Avançando Juntos: o ‘Senhor Frio’ que salva vidas

24 de fevereiro de 2021 - 09:59

Assessoria de Comunicação da Casa Civil
Repórter:
Daniel Herculano
Fotos: Thiara Montefusco


O Governo do Ceará inicia a série multimídia “Avançando Juntos”, que retrata os profissionais que fazem a diferença na nossa sociedade sob a ótica de quem está do lado de lá do balcão, o servidor. No meio da pandemia, mas em um momento de esperança, nada melhor do que começar com o profissional responsável por receber, armazenar e distribuir as vacinas em todo o estado do Ceará.

Se nos quadrinhos de Batman, o ‘Senhor Frio’, um cientista dependente das baixíssimas temperaturas para sobreviver, é um vilão em busca da cura para a esposa, o nosso ‘Senhor Frio’ cearense é peça crucial para a cura da Covid-19 no Ceará. Estamos falando de Francisco Tarcísio Seabra Filho, gerente da Central Estadual de Armazenamento e Distribuição de Imunobiológicos (Ceadim), órgão da Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa), internamente conhecida como “Rede de Frio”. Seu trabalho nos bastidores não aparece para a população, mas é peça fundamental para que a campanha de vacinação contra a Covid-19 saia do papel e chegue aos braços dos cearenses.

Ele é responsável pelo processo logístico de conservação desses imunobiológicos, desde a saída do laboratório produtor até a chegada do produto ao usuário, passando antes pelas etapas de recebimento, armazenamento, distribuição, e transporte. “A Ceadim trabalha nos bastidores, pois a população cearense não conhece o percurso que essa vacina faz, todo o processo e o cuidado que se tem com os imunobiológicos do Estado”, diz o gerente.

Segundo Tarcísio, a chamada “Rede de Frio” é um sistema amplo, de normatização e planejamento, sempre visando à manutenção adequada dos medicamentos. “É um meio que permeia todas as esferas da gestão, com os fluxos definidos de esfera nacional, regional, municipal e local. No caso do Ceará, fica tudo dividido em superintendências e regiões de saúde de abrangência. Nosso principal propósito é de gerenciar esses insumos, provenientes do Ministério da Saúde, para nossa instância Estadual, e garantir que essa vacina chegue até a última instância local da “Rede de Frio”, que é a sala de vacina, com todos os protocolos pré-estabelecidos para garantir a segurança e a qualidade das vacinas”, explica o profissional.

Cuidados especiais

O gerente da Ceadim tem posição estratégica no processo de vacinação, pois precisa preservar as características originais do produto até a sua data de uso. Além das vacinas, os imunobiológicos compreendem também soros e imunoglobulinas. “Todos atuam no sistema imunológico, no nosso sistema de defesa, são produtos extremamente sensíveis ao calor, e ao frio, ou seja, cada um tem a sua temperatura ideal para uso, além de sensíveis à luz. Precisam ser armazenados, transportados, organizados, monitorados e distribuídos de uma maneira adequada para que não haja nenhuma quebra dentro da cadeia de frio. Do contrário, você pode comprometer a eficácia e a segurança desta vacina”, aponta Tarcisio.

Além da grande responsabilidade que é receber, manter e distribuir as vacinas contra Covid-19 de forma eficaz, o profissional trabalha também com outros 48 imunobiológicos, entre soros, vacinas e imunoglobulinas. “Já trabalhamos com as vacinas de rotina, mas a campanha de imunização contra a Covid-19 tem um teor de urgência. E hoje são dois tipos de vacinas diferentes, a Coronavac/Sinovac-Butantan e a Oxford/AstraZeneca, por isso temos de atentar para as quantidades de doses, prazos de segunda dose diferentes e suas validades, temperatura para armazenamento e transporte entre 2° e 8° graus. Além disso, temos de estar preparados para as vacinas de outros laboratórios produtores, com protocolos diferentes, como a vacina da Pfizer, que é armazenada em -70° graus. O desafio logístico é intenso, para que nós possamos fazer com que a população cearense receba toda essa vacina em um curto espaço de tempo”, ressalta.

Rotas de distribuição no Ceará

“A distribuição por via aérea tem nos feito ganhar muito tempo e agilizando bastante o nosso sistema de vacinação, antes era feito apenas por meio terrestre”, destaca o gerente da Ceadim. Tarcísio também lembra que, logo após o recebimento de um lote das vacinas contra Covid-19 – independentemente do laboratório – , o Ceará consegue fazer toda a distribuição nas 20 cidades-polo do Estado, que redistribuem aos destinos finais programados, em até um turno.

Numa logística desenvolvida pelo Governo do Ceará que envolve aviões, helicópteros e caminhões, existem atualmente seis rotas de distribuição aérea e duas terrestres, que contemplam a Capital e as Áreas Descentralizadas de Saúde (ADS) – são os municípios de Maracanaú, Caucaia, Baturité, Itapipoca, Sobral, Tianguá, Camocim, Acaraú, Crateús, Juazeiro do Norte, Crato, Iguatu, Brejo Santo, Icó, Tauá, Quixadá, Canindé, Aracati, Russas e Limoeiro do Norte, de onde o material é repassado aos demais municípios de todo o Ceará.

Importância da vacina

Tarcísio acredita que estamos vivendo um momento de mobilização sem precedentes para enfrentar a pandemia da Covid-19, com muitas pesquisas e estudos que são necessários para desenvolver as vacinas contra a Covid-19. “Toda sociedade científica tem feito história ao avançar na produção em tempo recorde desses mais diferentes imunizantes. Agora disponíveis no Brasil, essas vacinas já chegaram ao nosso Estado, e temos um papel essencial e de muita responsabilidade em toda uma cadeia, para garantir que chegue ao paciente numa temperatura adequada, numa condição eficiente e eficaz, é a chamada gota de esperança”, comemora Tarcísio.

O gerente da Ceadim pontuou também que o Ceará é referência no Brasil em campanhas de imunização, com uma equipe muito experiente e que já passou pelas mais diferentes situações, e por isso acredita que, no caso das vacinas contra Covid-19, não serão diferentes. “Nosso trabalho é muito árduo, mas gratificante, pois a partir do nosso trabalho crianças, jovens, adultos e idosos são imunizados com uma vacina segura e eficaz. A gente só espera e torce para que as doses suficientes cheguem o quanto antes a todos, para resolver um problema que já tirou muitas vidas”.

O profissional também relembra com carinho e emoção o dia 18 de janeiro de 2021, data em que as primeiras doses da vacina contra Covid-19 chegaram ao Ceará, em Fortaleza. “Foi uma data muito especial, e que guardo com muita emoção como profissional e ser humano. Marcou o início do enfrentamento da pandemia com imunizantes, pois no mesmo dia já começou a ser administrado em profissionais de saúde da linha de frente. E antes mesmo das 18 horas, horário em que recebemos os imunizantes, toda nossa equipe estava de prontidão, com todos os equipamentos e protocolos no ponto, com ambientação de caixas térmicas, controle de temperatura, para que, em até duas horas, já estivessem embarcadas em nas rotas pré-estabelecidas por nossa equipe de logística e distribuição. Sem dúvida um momento em que entramos para a História”, afirma o ‘Senhor Frio’ cearense.