HRN desenvolve ações para prevenir queda de temperatura em bebês da sala de parto à admissão na UTI Neonatal

3 de dezembro de 2021 - 11:09 # # # # # #

Assessoria de Comunicação do HRN
Texto e fotos: Teresa Fernandes


Incubadora aquecida e umidificada ajuda bebês prematuros a perderem menos calor e não desidratar

O cuidado com a temperatura corporal dos bebês é necessário desde os primeiros minutos de vida, ainda na sala de parto, até a rotina diária em casa, nos primeiros meses. No entanto, não são apenas as altas temperaturas indicativas de febre que preocupam. Entre os prematuros, as baixas temperaturas podem provocar hipotermia, condição que está entre as principais causas de morte dos pequenos. Segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), para cada 1º C de queda da temperatura corporal do recém-nascido há aumento de 28% na mortalidade neonatal.

Para auxiliar os profissionais na verificação constante dos sinais vitais do bebê e manutenção da faixa normal de temperatura (entre 36,5º C e 37,5º C), a Neonatologia do Hospital Regional Norte (HRN), em Sobral, unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), promove ações de prevenção da hipotermia em prematuros da sala de parto à admissão na unidade neonatal. A área realiza capacitação para as equipes médica e de Enfermagem do Centro de Parto Normal (CPN), da Clínica Obstétrica, do Transporte, Centro Cirúrgico Geral (CCG) e da Emergência Pediátrica do hospital, além da própria Neonatologia.

Os prematuros internados precisam de uma série de tecnologias para manterem a temperatura corporal. A Neonatologia do HRN conta com incubadoras, berços e lençóis aquecidos. “A incubadora ajuda a regular a temperatura dos bebês. É uma tecnologia que já salvou muitos prematuros”, afirma a coordenadora de Enfermagem da Neonatologia do hospital, Maria Cristiane Lemos.

Além do aquecimento, as incubadoras também são umidificadas. “Isso faz com que o bebê perca menos calor e não desidrate. Para o prematuro, a hipotermia é mais grave que o aumento de temperatura”, ressalta a médica neonatologista Renata Freitas.

Para garantir que a criança possa ter um bom desenvolvimento, são necessários alguns cuidados no nascimento e durante os primeiros dias de vida. “O bebê prematuro deve nascer em uma maternidade de referência com unidade neonatal ou ser transferido de forma adequada para que não perca calor”, explica Lemos. A incubadora neonatal de transporte deve ser aquecida, além de ser necessário usar estratégias para que o bebê não perca calor, como o uso de sacos estéreis para envolver o corpo do pequeno.

Regulação de temperatura

Segundo a coordenadora de Enfermagem da Neonatologia, a regulação de temperatura nos bebês é difícil porque os mecanismos de geração de calor ainda não estão bem desenvolvidos e eles tendem a sofrer com a queda de temperatura mais rapidamente. “O bebê prematuro não consegue regular a temperatura como nós adultos porque ele não tem reserva energética para fazer esse controle térmico”, pontua. Lemos alerta que o bebê com baixa temperatura pode sofrer desde uma hipoglicemia até desconforto respiratório e apneia.


Método Canguru é fundamental para a manutenção da temperatura corporal da criança e o fortalecimento do vínculo

A temperatura precisa ser monitorada a cada seis horas e, sempre quando há alguma alteração, é necessário intervir e reavaliar. “Este é o primeiro passo para o cuidado neonatal. Quando se corrige a hipotermia, os outros fatores tendem a normalizar”, indica Lemos.

A profissional ressalta, ainda, que o método Canguru, estratégia em que a mãe ou outro parente traz o bebê próximo ao corpo, é fundamental para a manutenção da temperatura corporal e o fortalecimento do vínculo.
Liz Maria nasceu prematura de 29 semanas no HRN.

A mãe da criança, a advogada Bruna Brígida Bezerra Torres, 36, conta que a filha esteve em uma incubadora aquecida na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (Utin). Agora, a menina está na Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal Canguru (Ucinca). Torres sempre busca estar com a pequena próxima ao seu corpo. “Amo estar com ela assim”, garante. Segundo a mãe, a equipe explica a necessidade de a criança estar bem aquecida. A paciente também elogia o atendimento do hospital. “Só tenho a agradecer. Minha filha era uma promessa aborto. A Liz é um milagre. Agradeço por estar no melhor lugar”.