Com barriga solidária, casal de infectologistas realiza sonho da paternidade; bebê está sendo gerado pela mãe de um dos médicos

8 de agosto de 2023 - 10:17 # # #

Assessoria de Comunicação do HSJ
Texto: Bárbara Danthéias
Fotos: Arquivo pessoal
Arte gráfica: Josias Jeronimo

Luan Victor Lima, 30, e Bruno Pinheiro, 31, conheceram-se no Hospital São José (HSJ), unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), na época da residência médica em Infectologia, em 2019. Juntos há mais de três anos, os noivos estão, agora, preparando-se para a realização do maior sonho de suas vidas: a paternidade. O primeiro filho dos dois, para surpresa e alegria de todos que acompanham a história do casal, está sendo gerado pela mãe de Luan, Nágela Almeida, 56, atualmente com 18 semanas de gestação.

Nágela sempre soube do desejo de Luan de ser pai e também sempre sonhou em ser avó. Diante disso, ela realizou inúmeros exames e reuniu diversos relatórios médicos — foram consultados ginecologista, cardiologista, endocrinologista e psiquiatra, entre outros especialistas — para apresentar ao filho, comprovando que ela poderia ser a barriga solidária e gerar o filho do casal.

“Tomei um susto e achei que ela estivesse ficando louca. Passei semanas processando a ideia até concordar e decidir buscar a opinião de um médico especialista em fertilização”, relembra Luan. Para a fertilização in vitro, Luan e Bruno buscaram o óvulo de uma doadora anônima e usaram seus espermatozóides. O embrião foi gerado em laboratório e, posteriormente, transferido para o útero de Nágela.

Repercussão

A notícia causou comoção entre amigos e familiares dos dois médicos. “Foi algo incrível ver que o nosso sonho e a nossa felicidade contagiou a todos, inclusive inspirando outras pessoas”, relata Luan. O post do Instagram em que Luan contou a novidade teve 1.360 curtidas e mais de 470 comentários, inclusive de desconhecidos que se alegraram com a história.

A possibilidade de construir uma família é tema de conversa entre os médicos desde o início do relacionamento. Há um ano e meio, essa vontade cresceu ainda mais, e os dois deram início ao processo de adoção de uma criança. “Participamos de todas as etapas, hoje estamos habilitados e na fila da adoção. Porém, sempre pensávamos na ideia da fertilização, mas esbarrávamos na questão do útero solidário”, explica Bruno.

No Brasil, as regras para Cessão Temporária de Útero estão descritas na Resolução de número 2168/2017 do Conselho Federal de Medicina (CFM). Entre as normas previstas no documento, estão a de que “a doação não poderá ter caráter lucrativo ou comercial” — por isso o nome popular de “barriga solidária” — e a de que “a cedente temporária do útero deve pertencer à família de um dos parceiros em parentesco consanguíneo até o quarto grau”.

Expectativas

Agora, o casal está à espera de Levi, previsto para nascer em dezembro. O nome da criança foi escolhido por Bruno e significa “ligado, unido ou vinculado a alguma coisa ou alguém”. Luan confessa que os dois ainda não começaram a comprar os itens necessários para a chegada do filho, uma vez que também estão se preparando para o casamento, que acontecerá no próximo dia 16 de setembro. “Passando o casamento, iremos começar a focar no enxoval, mas já ganhamos alguns presentes de amigos e familiares”, conta.

Com a expectativa de serem pais em breve, os infectologistas afirmam sentir um misto de “felicidade surreal e medo do novo”. “A paternidade é um grande sonho para nós, somos muito ligados à família, e um filho irá deixar nossa ligação ainda mais forte”, destaca Bruno. O sonho de ser pai é tão grande que eles não pretendem parar por aí. “Estamos na fila da adoção, mas sabemos que não é algo rápido. O Levi terá irmãos!”, projeta Luan.