Encontro discute fortalecimento de serviços e políticas de saúde para pessoas com deficiência

6 de dezembro de 2022 - 16:56 # # # # #

Assessoria de Comunicação da Sesa
Texto e fotos: Evelyn Barreto


“Qualquer estratégia em saúde tem que ter como base a participação da população e isso é o que esperamos hoje”, pontuou o secretário Carlos Hilton Soares

Em alusão ao Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, comemorado em 3 de dezembro, a Coordenadoria de Atenção à Saúde (Coasa) da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), por meio da Célula de Atenção à Pessoa com Deficiência e Necessidades Essenciais (Cedef), realizou o 1º Encontro da Célula de Atenção à Pessoa com Deficiência: experiências exitosas nos Centros Especializados de Reabilitação. O evento reuniu profissionais da área nessa segunda-feira (5) e buscou discutir as políticas de saúde em prol das pessoas com deficiência (PcDs).

Pautar os trabalhos para esse público é uma diretriz na Sesa e exige um olhar que perpassa a gestão. Para isso, os esforços precisam estar em consonância com os debates na sociedade. “Não tem um capítulo do SUS [Sistema Único de Saúde] que tenha uma última fase. Nós temos que estar sempre aperfeiçoando as políticas, as atividades em prol das PcDs. Qualquer estratégia em saúde tem que ter como base a participação da população e isso é o que esperamos hoje”, destacou o titular da pasta, Carlos Hilton Soares.

Importante ferramenta da Secretaria, a Cedef objetiva monitorar o processo de implantação e implementação de políticas para PcDs em todas as regiões do Estado. “Criar um momento de discussão, em que as pessoas colocam e sugerem suas prioridades, é nosso maior intuito. Ao fim desse evento, faremos um relatório de registro das demandas que foram trazidas para subsidiar próximas gestões, incentivando um olhar sensível aos pleitos. Aqui, escutamos quem está sentindo e quem faz o serviço acontecer”, afirmou a orientadora da Cedef, Sheila Santiago.


Sheila Santiago é orientadora da Célula de Atenção à Pessoa com Deficiência e Necessidades Essenciais (Cedef)

O projeto Saúde Inclusiva, do Programa de Atenção à Pessoa com Deficiência da Sesa, foi apresentado na ocasião. A iniciativa reúne ações estratégicas de forma descentralizada e regionalizada para essa população. Dentre elas, estão o Cadastro Estadual, ferramenta de mapeamento desse perfil no território cearense e que hoje soma cerca de 120 mil pessoas registradas; e a Consulta Pública, elaborada para consolidar, com apoio da sociedade, a Política Estadual de Saúde da Pessoa com Deficiência.

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Juliana Nóbrega apresentou o Painel de Informação do Cadastro da Pessoa com Decifiência, hospedado na plataforma Saúde Digital

“Todos esses serviços fornecem dados e informações que auxiliam os municípios na elaboração de políticas públicas e na organização dos serviços para as PcDs. Precisamos fortalecer os instrumentos que olham para essas pessoas”, pontuou Juliana Nóbrega, assessora técnica da Célula de Políticas da Rede de Atenção (Cepra) da Coordenadoria de Políticas em Gestão do Cuidado (Cogec).


Durante o evento, Arnete Borges destacou a importância do olhar mais empático para pautas relacionadas a PcDs

Para Arnete Borges, assessora técnica da Superintendência de Saúde do Litoral Leste/Jaguaribe, é necessário mais empatia para pautas que envolvem pessoas com deficiência. “A sociedade e os gestores municipais precisam ter um olhar sensível e cuidadoso com as nossas demandas para aprimorar o leque de ações e promover maior qualidade de vida”, disse. “Estamos em todos os lugares. Somos homens, mulheres, crianças, idosos, pretos e brancos. Devemos compreender esse público plural e suas especificidades”, acrescentou.

Borges também ressaltou que, durante o evento, percebeu o avanço de políticas na área nos últimos dois anos. “Com os instrumentos que hoje temos, isso significa que a Sesa está caminhando para que amanhã, ou depois, tenhamos mais iniciativas. Como o secretário destacou, não existe a última página”.

Acessibilidade na informação e no acesso a serviços

Nessa perspectiva, a Sesa ampliou o acesso à informação e aos serviços de pessoas com deficiência. Peças gráficas ou audiovisuais publicadas nas redes sociais do órgão possuem texto alternativo (para cegos) ou tradução em Língua Brasileira de Sinais (para surdos). Os intérpretes também acompanham, por videochamada, atendimentos realizados em unidades de saúde a partir de solicitação do paciente ou do profissional responsável. O apoio pode ser acionado via Telessaúde pelo número (85) 98974-5572 (WhatsApp).


Uma das intérpretes de Libras da Sesa, Isabelle Jordão é filha de pai e mãe surdos

Isabelle Jordão é uma das intérpretes de Libras da Sesa. Filha de pai e mãe surdos, a estudante de Direito reiterou a importância da disponibilização desse tipo de assistência. “Dificilmente encontramos um profissional de tradução em instituições públicas, o que reforça a segregação da pessoa surda. Muitas vezes, ela deixa de acessar um serviço porque sabe que não vai ter seu direito respeitado. Então, esse é um detalhe que faz a diferença, porque, caso o acesso não seja garantido, aquele paciente pode acabar prejudicando sua própria condição de saúde”.