Cobra, escorpião e aranha matam. Previna acidentes.

4 de julho de 2016 - 18:41

Os cuidados que a população deve ter com os animais peçonhentos devem ser ainda maiores em julho, período de acasalamento e reprodução das cobras. Há ainda as dificuldades de abastecimento dos soros antivenenos, já anunciado pelo Ministério da Saúde na Nota Informativa Conjunta nº 11, de junho de 2016 – ver na íntegra. A orientação à população, portanto, é prevenir esses acidentes evitáveis. Os animais peçonhentos gostam de ambientes quentes e úmidos e são encontradas em matas fechadas, trilhas, próximo a residências com lixo acumulado, onde proliferam os ratos, dentro das casas, onde entram para se aquecer e procurar alimento, e se tornam agressivas durante a poda do cajueiro, que acontece nessa época do ano. Os trabalhadores do campo devem sempre utilizar os equipamentos de proteção individual (EPIs), como botas ou perneiras, evitar colocar as mãos em tocas, montes de lenha, folhas e cupinzeiros
 
Os escorpiões vivem em pilhas de madeira, cercas, embaixo de pedras, cupinzeiros e quintais. São bichos que ficam escondidos durante o dia e saem à noite para se alimentar de insetos, como grilos e baratas. A aranha marrom esconde-se em telhas, tijolos, madeiras, atrás ou embaixo de móveis, quadros, rodapés, caixas ou objetos armazenados em depósitos, garagens, porões, e outros ambientes com pouca iluminação e movimentação. Bastante agressiva, a aranha armadeira abriga-se sob troncos, palmeiras, bromélias, e entre folhas de bananeira. Pode se alojar em sapatos, atrás de móveis, cortinas, sob vasos, entulhos, material de construção. A viúva-negra é encontrada próxima ou dentro das casas, em ambientes sombreados, como frestas, sob cadeiras e mesas em jardins.
 
O risco de acidente pode ser reduzido tomando-se as medidas gerais para prevenção: usar calçados e luvas nas atividades rurais e de jardinagem; examinar calçados, roupas pessoais, de cama e banho, antes de usá-las; afastar camas das paredes e evitar pendurar roupas fora de armários; não acumular entulhos e materiais de construção; limpar regularmente móveis, cortinas, quadros, cantos de parede; vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos, forros e rodapés; utilizar telas, vedantes ou sacos de areia em portas, janelas e ralos; manter limpos os locais próximos das casas, jardins, quintais, paióis e celeiros; evitar plantas tipo trepadeiras e bananeiras junto às casas e manter a grama sempre cortada; limpar terrenos baldios pelo menos na faixa de um a dois metros junto ao muro ou cercas.
 
Casos
 
Entre 2007 e maio deste ano, foram notificados no Ceará 28.402 acidentes por animais peçonhentos, 88,5% deles, no total de 24.663 casos, relacionados a escorpiões e serpentes, com 56 óbitos. Este ano foram registrados 1.634 acidentes por animais peçonhentos. Em 72% dos acidentes (1.170) o animal agressor foi o escorpião, seguido da serpente, com 18% (300), abelha 4% (61), aranha 3% (47) e a lagarta 0,4% (7). No mesmo período três óbitos foram registrados, sendo um por serpente e dois por aranha.
 
Na série histórica, foram notificados 18.494 casos (65,1%) de intoxicação por ferroada de escorpião. Desses, e 6.169 caos (23,4%) de intoxicação por picada de cobra. Os acidentes causados por serpentes apresentaram elevação durante o mês de julho, enquanto que, por escorpião, o aumento ocorre entre outubro e janeiro. Dos 28.402 casos notificados na série histórica, 18.737 (64,6%) ocorreram em zona.  urbana e 8.433 (29,7%) na zona rural. Para o acidente com serpentes 6.259, ou 86,8% dos casos, ocorreram em zona rural. A maioria dos óbitos é relacionada a acidentes com serpentes. Dos 56 óbitos registrados a partir de 2007, 33 (55,4%) foram em consequência de picada de cobra e 14 (25%) por ferroada de escorpião, 7 (12,5%) por acidente com aranha e 4 (7,1%) por picada de abelha. Dos casos registrados, 26.117 (92%) evoluíram para a cura e destes, 17.112 (65,5%) foram atendidos em até 3 horas depois da picada do animal agressor.
 
