Desafios fortalecem mães que acompanham filhos em tratamento

9 de maio de 2018 - 16:23 # # # #

Assessoria de Comunicação da Sesa - Cristiane Bonfim/ Marcus Sá / Helga Rackel / (85) 3101.5221 / 3101.5220

Aos 34 anos, Joélia Davi da Silva Santos é um exemplo de determinação. Costureira, precisou afastar-se do ofício para se dedicar à nova criança que chegava à família. Joélia é mãe de Letícia Lara, 12, e Larissa Vitória, 2 anos. Atualmente, a atenção é redobrada para os cuidados com a caçula que, desde o nascimento, é acompanhada pelos profissionais de saúde do Hospital Infantil Albert Sabin e do Centro de Saúde Meireles, ambos do Governo do Ceará.

Larissa nasceu com malformações congênitas no reto e ânus (anomalia anorretal) e na bexiga (extrofia de bexiga). Devido à anomalia anorretal, foi necessário que a caçula de Joélia fizesse uma colostomia (abertura na parede abdominal para eliminação de fezes e gases). Para receber as bolsas coletoras, Larissa foi encaminhada para o Centro de Saúde Meireles, onde é acompanhada pela equipe multiprofissional e especializada do Programa de Atenção à Saúde da Pessoa Ostomizada. Uma nova etapa iniciou na vida de Joélia desde então. Desafios e aprendizado são presentes diariamente na rotina da família, especialmente de mãe e filha.

“Ser mãe da Larissa mudou meu olhar para o mundo. Hoje, com uma criança especial, estou mais sensível”, declara Joélia, que precisou deixar a profissão de costureira para garantir uma atenção integral à filha. “Estou querendo levar uma vida normal com ela”, afirma.

Para Taiara Sousa do Amaral, 20, a jornada da maternidade começou há dois meses. Mãe de primeira viagem, ela foi surpreendida com o nascimento prematuro de Thayla, aumentando a ansiedade com a nova vida. “É uma experiência diferente, tudo novo. Está sendo uma experiência do bem”, fala. Eo desejo dela é voltar a amamentar a filha o quanto antes.

Sob suspeita de alergia à proteína do leite de vaca (APLV), a pequena Thayla iniciou o acompanhamento multidisciplinar no Programa do APLV, outro serviço implantado pela Secretaria da Saúde do Estado no Centro de Saúde Meireles. Taiara já conhece a importância do aleitamento materno para a saúde da mãe e do bebê, como também para o fortalecimento do vínculo entre ambos. “Já cuidei de primo e sobrinho. Então, o que é novo é a mama (aleitamento)”, ressalta quando explica que não é inexperiente em cuidar de criança e conclui: “desejo à minha filha o melhor”.

Experiências da maternidade

Assim como Thayla e Taiara, Fátima Bezerra, 45, e Victor, 2 anos, são acompanhados no Programa do APLV. Há oito meses, o caçula de Fátima foi diagnosticado com alergia à proteína do leite de vaca. Desde então, mãe e filho vão às consultas no Centro de Saúde Meireles, regularmente. Para ela, o desafio maior não é o cuidado diferenciado que o tratamento de Victor exige, mas a novidade de ser mãe aos 42 anos. Vinte e três anos depois do nascimento de Anderson, primeiro filho, Fátima vivencia uma nova experiência que a cada dia a surpreende. E como se não bastasse a alegria do nascimento de Victor, ela tornou-se avó. Três meses antes de ele nascer, Ana Clarice chegou à família.

“Eu me senti muito bem quando soube que ia ser avó. Pouco tempo depois, descobri que estava grávida de dois meses”, conta Fátima, que teve parto normal e resguardo tranquilo. A nova rotina foi intensificada, já que ela trabalha na mesma creche em que o filho estuda. “Acordo quatro horas, levo meu filho para creche, a gente fica lá até as 17 horas e chega em casa às 18 horas. Eu pego dois ônibus para o trabalho, 1h20min de trânsito todos os dias”, diz.

Joélia, Taiara e Fátima a cada dia vivenciam e aprendem novos significados para a maternidade. A cada filho, um novo desafio, uma nova conquista, o amor personificado em diferentes formas. E nessa rotina entre cuidar em casa, acompanhar para consultas médicas, estar presente em todos os momentos, faz dessas três mulheres mães guerreiras e determinadas a garantirem a saúde e o futuro de suas crianças. “Cansaço bate, arrependimento não. É muito bom ser mãe, é uma emoção diária. Eu desejo paz, saúde, tudo de bom, um mundo mais calmo para os nossos filhos”, sonha Fátima, cuja maternidade também se estende como abraços e zelo às crianças da creche onde trabalha.

Programa de Atenção à Saúde da Pessoa Ostomizada

O serviço de ostomizados atende a pacientes ostomizados (que utilizam bolsas coletoras) intestinais e urinários da capital e do interior, no Centro de Saúde Meireles, de segunda a sexta-feira, das 7h30min às 16 horas. Com o atendimento integral realizado pelo programa, os pacientes têm o fornecimento de bolsas coletoras, consulta e o acompanhamento por uma equipe multiprofissional e especializada, que inclui médico proctologista, enfermeira, nutricionista, assistente social e psicólogo. Este ano, até o mês de abril, o Programa atendeu a 7.962 pacientes e forneceu 69.613 bolsas e acessórios de ostomia.

Para agendar a primeira consulta no Programa de Atenção à Pessoa Ostomizada, basta ligar para o Centro de Saúde Meireles, telefone (85) 3486-6274. O agendamento pode ser feito de segunda a sexta-feira, das 8 às 16 horas.

Programa de Alergia à Proteína do Leite de Vaca

O Programa do APLV atende a crianças de zero a três anos de idade com suspeita ou diagnóstico de alergia alimentar à proteína do leite de vaca e de soja. A primeira consulta é agendada pela Central de Regulação. Quem mora no interior do Estado vai ao posto de saúde do município e após a avaliação clínica, o médico do posto encaminha o paciente para a Coordenadoria Regional de Saúde, onde os pais ou responsáveis da criança solicitam o agendamento da primeira consulta para o atendimento no Centro de Saúde Meireles, em Fortaleza.

Quem reside em Fortaleza também procura um posto de saúde, onde no próprio local é feito o agendamento com a Central de Regulação, logo depois da consulta com o médico. O atendimento do Programa do APLV no Centro de Saúde Meireles ocorre de segunda a sexta-feira, das 8 às 12 horas e das 13 às 17 horas, por uma equipe de sete médicas gastropediatras e alergologistas e quatro nutricionistas. Após a consulta com os especialistas, o bebê é encaminhado para avaliação com a nutricionista, que indica o cardápio e prescreve a receita do lactente. Logo em seguida, no cadastramento, é marcada a data para o recebimento de uma das fórmulas infantis fornecidas pela Secretaria da Saúde do Estado que, este ano, distribuiu 60.315 latas até o mês de abril. Mais informações pelo (85) 3486-6288.

Serviço:
Centro de Saúde Meireles
Av. Antônio Justa, 3113, Meireles, Fortaleza