Cuidados na infância ajudam a prevenir meningite

25 de agosto de 2017 - 14:02

Foi aos seis meses de vida que o comerciante Francisco Pedro da Silva teve meningite do tipo mais grave, causada por bactéria. Hoje, com 37 anos, ele ainda toma alguns medicamentos para evitar convulsões, a única sequela atribuída à doença de anos atrás. “Era um tempo cheio de dificuldades, a gente não tinha muito acesso à vacinação. Quando a minha filha nasceu, já ficamos atentos ao calendário de vacinas nos postos de saúde. A caderneta dela sempre esteve em dia”, diz o comerciante, que se tratou da meningite no Hospital São José de Doenças Infecciosas, da rede pública do Governo do Ceará.

Esse mesmo cuidado tem a família da Isadora, 5 anos. A menina vai à consulta de rotina no ambulatório de pediatria do Hospital São José. A atenção dos pais com o calendário de vacina garantiu tranquilidade e distância de infecções graves, entre elas a meningite. “Nunca deixamos passar uma vacina. A palavra meningite sempre assustou a gente. Por isso, todas as vacinas contra essa doença que foram ofertadas a gente garantiu pra ela”, afirma Lúcia Moreira, tia de Isadora.

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De acordo com a coordenadora da unidade pediátrica do Hospital São José, Gláucia Ferreira, a vacinação é o método mais seguro de prevenir essa infecção que pode se apresentar de forma repentina com sintomas como febre alta, fortes dores de cabeça, vômitos, rigidez no pescoço, moleza, irritação, fraqueza e manchas vermelhas na pele. Essas manchas são inicialmente semelhantes a picadas de mosquitos, mas rapidamente aumentam de número e de tamanho, sendo indício de que há uma grande quantidade de bactérias circulando pelo sangue.

A transmissão se dá pelo contato da saliva ou gotículas de saliva da pessoa doente com os órgãos respiratórios de um indivíduo saudável, levando a bactéria para o sistema circulatório aproximadamente cinco dias após o contágio. Como crianças de até 6 anos de idade ainda não têm seus sistemas imunológicos completamente consolidados, são elas as mais vulneráveis. Idosos e imunodeprimidos também fazem parte do grupo de maior suscetibilidade.

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“As crianças devem tomar as vacinas contra a meningite já a partir dos dois meses de vida. As doses são disponibilizadas pela rede pública. Essa vacinação em dia vai evitar grandes danos provocados por essa infecção”, esclarece a infectologista. O Sistema Único de Saúde brasileiro (SUS) oferece vacinas contra as bactérias hemófilo B, pneumococo 10, que, além da meningite, podem provocar pneumonia, e meningococo C, maior responsável por infeções desse tipo no Brasil.

Este ano, o Ministério da Saúde ampliou a oferta de vacina contra meningite C. Até o ano passado, era oferecida em duas doses aos 3 e 5 meses de idade, com um reforço aplicado aos 12 meses. Agora, está incluído um reforço da vacina para adolescentes de 12 a 13 anos. A inclusão dos adolescentes no público-alvo da vacina contra meningite C ocorreu, segundo o Ministério da Saúde, porque pode haver uma redução da proteção contra a doença com o passar dos anos, após a imunização feita na infância.
Além da vacina, medidas simples também devem fazer parte da rotina para que vários tipos de infecções sejam evitados, como lavar as mãos, alimentar-se bem, evitar contato com secreção oral de pacientes com infecções virais ou bacterianas sem tratamento.

Fotos: Assessoria de Comunicação do HSJ

Assessoria de Comunicação do Hospital São José
Franciane Amaral
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