Situação de Saúde Ceará

28 de outubro de 2008 - 18:55

2. Aspectos demográficos e socioeconômicos
No ano de 2006, de acordo com dados da estimativa populacional do IBGE, a população do estado alcançou o valor de 8.217.085 habitantes, um incremento de 10,58% em relação ao contingente populacional no ano 2000.

A estrutura etária da população cearense vem se modificando ao longo das décadas. Comparando-se a estrutura etária da população no ano de 1991 com o ano 2000, observa-se que no ano 2000 a base da pirâmide se estreita, reflexo da redução das taxas de natalidade e da mortalidade infantil. O alargamento no topo da pirâmide, por sua vez, foi decorrente do aumento da expectativa de vida, principalmente nas mulheres, cujo quantitativo superou os homens em termos populacionais.

A razão de dependência do jovem, de 0 a 14 anos vem decrescendo, passando de 72,1 em 1991 para 52,5 em 2006, como reflexo da redução da natalidade. Paralelamente, espera-se, com o envelhecimento da população, o aumento da dependência dos idosos. É importante referir que a proporção de idosos foi de 8,2% em 2006.

O número de homens para cada grupo de 100 mulheres é influenciado por migrações e pela mortalidade. No Ceará, a razão entre os sexos se manteve em torno de 95%, nos quatro anos analisados, decorrente da sobremortalidade masculina no período. Constataram-se, desta forma, 95 homens para cada 100 mulheres.

O processo de urbanização é crescente, com taxas de 53,14% (1980), 69,48% (1991), 71,53% (2000) e 74,06 (2006).

Em relação à taxa de fecundidade no Ceará, – número médio de filhos que uma mulher teria ao longo de seu período reprodutivo – observou-se uma diminuição de 3,72 no ano de 1991 para 2,84 filhos no ano 2000, acompanhando a tendência brasileira de decrescimento, onde no ano de 1991 registrou-se um valor de 2,88 passando para 2,33 em 2000. No âmbito municipal, tinha-se em 1991 um total de 125 municípios com taxa de fecundidade superior a 4,05 filhos por mulher, diminuindo 29 municípios, no ano 2000.

A natalidade decresce ano a ano (de 19,6 nascimentos por 1.000 hab. em 1997 para 16,5 em 2006), com a queda da fecundidade observada. A taxa de mortalidade (5,0 em 2006), por sua vez, é aquém do esperado, pela subnotificação de óbitos que ainda ocorre no Ceará. Quanto aos nascimentos, vem atingindo a cobertura de 90% do esperado.

Relativamente à esperança de vida ao nascer, observa-se, no geral, uma tendência crescente, com destaque para as mulheres, como conseqüência da sobremortalidade masculina nos jovens. Em 2006, a esperança de vida foi de 69,93 anos para a população geral e de 65,68 e 74,93 para o sexo masculino e feminino, respectivamente.

No Ceará, a taxa de analfabetismo em maiores de 15 anos, diminuiu de 33,20% durante o período 1991/2000, saindo de 37,38% em 1991 para 24,97% no ano 2000. Ressalta-se que a média nacional, em 2000 foi de 13,6%.

A renda média dos chefes de domicílios no ano 2000 para o Ceará, segundo dados do IBGE, foi de R$ 448,01, embora em 70 municípios a renda média dos chefes de domicílios tenha sido inferior R$ 213,67.

O percentual de pobres – percentual de indivíduos com renda domiciliar per capita inferior a 1/2 do salário mínimo – e indigentes – percentual de indivíduos com renda domiciliar per capita inferior a 1/4 do salário mínimo – diminuiu no estado durante o período de 1991 e 2000. No ano de 1991 tinha-se 68,2% de pobres passando-se para 57% no ano 2000, revelando assim um decréscimo de 16,42%. O percentual de indigentes em 1991 era igual a 42%, diminuindo para 32,73% no ano 2000, ou seja, um decréscimo de 22,07%.