Conheça a rotina de profissionais da segurança pública durante período de isolamento social

16 de abril de 2020 - 17:04 # # # #

Assessoria de Comunicação da SSPDS
Repórter:
Vandecy Dourado
Artes gráficas: Jeorge Farias

Diferente de boa parte da população, policiais, bombeiros, peritos e médicos legistas estão entre os trabalhadores que exercem atividades essenciais para garantir o funcionamento de muitos serviços no Ceará. São profissionais que têm como missão cuidar de si, das suas famílias e de tantas outras no Estado. Todos tiveram que redobrar os cuidados de higiene pessoal durante a pandemia de coronavírus (Covid-19). Porém, mesmo em condições adversas, os profissionais mantêm o dever diário de defender a sociedade.

Seja no ar, na terra, na água ou no combate ao fogo, homens e mulheres da segurança pública saem todos os dias de seus lares para desempenhar uma missão árdua: arriscar a própria vida para proteger os cidadãos. Para eles, ficar em casa deixou de ser uma escolha no dia em que aceitaram servir a sociedade.

Por causa da quarentena, muita coisa mudou no dia a dia desses profissionais. As delegacias reduziram os atendimentos presenciais ao público, enquanto os peritos reforçaram a higiene nos laboratórios. Já os policiais e bombeiros militares utilizam novas armas. Agora eles conscientizam a população sobre os riscos das aglomerações e atuam para que as recomendações da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) sejam cumpridas em todo o território cearense.

Dividida em duas partes, essa reportagem especial mergulha na intimidade de quatro profissionais da segurança pública do Ceará que aceitaram compartilhar um pouco da experiência deles durante o período de isolamento social. Nesta quinta-feira (16), você acompanha a mudança de hábitos de um policial militar e de um bombeiro militar que atuam no Estado. Na sexta-feira (17), será a vez de conhecer o que um delegado e um auxiliar de perícia estão fazendo de diferente nestes dias. O ponto em comum entre eles? Todos tiveram suas rotinas modificadas tanto no trabalho quanto dentro de casa.

Relatos

O soldado da Polícia Militar do Ceará (PMCE), Davi Farias, e o cabo do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CBMCE), Adriano Ribeiro, compartilham uma rotina semelhante desde que o confinamento foi imposto pela chegada do vírus ao Ceará. Ambos tiveram que mudar os hábitos para proteger seus entes queridos dentro de casa. No apartamento da família Farias, a pequena Sophie, de quase dois meses de vida, recebe o carinho diário dos papais, que não se descuidam dos cuidados com a higiene deles e da bebê.

Há pouco mais de dois anos atuando como policial no Ceará, Farias precisou sair de Pernambuco, onde nasceu, para morar e trabalhar em Fortaleza. Após a chegada da primeira filha, o que mais ele sente falta neste momento é a presença dos pais e dos sogros, que moram em sua terra natal e ainda não tiveram a chance de conhecer a netinha pessoalmente. A ausência da família é suprida por meio de videochamadas. “A chamada de vídeo é nossa salvação. Espero que isso passe logo, principalmente para poder ver meus familiares, porque não temos família aqui. A falta deles está demais”, relata.

Os cuidados de higiene em casa também se estenderam para o trabalho. Além da farda e da arma, o uso de máscara e álcool em gel passou a fazer parte da rotina durante as patrulhas dos policiais militares no Estado. Farias teve de entrar no ritmo de lavar as mãos com frequência e se acostumar com o rito da higienização ao chegar e ao sair do serviço, bem como ao voltar para casa. “Quando eu chego em casa, jogo logo a roupa para lavar e corro para tomar banho para só aí ter contato com a minha família”, conta o militar receoso com o avanço da doença.

Bloqueio total

O bombeiro militar Adriano também segue à risca as recomendações de higiene pessoal, porque sabe que ao retornar para casa, a esposa, grávida de quase cinco meses, estará à sua espera carregando a Alice. Mas você já imaginou morar na mesma casa e não poder ter contato nenhum com os outros moradores? É o que acontece na casa de Adriano, que divide o lar com a companheira. Por precaução, ele está isolado em um quarto para possibilitar que a esposa e o neném estejam mais seguros.

“Como é um vírus novo, a gente não sabe muito bem como ele pode se comportar na gestação, se ela contrair. A gente parece que fica meio doido com isso, mas eu acho que é um cuidado a mais que a gente tem que ter para o bem de todos”, revela o bombeiro com a expectativa de que tudo volte a ser como era antes.

O atual momento requer sacrifícios, cuidados e o esforço de todos. Mesmo sem apresentar quaisquer sintomas da doença, o contágio pode acontecer, por isso, é vital sair de casa somente em extrema necessidade. Assim, você contribui para não colocar em risco a vida dos outros e ajuda a não sobrecarregar o sistema de saúde. Enquanto policiais, bombeiros, peritos e médicos legistas estão nas ruas e nos laboratórios, você fica no lugar mais seguro de todos: sua casa. É lá onde você encontra refúgio e fortaleza e ajuda, mesmo que indiretamente, a salvar vidas.

Isolamento social necessário

O Decreto Estadual nº 30.519, de 19 de março de 2020, estabelece medidas de combate à pandemia de coronavírus (Covid-19), a partir de critérios técnicos e científicos, no intuito de promover o isolamento social da população.

O Governo do Ceará reafirma que o isolamento da população é o meio mais eficaz para conter a rápida disseminação do coronavírus. A medida reduz a curva de crescimento da doença e, assim, permite que as unidades de saúde não entrem em colapso. Dessa forma, a população terá acesso a um atendimento cada vez melhor.