Secretários da Fazenda e da Saúde realizam palestra sobre inovação no setor público

19 de fevereiro de 2020 - 17:26 # # #

Inovação e gestão pública. O tema foi protagonista das palestras realizadas, na tarde desta terça-feira (18/02), pelos secretários estaduais Fernanda Pacobahyba (Fazenda) e Carlos Roberto Martins Rodrigues, conhecido como Dr. Cabeto (Saúde). No auditório da sede III da Secretaria da Fazenda do Ceará (Sefaz-CE), eles ressaltaram a importância da aplicação da ciência de dados para melhorar a oferta de serviços à população e dar mais transparência aos atos governamentais. As apresentações inauguraram o movimento Inova Sefaz, uma parceria entre a Fazenda e o Laboratório de Inovação de Dados do Governo do Ceará (Íris).

Ao abrir o evento, a secretária Fernanda Pacobahyba agradeceu ao secretário Dr. Cabeto pela disponibilidade de compartilhar conhecimentos e experiências. “É um privilégio muito grande termos uma pessoa tão habilitada ao cargo, que está empreendendo mudanças na Secretaria da Saúde (Sesa). Acreditamos que precisamos pensar além das fronteiras tradicionais, que precisamos ousar, que precisamos dividir. É muito importante criar um ambiente de transparência, de dados, de compartilhamento”, afirmou.

Com o tema “Dados Abertos na Saúde –IntegraSUS”, a palestra do secretário Dr. Cabeto teve como foco as ações implementadas na Sesa para modernizar a gestão da saúde no Ceará. Ele deu detalhes sobre o projeto IntegraSUS, uma ferramenta de transparência da gestão pública, lançada em agosto de 2019, que agrupa sistemas de monitoramento e gerenciamento epidemiológico, hospitalar, ambulatorial, administrativo, financeiro e de planejamento da Sesa e dos 184 municípios cearenses.

Segundo o secretário, a união entre inteligência e inovação é fundamental para auxiliar os gestores na tomada de decisão e tornar as políticas públicas mais eficientes. “Um dos desafios do Governo é melhorar a eficiência do gasto público. A gente tem que saber por que não tá conseguindo entregar para as pessoas o que elas querem. Temos que focar no doente, no usuário, para entregar a coisa adequada. De que maneira? Tomando a decisão melhor, usando dados científicos”, ressaltou o titular da Sesa.

Para Dr. Cabeto, os indicadores têm de ser abertos e compartilhados, para que o cidadão se sinta empoderado, fortalecendo o controle social. “É preciso educar a sociedade. A secretária Fernanda tem falado muito isso. É preciso que as pessoas conheçam o Estado, porque, para colaborar, você precisa conhecer. O melhor mecanismo de controle hoje é o direto. Temos que empoderar os cidadãos, dar autonomia para eles. Começamos a viver um ambiente de transformação”, afirmou.

Habilidades para inovar

A secretária Fernanda Pacobahyba abordou o tema “Competências Essenciais para Inovação no Setor Público”. Ela citou um estudo desenvolvido pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) que destaca as habilidades necessárias para os gestores públicos que desejam criar um ambiente institucional inovador. São elas: insurgência, iteração, storytelling, alfabetização de dados, foco no usuário e curiosidade.

Segundo a secretária, a insurgência está relacionada à capacidade de desafiar o jeito usual de fazer as coisas, de trabalhar com parceiros incomuns. Já a iteração, conforme ela, diz respeito à capacidade de experimentar alternativas, desenvolver e refinar protótipos.

Outra competência evidenciada pela titular da Sefaz foi a utilização da abordagem do storytelling para engajar as pessoas e explicar as mudanças nos processos. As histórias de contribuintes são, conforme ela, uma ferramenta importante para delinear os benefícios de algumas medidas tributárias.

Fernanda Pacobahyba ainda destacou a alfabetização de dados como competência essencial para gerentes inovadores. Ela explicou que as decisões precisam estar baseadas em dados e evidências. Para isso, é necessária a construção de sistemas que coletem as informações certas. Além disso, é fundamental que a comunicação desses dados seja feita de forma adequada e eficiente. Curiosidade para identificar novas ideias e foco nas necessidades dos cidadãos foram outros requisitos salientados pela secretária.

“Cada organização tem suas peculiaridades. Em algumas, os líderes precisam desbloquear as barreiras processuais implementadas. Em outras, eles precisam agir para superar mentalidades ou dificuldades de diálogo entre os servidores. Precisam também comunicar como o trabalho de nossas equipes está alinhado com as prioridades de governo. Precisamos nos preparar para esse mundo disruptivo, para esse mundo inovador”, afirmou Fernanda Pacobahyba.