Catapora e doença mão-pé-boca: saiba as semelhanças e diferenças
23 de janeiro de 2025 - 10:12 #catapora #síndrome mão-pé-boca #Vacinação #varicela
Assessoria de Comunicação da Sesa
Texto:Kelly Garcia
Foto:Tiago Stilles
Arte gráfica: Iza Machado
A principal forma de prevenção contra a catapora ainda é a vacinação
Bolhas pelo corpo, acompanhadas de muita coceira, incômodo e febre. Nas crianças em idade pré-escolar, estes sintomas tanto podem indicar catapora (varicela), quanto a síndrome mão-pé-boca. As duas doenças são causadas por vírus, mas são doenças distintas com tratamentos diferentes.
No caso da doença mão-pé-boca, as ocorrências em adultos, por exemplo, são raras. “Essa doença geralmente atinge mais as crianças menores de cinco anos. Já a varicela, embora seja mais comum nas crianças, também acomete adultos, situação na qual a doença tende a ser mais grave que nas crianças”, destaca o médico epidemiologista e orientador da Célula de Vigilância e Prevenção de Doenças Transmissíveis e Não Transmissíveis da Sesa, Carlos Garcia.
Enquanto os sintomas da síndrome mão-pé-boca costumam durar, no máximo, dez dias, na catapora, podem evoluir para formas mais graves e outras doenças. “Na varicela, pode ocorrer infecção bacteriana da pele, pneumonia e encefalite. Durante a gestação, a doença ainda pode causar malformações no feto”, explica.
Diferenças de sintomas
Apesar de terem muitas semelhanças, existem vários sintomas que facilitam a diferenciação das duas viroses. “Na catapora, as lesões se espalham por todo o corpo e se concentram mais no tronco. Além disso, podem ser encontradas, ao mesmo tempo, lesões nos diversos estágios evolutivos, com manchas, pequenas bolhas e crostas”, esclarece.
Já na síndrome mão-pé-boca, as lesões se concentram nas mãos e nos pés, mas podem avançar para braços e pernas. “As lesões têm a mesma forma em todo o corpo, todas estão no mesmo estágio”, explica.
Mesmo com uma evolução mais leve, os pais e responsáveis devem estar atentos à alimentação das crianças infectadas com a doença mão-pé-boca. “A criança pode desidratar por não conseguir ingerir líquidos devido à dor das lesões da boca”.
Para o alívio dos sintomas, os pacientes podem buscar a Atenção Primária. “A grande maioria dos pacientes pode ser atendida nos postos de saúde. Apenas os casos graves devem ser encaminhados para hospitais de nível de atendimento secundário ou terciário”.
De acordo com a médica pediatra da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Praia do Futuro, Liana Galvão, os pais devem se encaminhar para a emergência caso percebam que os sintomas ficaram mais agudos. “As crianças devem ser levadas para a emergência em caso de febre mais alta, convulsão, lesões infectadas ou ao perceber que não se consegue andar, se movimentar ou se alimentar, por dor nas lesões bucais. Outro sinal de alerta é a criança não urinar, porque é sinal de desidratação e a mudança no estado geral, com mais sonolência”.
Prevenção à catapora
Segundo o epidemiologista, a principal forma de prevenção contra a catapora ainda é a vacinação. “Hoje, a vacina contra a varicela faz parte do nosso calendário vacinal e protege as crianças, para que desenvolvam imunidade para o resto da vida”, afirma.
O imunobiológico está disponível na rotina do Serviço Único de Saúde (SUS) para crianças menores de 7 anos de idade. Devem ser administradas duas doses, sendo a primeira aos 15 meses e a segunda aos 4 anos, podendo ser realizada até 6 anos, 11 meses e 29 dias.
O médico também explica que, além da vacina, existe a imunoglobulina específica para varicela. “Essa forma de prevenção também está disponível no SUS, para os recém-nascidos expostos à catapora e para as pessoas com deficiência da imunidade”, disse.
Outra medida que previne surtos da doença é o isolamento dos infectados. “Nos casos de varicela, o paciente deve ser afastado das atividades, especialmente em ambientes fechados, por ser uma doença contagiosa”, explica o epidemiologista.