Pesquisa estima que 25,6 mil cearenses têm anticorpos para Covid-19 em Sobral e em Iguatu

13 de julho de 2020 - 16:35 # # #

Assessoria de Comunicação da Vice-Governadoria
Repórter:
Igor Cavalcante
Fotos: Tatiana Fortes e Nívea Uchoa

As duas cidades concluíram primeira etapa da pesquisa de soroprevalência. Pesquisadores também fizeram busca ativa de pessoas contaminadas nos municípios

Enquanto Fortaleza inicia, nesta segunda-feira (13), a fase dois da pesquisa de soroprevalência na população, os municípios de Sobral e Iguatu recebem os resultados da primeira fase do estudo. Ao todo, somando as duas cidades, a investigação projeta que 25,6 mil pessoas podem já ter desenvolvido anticorpos para a Covid-19 (doença causada pelo coronavírus).

Desta vez, além de avaliar a parcela da população com defesas no organismo contra o vírus, o Governo do Ceará, em parceria com as secretarias municipais de saúde, Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) e Instituto Opnus de Pesquisa, está realizando a busca ativa de pessoas infectadas, com inclusão de testes RT-PCR, que detecta a fase aguda da doença. Conforme a pesquisa, 57,3 mil pessoas em Sobral e em Iguatu tiveram contato com o coronavírus (incluindo as que estão com o vírus ativo e as que já desenvolveram anticorpos).

Para chegar a esse número, os técnicos aplicaram testes em 1,5 mil pessoas nas duas cidades (800 em Sobral e 700 em Iguatu) e projetaram os resultados sobre a população total (semelhante ao que ocorre em pesquisas de opinião). A rede integrada de informações entre o Estado e os municípios já permite que a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) identifique os casos graves e óbitos provocados pelo coronavírus. A pesquisa de soroprevalência e busca ativa tem como foco detectar os casos com menor gravidade e os assintomáticos.

De acordo com Magda Almeida, secretária executiva de Vigilância e Regulação da Sesa, à medida que a doença avança, o Governo do Ceará expande a pesquisa. A ideia é que os dados científicos sempre estejam norteando as ações do Estado.

Segundo ela, uma cidade de cada região de saúde recebe a pesquisa. Fortaleza foi a primeira, por ser o epicentro da doença no Ceará. Na Região Norte, Sobral foi escolhida. Iguatu foi selecionada por estar na Macrorregião do Cariri. O Sertão Central e o Litoral Leste/Jaguaribe, com avanço mais lento do vírus, ainda poderão receber o estudo.

Sobral

Avaliando os números, Magda destaca que a pesquisa em Sobral revela com clareza a dinamicidade da doença. No município que registrou as primeiras pessoas infectadas em meados de março, há bairros com alta incidências de anticorpos na população, enquanto em outras áreas é mais comum pessoas com o vírus ativo. “Nem sempre o bairro com maior quantidade de pessoas afetadas com a Covid-19 é onde o vírus está mais ativo, precisamos estar atentos a esse movimento”, pondera.

Em Sobral, segundo a pesquisa, cerca de 24 mil pessoas podem já ter anticorpos, enquanto o vírus foi considerado ativo em 30,2 mil casos. “Observamos lá muitos pacientes com coronavírus, mas assintomáticos. As pessoas sem sintomas precisam tomar medidas preventivas também, porque elas têm potencial de contaminação”, ressalta.

Iguatu

De acordo com a secretária executiva de Vigilância e Regulação, a pesquisa também aponta o movimento da doença em áreas até então menos afetadas. No caso de Iguatu, apenas 7,71% dos testes indicaram resultado positivo. A projeção indica que 7,9 mil pessoas da cidade tiveram algum contato com o vírus, a maioria com o agente infeccioso ainda ativo, e só 1,6 mil com anticorpos detectados. “Significa que a chegada da epidemia lá ainda é recente, as pessoas estão sendo infectadas agora, não tiveram tempo nem de desenvolver anticorpos”, afirma.

Fortaleza

Assim como em Fortaleza, onde revelou — na primeira fase — que 370 mil pessoas podem ter anticorpos para a Covid-19, a pesquisa terá mais duas etapas tanto em Iguatu quanto em Sobral. As pessoas testadas são escolhidas por sorteio e submetidas aos testes. Os participantes também respondem a um questionário para informar condições socioeconômicas, possíveis sintomas e medidas de prevenção.