A melhor forma de evitar acidentes é adotar medidas de prevenção. Por isso é fundamental manter a casa e a área ao redor limpas, uma vez que o lixo e entulhos podem servir de abrigo para muitos destes animais. Também é importante ficar atento à limpeza de armários, já que ambientes escuros e úmidos servem de esconderijos para aranhas e escorpiões. Vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos, forros, meias-canas e rodapé, além de utilizar telas e vedantes em portas, janelas e ralos, são outras formas de evitar a presença dos animais peçonhentos. Moradores de área rural e trabalhadores da agricultura não podem deixar de usar luvas e botas ao entrar em matas ou plantações. A Secretaria da Saúde do Estado faz as seguintes recomendações para evitar acidentes com animais peçonhentos terrestres:
 
COMO SE PROTEGER
 
– Utilizar equipamentos de proteção individual (EPI), como luvas de raspa de couro e calçados fechados, durante o manuseio de materiais de construção (tijolos, pedras, madeiras e sacos de cimento); transporte de lenhas; movimentação de móveis; atividades rurais; limpeza de jardins, quintais e terrenos baldios, entre outras atividades.
– Olhar sempre com atenção o local de trabalho e os caminhos a percorrer.
– Não colocar as mãos em tocas ou buracos na terra, ocos de árvores, cupinzeiros, entre espaços situados em montes de lenha ou entre pedras. Caso seja necessário mexer nestes lugares, usar um pedaço de madeira, enxada ou foice.
– No amanhecer e no entardecer, evitar a aproximação da vegetação muito próxima ao chão, gramados ou até mesmo jardins, pois é nesse momento que serpentes estão em maior atividade.
– Não mexer em colmeias e vespeiros. Caso estas estejam em áreas de risco de acidente, contatar a autoridade local competente para a remoção.
– Inspecionar roupas, calçados, toalhas de banho e de rosto, roupas de cama, panos de chão e tapetes, antes de usá-los.
– Afastar camas e berços das paredes e evitar pendurar roupas fora de armários.
 
Proteção da população
 
– Não depositar ou acumular lixo, entulho e materiais de construção junto às habitações.
– Evitar que plantas trepadeiras se encostem às casas e que folhagens entrem pelo telhado ou pelo forro.
– Controlar roedores existentes na área.
– Não montar acampamento próximo a áreas onde normalmente há roedores (plantações, pastos ou matos) e, por conseguinte, maior número de serpentes.
– Não fazer piquenique às margens de rios, lagos ou lagoas, e não encostar-se a barrancos durante pescarias ou outras atividades.
– Limpar regularmente móveis, cortinas, quadros, cantos de parede e terrenos baldios (sempre com uso de EPI).
– Vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos, forros e rodapés.
– Utilizar telas, vedantes ou sacos de areia em portas, janelas e ralos.
– Manter limpos os locais próximos das residências, jardins, quintais, paióis e celeiros;
– Combater insetos, principalmente baratas (são alimentos para escorpiões e aranhas);
– Preservar os predadores naturais dos animais peçonhentos.
 
Web palestra
 
Para qualificar a atenção aos acidentes por animais peçonhentos nos serviços de saúde, a Secretaria da Saúde do Estado promoverá na quarta-feira, 13 de julho, a partir das 14 horas, web palestra sobre escopião com o biólogo Relrison Dias, do Núcleo de Controle de Vetores (Nuvet). A transmissão das palestras será feita através do telessaúde, que permite a preparação e atualização de profissionais à distância, com uso de tecnologias de informação e comunicação. Pela webconferência, por meio de som e imagens, as palestrantes se comunicarão com os profissionais de saúde dos municípios de todas regiões do Estado. Além da exposição das palestrantes, haverá interação entre os participantes por meio de perguntas e respostas. Para participar da web conferência basta ir ao endereço http://webconf2.rnp.br/rutehuwcufc

 
 
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