiva humana, sendo uma no Ceará, transmitido por sagüi, e outro em Pernambuco, com transmissão por morcego hematófago. Na campanha deste ano, o Ceará será o único estado a utilizar a vacina anti-rábica de cultivo celular. Em 2009, todos os estados do Nordeste estarão realizando campanha já com a nova vaciana e, até 2010, todos os estados brasileiros adotarão esse imunobiológico.

A vacina importada pelo Ministério da Saúde já passou por todos os controles de qualidade  no exterior e no Brasil. Todos os lotes da vacina fornecidos ao Ceará foram aprovados para uso em cães e gatos pelo Laboratório Nacional Agropecuário (LANAGRO), responsável pelo controle de produtos biológicos destinados a animais no Brasil.

O Ceará registrou casos de raiva humana transmitidos por cães até o ano de 2003, quando foram confirmados sete óbitos humanos. Após 2003, foram confirmados dois óbitos humanos, em 2005 e 2008. Os dois foram transmitidos por sagüi, mais conhecido como soim, animal silvestre que deve mantido na mata, distante de ambientes domésticos. No Ceará, a permanência do ciclo da doença entre sagüis preocupa porque eles são mantidos em muitas regiões como animais de estimação, próximos das casas, em contato com o homem. Nos 42 casos de raiva humana registrados entre 1990 e 2008, os principais agressores urbanos foram os cães, com 27 agressões e 66% do total de casos. Animais silvestres apresentaram 15 agressões, destacando-se o sagüi como o agressor de maior importância epidemiológica da raiva silvestre.
A campanha de vacinação anti-rábica calcula a imunização de 1.009.923 cães e 585.245 gatos a partir de um mês de idade. No total, 1.595.168 animais.