Agências transfusionais em unidades de saúde garantem assistência mais rápida e segura

25 de abril de 2022 - 11:14 # # # # # #

Assessoria de Comunicação - HGCC | Hemoce
Texto: Wescley Jorge e Natássya Cybelly
Fotos: Thiago Freitas


Além de armazenar os hemocomponentes, as agências, conhecidas como bancos de sangue, realizam testes de compatibilidade entre doador e receptor e transfusões

Para salvar vidas, o sangue doado ao Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce), equipamento da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), precisa chegar rápido aos pacientes internados nas unidades de saúde. Por isso, as agências transfusionais localizadas dentro dos hospitais são fundamentais para disponibilizar, em tempo hábil e com segurança, bolsas de sangue a quem precisa de assistência.

Além de armazenar os hemocomponentes, as agências, conhecidas como bancos de sangue, realizam testes de compatibilidade entre doador e receptor. No Hospital Geral Dr. César Cals (HGCC), também da Rede Sesa, por exemplo, o setor está estrategicamente localizado para que fique próximo às enfermarias, aos centros cirúrgicos e às Unidades de Terapia Intensiva (UTIs).

De acordo com a médica Élida Dantas, responsável pela agência do HGCC, “o objetivo da estrutura é selecionar adequadamente os hemocomponentes (hemácia, plasma, plaqueta ou crioprecipitado) para o paciente, diminuindo os riscos de incompatibilidades, reações transfusionais e erros na administração”.

Segurança do paciente

No HGCC, são sete técnicos treinados para atividades como coleta de amostra de sangue do paciente – destinada à confirmação de tipo sanguíneo –, realização de outros testes pré-transfusionais e prova de compatibilidade cruzada. Há, ainda, acompanhamento da enfermeira e médica hematologista/hemoterapeuta.


Por mês, em média, são realizadas 300 transfusões em pacientes internados no Hospital César Cals

Para que a transfusão ocorra, os pacientes são avaliados pelo médico, que indica os procedimentos em casos de anemia, sangramentos, pré-operatórios e pós-operatórios, conforme a necessidade clínica. “O processo é iniciado a partir da solicitação do médico assistente, com a realização da Requisição Transfusional (RT), de acordo com a necessidade do paciente. A agência transfusional faz a coleta de amostras para os exames pré-transfusionais. Em casos específicos, a equipe assistencial realiza a coleta, como em situações de isolamento por covid-19 e em pacientes da Neonatologia”, detalha Élida Dantas.

Testes pré-transfusionais e prova de compatibilidade são alguns dos exames feitos nas agências transfusionais

Depois, indica a enfermeira Dayane Moreira de Aquino Carneiro, são realizados os exames necessários, como fator RH, fenotipagem e prova de compatibilidade cruzada. “A bolsa destinada à transfusão é registrada em nosso sistema e, em seguida, entregue à enfermeira na unidade onde se dará o procedimento. Desde 2016, o ato transfusional é de responsabilidade do profissional enfermeiro. Ele é quem realiza a transfusão imediatamente, respeitando todos os protocolos de orientação, acompanhamento e segurança padronizados pelo HGCC”, completa.

Protocolo do Recém-nascido

No César Cals, desde maio de 2020, foi iniciado o Protocolo do Recém-nascido (RN), objetivando reduzir as flebotomias (punções venosas). Seguindo normas e orientações do Hemoce e de guias internacionais, passaram a ser realizadas as coletas de sangue de cordão umbilical de bebês com menos de 29 semanas e/ou nascidos com menos de 1200g e/ou com necessidade de UTI e/ou com mães são aloimunizadas – quando há formação de anticorpos após exposição do indivíduo a antígenos não próprios, como ocorre na transfusão de sangue incompatível e nas gestantes cujos fetos expressam em suas células sanguíneas antígenos exclusivamente de origem paterna.

Desde julho de 2021, foi introduzido no HGCC, também, o Protocolo de Doador Único aos recém-nascidos que tendem a ter maior necessidade transfusional, o que diminui a exposição dos bebês à possibilidade de aloimunizações.

Rede nacional

As agências transfusionais integram uma rede nacional. Elas estão inseridas em instituições de saúde que realizam intervenções cirúrgicas de grande porte, atendimentos de urgência e emergência ou que efetuem mais de 60 transfusões por mês.

Em Fortaleza, também há agências em outros hospitais, como o Geral de Fortaleza (HGF), o de Messejana Dr. Calos Alberto Studart Gomes (HM) e o Estadual Leonardo da Vinci, todos da Rede Sesa.


O hemocentro de Fortaleza supervisiona 34 agências e hemocentros regionais de outras 25 unidades

Cada agência transfusional conta com um médico e uma enfermeira. O Hemoce presta uma assessoria a todas as estruturas, sendo responsável por realizar auditorias, fornecer reagentes e Requisição de Transfusão. “O nosso objetivo é oferecer à população uma transfusão segura e com qualidade, prezando sempre pela excelência do serviço”, pontua a diretora-geral do Hemoce, Luciana Carlos.