Atendimento odontológico evita agravamento de pacientes em UTI

30 de setembro de 2019 - 08:32 # # #

Assessoria de Comunicação do Hospital São José
Repórter: Franciane Amaral
Arte gráfica: Jeorge Farias

Além do acesso a exames e tratamento especializados, o cuidado com a saúde bucal do paciente é fundamental durante a hospitalização. No Hospital São José (HSJ), do Governo do Ceará, o atendimento na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) segue uma estratégia de cuidado que inclui a odontologia. “Trata-se de ações específicas com muito zelo em pacientes que podem estar intubados, imobilizados. Envolve higiene bucal e intervenções maiores como restaurações provisórias, biópsia de lesões bucais e prevenção de traumas”, esclarece Lúcio Almeida, cirurgião dentista do HSJ.

Quando João Antônio da Silva (nome fictício), de 71 anos, precisou ficar internado na UTI do Hospital São José, a família se surpreendeu ao saber que tratariam dos dentes dele, mesmo o aposentado estando temporariamente inconsciente. “No começo, eu fiquei assustada, mas depois quando eu vi o cuidado com a boquinha do meu pai, mesmo ele estando ali dormindo profundo, eu fiquei foi emocionada. Realmente, é um cuidado que eu nem imaginava que precisava”, diz a filha mais velha de seu João, que acompanhou até o aposentado sair da UTI, voltar para a enfermaria e receber alta.

A interação entre a equipe intensivista e de odontologia qualifica a segurança da saúde do paciente. A UTI do Hospital São José tem assistência de uma equipe multiprofissional formada por médicos, fisioterapeutas, enfermeiros, entre outros profissionais. Todos empenhados em reverter casos graves, reencaminhar para a enfermaria e dar continuidade ao tratamento. “Unimos todos os nossos esforços através da implementação de assistência em saúde de excelência e boas práticas para tentar melhorar os problemas de saúde do paciente crítico”, garante Luciana Vládia Fragoso, coordenadora de enfermagem da UTI do HSJ.

Cuidado

A literatura científica mostra uma associação entre higiene bucal adequada e a redução na incidência de pneumonia, especialmente a Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica (PAV), importante causa de mortalidade. “A pneumonia por aspirações é a primeira a ser reduzida com a higienização correta e sistemática da boca, mas também temos inúmeros casos de pacientes que a medicação antibiótica não vinha surtindo efeito e após a remoção dos focos de infecções bucais, eles tiveram uma recuperação rápida”, afirma Lúcio Almeida.

Após a avaliação diagnóstica, a decisão do melhor tratamento é compartilhada com a equipe multiprofissional e com o médico assistente do paciente internado na UTI. Há ainda a Estratégia de Desinfecção Intensiva da Boca Toda (DIBT) com remoção dos focos de infecções agudas ou fatores de risco ao paciente e a orientação de higiene bucal aos técnicos de enfermagem de forma individualizada, beira-leito, adequada às necessidades de cada paciente. Esses procedimentos começam a ser realizados, no máximo, até as primeiras 72 horas da admissão na unidade. “A ação compartilhada que vem reduzindo a carga oral microbiana, o risco de PAV e, consequentemente, o tempo de internação, está servindo de modelo assistencial para outras instituições e grupos de assistência em saúde”, finaliza a enfermeira Luciana Vládia.