Situação de Saúde Ceará

28 de outubro de 2008 - 18:55

5. Conclusões
– O Ceará tem uma população jovem com tendência ao envelhecimento, urbanizada e com contingente de mulheres que se sobrepõem aos homens.

– Os indicadores socioeconômicos embora tenham melhorado, evidenciam desigualdades sociais com desdobramentos na saúde pública.

– Há tendência de crescimento da esperança de vida ao nascer, média de 70 anos, indicativo de aumento crescente das doenças crônicas e degenerativas.

– As causas externas (homicídios, acidentes de trânsito e suicídios) são responsáveis pelas maiores taxas de anos potenciais de vida perdidos (APVP), pois matam principalmente jovens na faixa etária de 20 a 49 anos de idade. Salienta-se o importante impacto social, pela elevada mortalidade masculina por essas causas.

– As doenças do aparelho circulatório são as principais causas de óbitos em pessoas com mais de 70 anos, particularmente as lesões cerebrovasculares e hipertensão. Já a mortalidade por doenças isquêmicas do coração, tem importância aumentada na meia idade.

– As mulheres são mais afetadas pelos cânceres de mama, pulmão e estômago, e o homem pelos cânceres de próstata, pulmão e estômago, na mesma ordem. Os cânceres de mama, pulmão e estômago, acometem também o adulto na meia idade, com impacto no APVP.

– Persistem as taxas elevadas de mortalidade materna, predominando as causas obstétricas diretas, portanto, evitáveis com acesso à assistência pré-natal, ao parto e ao puerpério com qualidade.

– Há uma tendência de redução consistente da mortalidade infantil por diarréia e pneumonia, que aponta para a concentração de esforços na redução dos óbitos perinatais.

– As doenças imunopreveníveis tiveram grande impacto com as elevadas coberturas vacinais, mas requerem a manutenção das coberturas em níveis elevados, para não haver recrudescimento de algumas doenças. No caso do tétano acidental, a assistência ao paciente acidentado continua como fundamental na prevenção da doença e redução da letalidade.

– A Aids, sífilis congênita e hepatite B, como formas de transmissão sexual continuam com elevadas incidências.

– Das doenças transmitidas por vetores (dengue, leishmaniose tegumentar e visceral), se destacam. Dengue pelo quadro epidêmico anual, a circulação simultânea de três vírus, elevando a incidência da forma hemorrágica de letalidade preocupante. A leishmaniose tegumentar e a visceral estão em expansão, no estado, embora tenham maior importância epidemiológica em determinadas regiões.

– As doenças de veiculação hídrica, sensíveis às condições de saneamento, continuam como causas importantes de internação, principalmente nas faixas extremas de vida.

– A hanseníase continua em expansão, embora com regiões e municípios de maior risco e prioritárias para as ações de controle.

– A tuberculose, associada a Aids, se constitui como um novo desafio.

– Estão como causas importantes de internações, excluídas as causas obstétricas: doenças infecciosas e parasitárias, doenças do aparelho respiratório, doenças do aparelho circulatório e digestivo, causas externas, doenças do aparelho geniturinário, neoplasias e transtornos mentais e comportamentais.

– O jovem do sexo masculino tem elevada morbimortalidade por causas externas e é maior risco para rubéola, Aids, hepatites B e C, tuberculose, leptospirose e tétano acidental.