Respira Ceará: Sesa incentiva empresas a participarem do movimento contra escassez de oxigênio nos hospitais

19 de abril de 2021 - 19:26 # # # # #

Assessoria de Comunicação da Sesa
Texto:
Caio Faheina e Guto Castro Neto
Foto: Ascom/Sesa
Arte gráfica: Iza Machado


Com o fortalecimento do Programa Salvando Vidas e do Movimento Respira Ceará, cerca de quatro milhões de cearenses podem ser beneficiados permanentemente

Durante encontro virtual nesta segunda-feira (19), a Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), por meio do Movimento Respira Ceará, buscou sensibilizar empresários a se unirem contra a escassez de oxigênio nas unidades hospitalares cearenses diante do agravamento da pandemia da Covid-19. A iniciativa, em colaboração com a Câmara de Comércio Brasil-Portugal (CBPCE) e a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), surgiu em meio à formalização de parceria da Sesa junto ao Programa Salvando Vidas, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para incentivar empresas a doarem insumos e custearem a instalação de micro e miniusinas de oxigênio para hospitais do Estado. Em formato Matchfunding (Financiamento misto), o projeto do banco de fomento já beneficiou unidades hospitalares de todo o Brasil.

Participaram da reunião a vice-governadora do Ceará, Izolda Cela, o secretário da Saúde do Estado, Carlos Roberto Martins Rodrigues Sobrinho (Dr. Cabeto), o superintendente da Área de Gestão Pública e Socioambiental do BNDES, Julio Costa, os presidentes da CBPCE, Wandocyr Romero, e da Fiec, Ricardo Cavalcante, além de empresários e outros representantes da sociedade civil. O evento foi mediado pelo secretário de Assuntos Internacionais do Governo do Ceará, César Ribeiro.

Representando o governador Camilo Santana no encontro, Izolda Cela afirmou ser entusiasta da ação e destacou dois pontos da iniciativa: o foco e a colaboração. “O foco, o oxigênio, escolhido como uma das prioridades dessa primeira modelagem do programa. E é muito importante a cooperação do setor privado. Nós seremos uma sociedade melhor quando tivermos mais maduros e avançados nesse grau de engajamento e colaboração”, resume.

O titular da Saúde também sublinhou a união de vários representantes sociais e comemorou uma “finalidade bem estruturada”. “Mais do que uma boa ação no momento de pandemia, há possibilidade de isso colaborar para mudança no sistema de saúde, o que inclui o fortalecimento de hospitais-polo das cinco regiões administrativas de saúde do Ceará”.

Durante a apresentação, Dr. Cabeto pontuou que 44 hospitais em 42 municípios demandam micro e miniusinas de oxigênio, considerando o perfil hospitalar e a descentralização da Saúde no Estado. Com o fortalecimento do Programa Salvando Vidas e do Movimento Respira Ceará, cerca de quatro milhões de cearenses podem ser beneficiados permanentemente. “Esse movimento vem exatamente num momento de pandemia, onde a gente enxerga algumas vulnerabilidades que precisam ser resolvidas e a possibilidade de aplicação de estruturas permanentes, que farão parte desse processo de regionalização da saúde”.

Doações iniciadas

Ainda na semana passada, enquanto se articulava o movimento Respira Ceará, o BNDES anunciou doações de duas miniusinas de 30m³/s para Sobral e Quixadá, fruto de contribuições das empresas Heineken e Omega Energia, respectivamente. Na reunião dessa segunda-feira, o procurador-geral de Justiça do Ceará, Manuel Pinheiro, manifestou o interesse de doar seis microusinas de 20m³/h para municípios cearenses por meio do Fundo de Defesa dos Direitos Difusos (FDID), ligado ao Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE). Obteve como resposta do representante do BNDES que, se formalizada a doação, o Banco asseguraria a instalação de outras seis usinas do mesmo porte, totalizando 12 equipamentos.

Programa Salvando Vidas

De acordo com Julio Costa, o programa surgiu, inicialmente, para dar suporte a hospitais filantrópicos e Santas Casas de Misericórdia – que operam pelo Sistema Único de Serviço (SUS). Em parceria com a Confederação Brasileira das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos, foram mapeadas unidades e estados que precisariam ser atendidos com maior urgência. “Quando a gente entrou na pandemia da Covid, sabíamos que seria uma crise grande para os estados, municípios e hospitais filantrópicos, devido à magnitude do cenário pandêmico”, relembra.

“Podemos dividir o programa em duas fases, a de concepção de um compliance, no qual era preciso trazer um parceiro que conseguisse chegar aos melhores produtos com um preço mais razoável e no menor tempo possível para atender os hospitais. No segundo momento, percebemos que vários doadores tinham interesse em fazer doações para as secretarias da Saúde. Fizemos um ajuste para atender esse público”, continua.

Pelo programa, cada R$ 1,00 doado pelas empresas é dobrado pelo BNDES. “Atingimos a meta inicial prevista de R$ 100 milhões. Dado o recrudescimento, vamos continuar com o programa”, diz.

Como funciona

O Salvando Vidas funciona com instituições parceiras do BNDES que operacionalizam as doações (Bionexo, EY, SITAWI Finanças do Bem, Confederação das Santas Casas de Misericórdia e Benfeitoria). As instituições recebem as doações das empresas e do banco de fomento, negociam com os fornecedores e acompanham a instalação das usinas, tudo dentro de um processo de transparência e de auditoria. A sensibilização pode ser estendida aos colaboradores das empresas, que também podem fazer doações no conceito do Matchfunding.

O valor mínimo solicitado aos doadores é de R$ 100 mil. Uma miniusina de 30m³/h custa R$ 1,1 milhão para ser instalada. Já a microusina de 20m³/h tem valor de instalação em torno de R$ 600 mil.